Jo 6, 44-51
O Senhor dá a Si mesmo como alimento para nós. Mas nenhum alimento chega vivo à mesa de quem o consome. Para que algo seja de fato alimento, primeiro deve morrer. Mesmo na natureza é assim, pois os animais predadores, antes de comer, matam a sua presa.
O alimento, por assim dizer, comunica a vida ao morrer. O Senhor Jesus Cristo fez isto no mais alto grau, ao morrer crucificado e deixar para nós a Si mesmo na Eucaristia como Pão de Vida Eterna, do qual aquele que come vive eternamente.
Da morte do Senhor nos veio a Vida, que nos é comunicada sempre que participamos dignamente da Eucaristia.
Dessa participação em Sua Morte e Ressurreição, pela comunhão com Seu Corpo e Sangue, nasce para nós o compromisso de anunciar o que o Senhor fez por nós, o memorial que nos deixou e ao qual todos estamos convidados, uma vez que nos disponhamos a arrepender-nos de nossos pecados e a recebermos o perdão divino por meio do sacramento da Confissão. Mais ainda, todos os que partilhamos de Sua intimidade pela Eucaristia somos convidados à Sua imitação na doação da própria vida pelos irmãos.
Se a doação de nós mesmos, pelo bem que a cada dia procuramos fazer aos demais em obras e no testemunho de Cristo, não é capaz por si mesma de salvar ninguém, no entanto inserida no Sacrifício Redentor de Cristo torna-se - por Ele, com Ele e nEle - sacrifício espiritual e oferta agradável ao Pai.
Assim, a Eucaristia que recebemos, ao menos a cada domingo se mais não for possível, vai nos configurando a Cristo em Seu dom total de Si mesmo, até chegarmos a ser verdadeira imagem do Senhor diante do Pai e diante dos homens.