sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

III Semana do Tempo do Advento, sexta-feira – Mt 1, 18-24

José era um homem justo. Ou seja, José era um homem que cumpria a Vontade do Senhor, pois a justiça, dentro do contexto bíblico, é a Vontade de Deus, pois só Deus é o Justo e Santo. "Cumprir toda a justiça", para a Sagrada Escritura, significa cumprir a Vontade daquele que é Justo e Santo.

Por isso, quando José fica confuso e quer fazer o que é certo (ou seja, o que Deus quer e espera dele), mas não consegue discernir em meio às circunstâncias o que é o certo (pois as aparências o confundem), então Deus vem em seu socorro, enviando o anjo para esclarecer-lhe tudo o que circunda a gravidez de Maria.

Quanto a nós, se quisermos sempre fazer a Vontade de Deus, ainda que seja difícil, sabemos que o Senhor virá em nosso socorro e não permitirá que as circunstâncias e as aparências nos confundam ou enganem.

O Senhor sempre vem em auxílio dos que O amam e querem em tudo fazer a Sua Vontade.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

III Semana do Tempo do Advento, terça-feira – Mt 21, 28-32

Vale mais diante do Senhor aquele que, convertendo-se de seus pecados, arrepende-se, pede perdão com sincera humildade e, de coração, luta por mudar de vida e seguir a Vontade de Deus. Vale mais esse do que aquele que pensa seguir um caminho sem pecado apenas porque cumpre formal e ritualisticamente alguns preceitos, embora sem amor, e não atende o que lhe pede o Senhor naquilo que é mais essencial em sua vida.

Por isso é que Jesus diz que os publicanos e as prostitutas (considerados os maiores pecadores públicos daquele tempo) precederiam, no Reino de Deus, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo (considerados justos).

Pois os primeiros arrependeram-se de seus pecados e mudaram de vida, convertendo-se para Deus. Enquanto os últimos obstinaram-se em sua arrogância e, crendo-se justos, deram as costas para Deus por causa de sua hipocrisia.

Ninguém é justo diante de Deus, ninguém está isento de pecado. Todos temos algo de que nos arrependermos.

Deus sabe que dificilmente algum de Seus filhos (nós, os homens) corresponde-Lhe imediatamente, sem titubeios, sem medo, sem resistências. Mas que alcancemos essa perfeição no amor, essa é a meta que Ele, nosso Pai, tem para nós, seus filhos queridos.

Enquanto nos esforçamos por chegar lá, eliminando todo orgulho, arrogância e hipocrisia, sejamos, ao menos, como o filho que disse "não", mas depois arrependeu-se e fez a Vontade do Pai.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

III Semana do Tempo do Advento, segunda-feira – Mt 21, 23-27

"Com que autoridade fazes estas coisas?", perguntam a Jesus os sumos sacerdotes e os anciãos, mestres e líderes espirituais do povo naquele tempo, incomodados com os ensinamentos e os sinais (milagres, curar, exorcismos) que Jesus fazia entre as multidões que O seguiam.

Ora, Jesus rebate a hipocrisia deles com outra pergunta, que os faz cair na própria armadilha, e são obrigados a recuar.

Desde aquela época até hoje, a soberba e a hipocrisia humanas interpelam Jesus com arrogância: "quem és Tu? De onde vem a Tua autoridade?". Mas o Senhor continua a negar-se a dar-lhes resposta.

Àquele, porém, que dEle se aproxima de coração aberto, com humildade, buscando sinceramente a Verdade para nela crer e pautar a própria vida, o Senhor jamais recusa responder.

Ao contrário, abrir-lhe-á os braços e dirá: "Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar-vos o Reino" (Lc 12, 32).

Tudo o que o Senhor espera para abrir-nos de par em par as portas de Seu Coração é que nos acheguemos a Ele com sinceridade e humildade.

Se queremos ter acesso ao Coração de Deus, basta que Lhe entreguemos o nosso, pois "Deus resiste aos soberbos, mas dá Sua Graça aos humildes" (1Pd 5,5).

domingo, 13 de dezembro de 2009

III Domingo do Tempo do Advento – Lc 3, 10-18

"De muitos outros modos João anunciava a boa nova"

Qual é a boa nova? É a nova, a notícia de que o Messias prometido, o Salvador anunciado há incontáveis gerações está para chegar. E quem é Ele? É Jesus, o Cristo, o Filho do Deus vivo.

João anunciava a Sua vinda com alegria e expectativa, "de muitos modos", exortando o povo à conversão, a voltar-se para Deus.

Hoje, para nós, a liturgia deste terceiro domingo do tempo do Advento faz ressoar a voz de João, anunciando a vinda do Senhor: "virá aquele que é mais forte do que eu. (...) Ele voz batizará no Espírito Santo e no fogo. (...) Vai limpara a sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha, Ele a queimará (...)".

Este tempo de preparação para o Natal do Senhor exorta-nos à conversão, a reconhecer com amor e com humildade que o Menino no presépio é nosso Deus e Senhor e a entregar-Lhe toda a nossa vida, para nos tornarmos "trigo de Deus" com o qual Ele fará "pão de eternidade".

Porque o Senhor, há dois mil anos, já veio. E se nos é dado, mais uma vez, fazer memória e celebrar o Natal de Jesus Cristo, é na perspectiva de Sua vinda futura que devemos fazê-lo.

Nesse dia, o "Dia do Senhor, grande e terrível" (cf. Ml 3, 23), é que "Ele virá com a pá na mão: vai limpar a sua eira".

Movidos hoje, pois, pelo Amor do Senhor que nasce, tornemo-nos "trigo de Deus" para, naquele Dia, sermos recolhidos em Seu celeiro. Porque "a palha, Ele a queimará no fogo que não se apaga".

Ouçamos a voz de João Batista, que até hoje ressoa para anunciar a Palavra.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

II Semana do Tempo do Advento, sexta-feira – Mt 11,16-19

Os homens são como crianças caprichosas: querem que o Senhor Deus lhes satisfaça a todos os desejos e nada lhes peça; esperam que Deus lhes satisfaça às necessidades que imaginam ter, mas nem sempre se agradam quando o senhor satisfaz, com Sua Providência, ao que lhes é realmente necessário, porque isso, ordinariamente, lhes custa alguma renúncia ou sacrifício.

Assim são os homens de hoje e os de sempre. Não eram diferentes os homens do tempo em que Jesus andava sobre a terra.

Rejeitaram a João Batista, porque lhes pregava a penitência, o arrependimento de suas obras más e a conversão sincera de seus corações para Deus. Para eles, esse era um caminho duro demais.

Então veio Jesus, o Filho de Deus e Deus mesmo, ensinando a conversão para o Pai pelos caminhos do amor e da doação. Mas isso implicava renunciar a si mesmo, deixando o capricho e o egoísmo, e então também a Jesus rejeitaram.

No fim de tudo, porém, não haverá como fugir. O homem, mais cedo ou mais tarde, deve voltar-se para Deus, por quem e para quem foi criado, pois só em Deus o homem pode ser verdadeiramente amado e feliz. E para isso deve escolher um caminho, seja o de João, seja o de Jesus.

Todos os caminhos, porém, no fundo, são um só. Pois só existe um Caminho e esse é Jesus Cristo: "EU SOU o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14, 6).

Fora de Jesus Cristo (e de Sua Igreja) não há salvação, "pois não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4, 12), a não ser o nome de Jesus.

Nestes dias que nos foram dados para a nossa peregrinação espiritual rumo a Belém e ao Natal de Jesus Cristo, escolhamos o caminho de conversão que, através do Senhor que vai nascer, nos levará ao Coração do Pai.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

II Semana do Tempo do Advento, quarta-feira – Mt 11, 28-30

"O meu jugo é suave e o meu fardo é leve"

A humanidade carrega, desde o pecado de nossos primeiros pais (Adão e Eva, no Jardim do Éden), o fardo pesado e opressor do afastamento e da separação de Deus.

O homem, criado por Deus e para Deus, vive em absoluta solidão se está longe dEle. E todo o seu ser sofre pela falta de sentido da existência humana que não se projeta para Deus e não se funda no verdadeiro amor, que é a doação de si.

O ser humano não foi feito para fechar-se em si mesmo, de modo egoísta e mesquinho. Não foi feito para viver isolado, sem relação com o semelhante e com a transcendência. Faz parte da natureza humana a abertura à eternidade e, ao mesmo tempo, a abertura ao bem do outro, a doação do próprio ser para a satisfação das legítimas necessidades do próximo, tudo isso através da relação com Deus. Viver em desacordo a tudo isso é amarrar-se à infelicidade e condenar-se a carregar um fardo muito pesado de dor, de culpa e de absurdo existencial.

Este é o fardo de que o Senhor nos quer livrar. Jesus hoje propõe-nos uma troca: Ele assume o nosso fardo e dá-nos o Seu.

Ele, Jesus, manso e humilde de coração, quer ensinar-nos a ter um coração semelhante ao Seu, dando-nos a carregar um fardo de amor, que não cansa, nem atormenta ou oprime, mas dá alívio e descanso a quem se decide a assumi-lo.

Jesus é o Mestre e Senhor de jugo suave e fardo leve que se apresenta hoje diante de cada um de nós. Aquele que se decidir a segui-lO terá paz e descanso.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Solenidade da Imaculada Conceição de Maria – Lc 1, 26-38

"Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra"

Em vista da missão que preparou para Maria, ser a mãe do Filho de Deus, o Pai concedeu-lhe privilégios especiais. Na solenidade que a Igreja hoje celebra, recorda-se um desses privilégios: a Imaculada Conceição de Maria.

Isso quer dizer que Maria não foi concebida ou nasceu com o pecado original, ao contrário de todos os outros seres humanos, que carregamos conosco essa herança de nossos primeiros pais.

Mas, ao contrário do que erroneamente se pensa, esse privilégio não foi dado a Maria porque ela fosse, em si e por si, especial. Foi por causa do Filho de Deus que ela carregaria em seu seio. Pois Ele, o Verbo divino, não poderia habitar em um corpo de pecado.

Assim, Maria foi preservada de todo pecado para ser morada digna do Senhor. Por causa de Cristo, nela foram antecipados os efeitos da redenção operada pelo próprio Cristo e ela se tornou arca da Nova Aliança.

Isso tudo, porém, não tirou de Maria a liberdade. Pelo contrário, o "faça-se" pronunciado por ela depois das palavras do anjo, que lhe aguardava a resposta, foi um consentimento pleno e livre ao que Deus dela esperava e lhe pedia.

Por causa desse "faça-se" e porque foi fiel até o fim ao seu Senhor, diante da cruz de Jesus ela foi tornada Mãe de todos os homens (cfe. Jo 19, 25-27).

Festejemos, pois, hoje, com muita alegria este grande privilégio mariano da Imaculada Conceição. E sejamos bons filhos de Maria, imitando-a em todas as suas virtudes, em especial na humildade e na fidelidade a Deus, pois isso muito agrada ao Coração de Jesus Cristo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

II Semana do Tempo do Advento, segunda-feira – Memória de Santo Ambrósio, bispo – Lc 5, 17-26

"Para que saibais que o Filho do Homem tem poder de perdoar pecados"

O Evangelho que a liturgia nos apresenta hoje mostra Jesus perdoando os pecados de um paralítico e, em seguida, curando-o de sua paralisia. A cura física desse homem, Jesus a promove por dois principais motivos:

  • por causa da fé dos amigos do paralítico, tão grande que os levou a destelhar a casa onde Jesus se encontrava e fazer descer a maca do homem pelo teto para apresentá-lo a Jesus;
  • para que a cura desse homem servisse como um sinal aos mestres de Israel que o poder e a autoridade de Jesus provinham de Deus e que, portanto, Ele podia, sim, perdoar pecados.

No primeiro caso, vê-se a importância da oração de intercessão, isto é, de pedirmos a Deus uns pelos outros. Pois, se temos fé em Deus e em Seu poder e pedimos com amor pelas necessidades de nossos irmãos, o Senhor não nos deixará de atender.
Ainda, quanto à cura do homem paralítico, Jesus estabelece claramente a distinção entre o perdão dos pecados (que é a cura da alma) e o restabelecimento da saúde (que é a cura do corpo). Mais importante é curar a alma que o corpo – a cura física é dada como sinal da cura espiritual.
No segundo caso, Jesus declara e demonstra diante dos fariseus e dos mestres da lei que Sua autoridade é superior à deles. Em si, esses escribas e fariseus não estão errados, pois só Deus pode perdoar os pecados dos homens (que são, em última instância, dirigidos contra Deus, que é sempre o maior ofendido). Mas Jesus é Deus e, por isso, pode, por Sua própria autoridade e poder, perdoar aquele homem. A cura da paralisia, neste caso, serve como sinal externo e visível dessa autoridade do Senhor e da cura que Ele promove na alma do paralítico, talvez mais paralisada pelo pecado do que o corpo pela doença.
Para nós, hoje, a cura do paralítico também deve servir como sinal de que Deus pode curar-nos de nossos males e pecados, através do perdão que Ele nos concede através de Sua Igreja, por meio de Seus sacerdotes.

    sábado, 5 de dezembro de 2009

    I Semana do Tempo do Advento, sábado – Mt 9, 35 – 10, 1.6-8

    "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos"

    É significativo que Jesus se compadeça da multidão que estava "como ovelhas que não têm pastor" e imediatamente depois disso envie os seus discípulos para anunciar a todo o povo que "o reino dos céus está próximo".

    Enviando os discípulos a fazerem o que Ele mesmo estava fazendo, a participar de Sua missão com poderes para curar doentes, ressuscitar mortos e expulsar demônios, Jesus prepara-os, de certo modo, para serem os sacerdotes da Igreja que Ele irá mais tarde instituir.

    Mais ainda: Jesus declara expressamente a imensa necessidade que temos, desde os primeiros tempos da Igreja até hoje, de bons sacerdotes, que sejam pastores à semelhança do Pastor, que é Ele mesmo, Jesus Cristo. Pois as multidões que andam à procura de Cristo estão "cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor".

    O Senhor sublinha a necessidade dos sacerdotes e o dever que tem o Povo de Deus de orar ao Pai pedindo sacerdotes. Mais ainda, o Povo de Deus tem o dever de orar pelos seus sacerdotes, para que sejam santos e fiéis à sua vocação tão sublime e importante, que é ser outro Cristo para os homens.

    Da mesma forma como Jesus "percorria todas as cidades e povoados, ensinando (...), pregando o evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade", os sacerdotes, até o dia de hoje, estão chamados a fazer o mesmo, para conduzir o rebanho ao único Pastor. Meditemos, portanto, na importância da missão do sacerdote para nós e peçamos ao Pai que nos envie muitos e santos sacerdotes.

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