quinta-feira, 28 de abril de 2011

Oitava da Páscoa - Lc 24, 35-48

"Eles ainda não podiam acreditar"
Os discípulos de Emaús já haviam contado aos apóstolos e aos outros discípulos o seu encontro com o Senhor ressuscitado. Mesmo assim, quando Jesus apareceu no meio deles, ficam com medo e pensam estar diante de um fantasma. O Senhor, então, dissipa-lhes o medo, afirmando que é Ele mesmo e que está vivo verdadeiramente. Comprova-o, mostrando-lhes as mãos e os pés perfurados pelos cravos com que foi pregado na cruz.
O medo, então, cede espaço à alegria e é ela quem os impede de acreditar que é Jesus, vivo, quem está ali com eles. Mais uma vez, o Senhor socorre-os em sua fragilidade humana, comendo diante deles, para mostrar-lhes que, de fato, é real.
Com a mesma compaixão age Jesus conosco, sempre que as nossas fraquezas nos impedem de verdadeiramente acreditar nEle, em Sua Palavra, em Sua Igreja. Se não formos duros de coração, Ele virá em nosso socorro e, com Sua graça, fortalecer-nos-á a fé e a esperança.
Depois, como fez com os discípulos naquele dia, abrirá nosso entendimento para que compreendamos as Escrituras e sejamos nós, hoje, testemunhas fieis de tudo quanto Jesus fez por nós.
Pois Ele morreu por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Oitava da Páscoa - Jo 20, 11-18

"Então Jesus disse: 'Maria'!"
Quando o Senhor chama Maria Madalena pelo nome, então é que ela O reconhece e seu coração se inunda de alegria. Até esse momento, ela procurava um cadáver, o corpo do Mestre que tanto amara mas que estava morto. Por isso, Maria chorava, mergulhada em tristeza.
E era incapaz de reconhecer Jesus, que estava diante dela, porque seu coração não fora ainda iluminado pela fé. Enquanto buscava um homem morto, quem se apresenta diante dela é o Deus e Homem vivo.
Nesse momento, o Senhor a chama pelo nome, abrindo seus olhos com a luz da fé, concedendo-lhe o entendimento e inflamando-a com Seu Amor. Só então é que Maria pode reconhecer Jesus e encher-se de alegria.
Um dia, estaremos todos diante do Senhor ressuscitado e Ele nos chamará, a cada um, pelo nome, para que O possamos reconhecer. Lutemos e rezemos para que, depois de uma vida santa, seja o nosso coração nesse dia a encher-se de alegria por poder, finalmentem ver Jesus, nosso Deus e Senhor, assim como aconteceu com Maria Madalena naquele Domingo da Ressurreição.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Oitava da Páscoa - Mt 28, 8-15

"Alegrai-vos! (...) Não tenhais medo!"
O acontecimento da ressurreição do Senhor escapa à toda lógica e compreensão humana. Por isso as mulheres, avisadas pelo anjo, no sepulcro vazio, de que Jesus ressuscitara, correm com alegria - pois o Senhor, a quem amam, está vivo - mas sentem muito medo.
"Quem é este?" - interrogam-se. É o Filho de Deus feito homem, intuem, e, enfim, começam a compreender. E para Deus nada é impossível. Nem mesmo ressuscitar dos mortos.
Como aquelas mulheres, também nós, hoje, temos medo de Jesus, que venceu o poder da morte e do inferno e ressuscitou para a glória. Tudo isso é grande demais para a nossa pobre, fraca e pecadora natureza humana.
Mas também como às mulheres, Jesus ressuscitado vem ao nosso encontro para trazer alegria e dissipar o medo que obscurece o nosso coração e nos impede de ir até Ele. Como a elas, o Senhor nos diz: "Alegrai-vos! (...) Não tenhais medo!"
Por que ter medo? O Senhor, com a Sua morte, venceu a morte que nos enchia de terror e libertou-nos do demônio que nos subjugava. Jesus, morto e ressuscitado, vivo para sempre, abriu definitivamente as portas do Reino dos Céus para nós.
"Este é o dia que o Senhor fez para nós. Alegremo-nos e nele exultemos!"

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Semana Santa - Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor - Jo 18,1-19,42

"Ele foi ferido por nossos pecados..."
Contemplar Jesus cruficicado é olhar para o castigo que merecem os nossos pecados, pois Ele foi aniquilado em nosso lugar e por causa das ofensas que nós, homens, cometemos contra a majestade de Deus.
Talvez por isso a Cruz de Jesus provoque sentimentos e atitudes tão contraditórios: alguns, ao contemplar o Senhor crucificado, ficam repletos de dor e de arrependimento por tudo quanto fizeram-nO sofrer, enchem-se de gratidão e passam a amar a Jesus com amor ardente; outros, ao contrário, horrorizam-se ao ver o castigo que merecem, mas não querem mudar suas vidas e corações e, escravizados pelo pecado, rejeitam ao Senhor que sofreu e morreu também por eles.
Seja como for, em toda a história da humanidade ninguém permanece indiferente diante da Cruz de Jesus, desde há dois mil anos até os dias de hoje.
Celebrar a Paixão e a Morte do Senhor é colocar-se diante de Sua Cruz, o trono da graça, rever as próprias disposições frente a Ele e, mais uma vez, ter a oportunidade de reconhecer-se pecador e merecedor do castigo, para encher-se de gratidão e de amor diante de tamanho sacrifício e tomar a resolução de mudar de vida, de converter-se a Deus.
Esse é o caminho pelo qual a punição de Jesus nos traz a paz, as Suas feridas nos curam e obtemos a misericórdia e a graça da parte de Deus, nosso Pai.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Semana Santa - Quinta-feira da Ceia do Senhor e Lava-Pés - Jo 13, 1-15

"Se eu não te lavar, não terás parte comigo"
Jesus passou na terra fazendo o bem e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus, preparado para todos os que dele quiserem tomar parte. Chegou, então, o momento de sofrer a Paixão, morrer e ressuscitar para completar a obra da Redenção e abrir definitivamente o Céu para os homens.
O Senhor, portanto, veio para servir, para ser o Servo sofredor que o profeta Isaías já havia predito muito tempo antes de Sua vinda. Ele veio colocar-se a serviço dos homens e de sua salvação.
E, assim como Jesus fez, também deve fazer todo aquele que quiser ser Seu discípulo: colocar-se a serviço das necessidades dos demais, não somente as necessidades materiais, mas principalmente as espirituais, que são as mais importantes.
O mundo e os homens de hoje vivem em um grande vazio e estão mergulhados na escuridão, por falta de Jesus Cristo e de Seu Amor. E o Senhor envia Seus discípulos, para que levem Seu Nome a todos os que andam perdidos e, sozinhos, são incapazes de O encontrar.
De modo particular, o Senhor constitui servos dos homens, em ordem à Redenção, os sacerdotes, chamados para um serviço semelhante ao Seu. São "outros Cristos", ungidos para levar os homens a Jesus.

terça-feira, 12 de abril de 2011

V Semana do Tempo da Quaresma - Jo 8, 21-30

"Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que Eu Sou"
Jesus atribui a Si mesmo o Nome divino, revelado por Deus a Moisés quando o enviou ao Faraó para libertar os israelitas da escravidão do Egito (cf. Ex 3, 13-15: "disse Deus a Moisés: 'EU SOU aquele que é'").
Portanto, Jesus afirma abertamente aos fariseus, conhecedores das Escrituras, que é Deus, com o Pai que O enviou. E afirma, ainda, que a cruz onde será elevado é o sinal de Sua glória e de Sua divindade.
Jesus é o Justo por excelência, aquele que sempre cumpre a Vontade do Pai e faz o que é do Seu agrado e que jamais está só, porque o Pai sempre O acompanha.
Por causa disso, o Senhor afirma que a condição para ganharmos a Vida (isto é, para não morrermos nos nossos pecados) é crer nEle, em Sua divindade, e fazermos o que Ele faz - a Vontade do Pai, o que é do Seu agrado.
Dessa forma, podemos ser inseridos na glória de Jesus Cristo, a cruz, sabendo que o Pai não nos deixará sozinhos: se morrermos com Cristo, ressuscitaremos com Ele.

sábado, 9 de abril de 2011

IV Semana do Tempo da Quaresma - Jo 7, 40-53 (Evangelho)

"Ninguém jamais falou como este homem"
Aos que forem a Ele de coração aberto, Jesus não negará revelar-se. Foi o que aconteceu com esses guardas do templo: enviados pelos chefes dos sacerdotes para prender Jesus, não o puderam fazer, porque ouviram sem malícia Suas palavras de vida e viram-se conquistados por Seu Amor.
O mesmo pode acontecer conosco, se Lhe abrirmos o nosso coração. Pois Jesus não abandona a quem O procura com sinceridade e humildade; antes, revela-Se e derrama em sua alma as torrentes de Seu Amor.
Por outro lado, ao que se fecha em si mesmo Ele nada diz. Só lhe resta sair sozinho, sem outra companhia que seu próprio orgulho e autossuficiência, e sem qualquer resposta.

IV Semana do Tempo da Quaresma - Jr 11, 18-20 (leitura)

"Eu era como manso cordeiro levado ao sacrifício"
O homem justo, isto é, aquele que faz a Vontade Deus e "anda sempre em seus caminhos", confia-se ao Senhor e espera somente nEle. Conhece as tramas e as ciladas dos inimigos e vê a sua força, mas não os teme, porque Deus é sua segurança.
A profecia de Jeremias prenuncia o Mistério da Salvação - Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Ele é o justo por excelência, o enviado do Pai, que sempre cumpre a Sua Vontade e faz o que Lhe agrada. "Eliminado do mundo dos vivos" pelos chefes do povo, que O queriam matar, Jesus "vê a vingança sobre eles", isto é, triunfa sobre o demônio, o pecado e a morte por meio de Sua Ressurreição dentre os mortos, salvando a toda a humanidade, que andava errante longe de Deus.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

IV Semana do Tempo da Quaresma - Jo 5, 31-47

"Não tendes em vós o Amor de Deus"
Jesus invoca o testemunho de João Batista a Seu respeito, porque este era reconhecido como um profeta pelos que O ouviam. Invoca também o testemunho das obras que realizava - curas de doentes, ressurreição de mortos, expulsão de demônios - sinais de Seu poder messiânico, indicativos de que Ele, Jesus, era realmente o enviado do Pai, o prometido de Deus e predito por todos os profetas do antigo Israel.
Por fim, o Senhor declara que são as Escrituras, a Palavra de Deus onde está a vida eterna, que dEle dão o maior testemunho, porque são elas a Palavra do Pai que o enviou.
Para os que O escutam, porém, nenhum testemunho invocado pelo Senhor é suficiente, porque não querem crer: não amam a Deus, mas a si mesmos, e não buscam outra glória que não a sua própria.
Esta acusação de Jesus a seus contemporâneos vale ainda para nós, hoje. Pois permanecem válidos os testemunhos invocados: João Batista, os sinais realizados, a Escritura. E hoje temos também o testemunho da Igreja, instituída por Cristo e que permanece de pé desde há dois mil anos, apesar de todas as circunstâncias históricas, fiel ao seu Senhor e aguardando o Seu retorno, a Sua segunda vinda, que há de ocorrer um dia, conforme Ele mesmo prometeu (cf. Mt 26, 64).
Jesus, hoje, nos coloca diante de uma escolha: crer nEle como enviado do Pai para a Redenção dos homens, tendo em vista os testemunhos que Ele invoca; ou rejeitá-lO, negando a verdade e impedindo que habite em nós o Amor de Deus.
O Senhor espera a nossa resposta. O que Lhe vamos dizer? "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" (cf. Mt 16, 16).

quarta-feira, 6 de abril de 2011

IV Semana do Tempo da Quaresma - Jo 5, 17-30

"Os Mortos Ouvirão a Voz do Filho de Deus"
Quem são os mortos que ouvirão a voz do Filho de Deus e que, ouvindo-a, viverão, senão cada um dos que, em todos os tempos, escutam a voz da Igreja, que transmite e faz ressoar incessantemente a Palavra do Verbo feito carne, Jesus, o enviado do Pai?
Quem são esses mortos, senão os que ouvem essa Voz que "ressoa e se espalha em toda a terra" e "chega aos confins do universo", e se decidem a segui-la e a fazer o que ela diz? Que procuram conformar suas vidas, corações e mentes ao Filho de Deus?
Esses, que assim fazem, saem de seus túmulos, saem das trevas da morte para a Vida e tornam-se também eles um eco dessa Voz, buscando fazer não a sua própria vontade, mas a Vontade do Pai, como fez Jesus, o Verbo eterno, que eles amam e seguem.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

III Semana do Tempo da Quaresma - Mc 12, 28-34

"Tu Não Estás Longe do Reino de Deus"
Um escriba aproxima-se de Jesus para fazer-Lhe uma pergunta. Quer ver se Jesus de fato conhece a Lei, dada por Deus ao Povo de Israel por meio de Moisés. Este escriba parece diferente dos demais escribas e fariseus que, a fim de apanhar o Senhor em contradição, constantemente fazem-Lhe perguntas e o põe à prova. Porque, uma vez que Jesus lhe dá a resposta, reconhece honestamente que o Senhor respondeu bem.
Desse modo, o escriba ultrapassa os legalismos e ritualismos do antigo Povo de Deus e chega ao coração da Lei, ao seu sentido maior. Alcança, assim, o Coração de Jesus, que faz entrever ao escriba um caminho de perfeição, que leva ao Reino de Deus e que ele já começou a percorrer.
Quem quiser entrar no Reino de Deus deve seguir uma única lei: a Lei do Amor. Diria, séculos mais tarde, o carmelita espanhol São João da Cruz: "no entardecer da vida sereis julgados quanto ao amor".
Entenda-se aqui, quando se fala em amor, não um mero sentimento adocicado ou um "sentir-se bem". Quando Jesus fala em amor, fala daquilo que Ele mesmo viveu: voltar-se permanentemente ao bem do outro, doando inteiramente a si mesmo. É uma decisão constantemente renovada, que não procura a própria realização, mas realiza-se no dom total de si. Começa em Deus e, por causa dEle, chega ao próximo.
É o Amor de Deus, do qual o ápice e o modelo maior é o próprio Cristo crucificado, que se entregou a Si mesmo por amor e obediência ao Pai e pela salvação de todos nós, homens.
Esse é o caminho de perfeição, o caminho do Amor, que todos devemos começar a percorrer nesta Quaresma.

Do Concílio Vaticano II - Constituição dogmática sobre a Igreja, "Lumen Gentium", § 42
Todos os cristãos são chamados à santidade
"Deus é caridade e quem permanece na caridade, permanece em Deus e Deus nele" (1 Jo 4, 16). Ora, Deus difundiu a sua caridade nos nossos corações, por meio do Espírito Santo, que nos foi dado (cf. Rom 5, 5). Sendo assim, o primeiro e mais necessário dom é a caridade, com que amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor dEle. Para que esta caridade, como boa semente, cresça e frutifique na alma, cada fiel deve ouvir de bom grado a palavra de Deus e cumprir, com a ajuda da graça, a Sua vontade, participar frequentemente nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, e nas funções sagradas, dando-se continuamente à oração, à abnegação de si mesmo, ao serviço efetivo de seus irmãos e a toda a espécie de virtude; pois a caridade, vínculo da perfeição e plenitude da lei (cf. Col 3, 14; Rom 13, 10), é que dirige todos os meios de santificação, os informa e leva a seu fim. É, pois, pela caridade para com Deus e o próximo que se caracteriza o verdadeiro discípulo de Cristo.
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