quinta-feira, 20 de novembro de 2014

"Se tivesses reconhecido o tempo em que foste visitada..."

XXXIII Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Lc 19, 41-44

O Senhor chora sobre Jerusalém, porque lhe veio trazer a paz e foi por ela rejeitado. O que restou para a Cidade de Davi, senão a destruição, que lhe sobreveio poucas décadas mais tarde, no ano 70 da era cristã?
Mas Jerusalém pode ser a imagem de cada um de nós, de nossas almas e de nossos corações. Se Jesus nos visita - Ele, que é a verdadeira paz e a luz que ilumina todo homem - e O rejeitamos, não podemos ter paz e nossas vidas não podem senão aprofundar-se em trevas cada vez mais densas.
E o Senhor pode visitar-nos de diversas maneiras. Algumas vezes, pela alegria. Frequentemente, pela dor, pois Deus corrige e repreende aqueles que ama. Sempre, de modo surpreendente, da forma que não O esperamos.
Cumpre-nos compreender que, se Deus nos visita, seja pela alegria, seja pela dor, é porque somos Seus filhos prediletos. Se nos visita com a cruz, é porque nos ama muitíssimo, uma vez que nos faz semelhantes a Ele naquilo que padeceu por nós.
A cruz deve ser, para nós, motivo de alegria, pois, por meio dela, somos tratados por Deus Pai como Ele mesmo tratou o Filho muitíssimo amado, em quem pôs toda a Sua afeição. A cruz é, sempre, sinal do amor de Deus.
Sejamos, portanto, a imagem de Jerusalém. Mas não daquela terrestre, que rejeitou o Senhor e foi destruída. E, sim, da Jerusalém celeste, que vem do Céu cheia de alegria, enfeitada com joias para seu Esposo, sem ruga e sem mancha, resplandescente de beleza. Assim possa o Senhor encontrar as nossas almas, no tempo em que nos visitar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

"Não queremos que Ele reine sobre nós!"

XXXIII Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Lc 19, 11-28


O próprio Jesus é o homem nobre da parábola. Ele devia ser glorificado na cruz, Seu trono de glória, e, coroado de espinhos pelos homens, receber do Pai a coroa da glória, Ele, o vencedor da morte.
Tendo subido aos Céus - o país distante - um dia voltará, para receber o que Lhe pertence e a honra que Lhe é devida como Rei, estabelecendo definitivamente o Seu reinado.
Enquanto esperamos a Sua nova vinda, no fim dos tempos, sabemos que sempre houve e sempre haverá aqueles que, entre os homens, odeiam ao Senhor e rejeitam a Sua realeza, o Seu senhorio - "não queremos que este homem reine sobre nós". O destino desses já está traçado, conforme mostra o final da parábola, por sua própria escolha e culpa: sofrerão para sempre as penas do inferno.
Não sejamos como esses que, preferindo a si mesmos e a uma ilusória autonomia humana, odeiam a Jesus e rejeitam o Seu reinado. Pois quem não se submete a Deus, forçosamente submeter-se-á ao diabo.

GOTTA SERVE SOMEBODY (Bob Dylan)
Refrão
You're gonna have to serve somebody, yes indeed
You're gonna have to serve somebody.
Well, it may be the devil or it may be the Lord
But you're gonna have to serve somebody.
Tradução
Você vai ter que servir alguém, sim, de fato
Você vai ter que servir alguém.
Bem, pode ser o diabo ou pode ser o Senhor
Mas você vai ter que servir alguém.

Entre os que desejam servir a Deus, há também diferenças. Havendo todos recebido do Senhor dons e capacidades, não os farão render da mesma forma, ao final. O fruto do amor, que o Senhor espera de todos, não será do mesmo modo abundante em todos.
Alguns serão capazes de maior amor, dispondo-se mais ao sacrifício, à renúncia, à doação de si, a tomar a cruz de cada dia com maior empenho no seguimento de Jesus. Receberão mais amor e glória como recompensa.
Outros, paralisados pelo medo da cruz, perderão o amor. E nada lhes sobrará, ao final, exceto a dor imensa de haverem desgostado o seu Senhor.
Muito em breve, o Senhor retornará. Seja no dia do juízo, no final dos tempos, para todos os homens desde os nossos primeiros pais, seja no dia da morte de cada um de nós. Qual terá sido, então, a nossa escolha? Com quanto amor O teremos amado? Quanto amor Lhe poderemos devolver?

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O chefe da sinagoga ficou furioso...

XXX Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Lc 13, 10-17


É preciso, antes de mais, ressaltar a firmeza da fé da mulher que foi curada por Jesus, a sua perseverança e confiança em Deus, depois de anos a fio de sofrimento.
Pois o Senhor nunca curou o corpo se a cura não significava a conversão da pessoa, o seu movimento para a fé em Deus, em primeiro lugar. Desse modo, a cura física também se tornava sinal para os demais. Não fosse assim, Jesus teria feito muitos milagres em sua cidade, Nazaré; mas o Evangelho diz claramente que "ali não fez muitos milagres, por causa da falta de fé deles". Nosso Senhor não opera milagres por mero sensacionalismo, para aparecer diante dos homens como se fosse uma espécie de mágico, mas para levar (ou aprofundar) à conversão - cura o corpo, em vista da cura da alma.
No entanto, conforme o relato que lemos hoje, uma testemunha qualificada da cura da mulher - o chefe da sinagoga - não apenas recusou-se a converter-se, como também endureceu ainda mais o coração. São Lucas relata que "ele ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado".
Enfureceu-se e tornou-se incapaz de alegrar-se com o bem do próximo e de maravilhar-se com a ação de Deus em favor da mulher que sofria. Certamente, algo na manifestação da Misericórdia Divina em benefício dela expôs, a seus próprios olhos, a dureza de seu coração, seu orgulhos e seus pecados mais secretos, que talvez escondesse de si mesmo debaixo da ilusão do perfeito cumprimento da Lei.
A compaixão de Jesus pela mulher derrubou o muro ilusório da autocomplacência do chefe da sinagoga. Por um instante, ele viu a si mesmo e a seus defeitos, como Deus os via. Nesse mesmo momento, a sós diante do Senhor em sua alma, ele teve a oportunidade de reconhecer seus erros, arrepender-se e pedir perdão. Teria sido recebido pelo Senhor com alegria e a dor se teria transformado em festa.
Ao invés disso, a dor de ver, ainda que por breve instante, a própria miséria foi-lhe insuportável. Não podia reconhecer-se cego, hipócrita, orgulhoso. Por isso, endureceu e fechou ainda mais o coração, deixou-se tomar pela ira e refugiou-se sob a capa do legalismo: "vinde, então, para serdes curados, mas não em dia de sábado".
Só então o Senhor expõe publicamente a hipocrisia do chefe da sinagoga, para ensinar aquelas pessoas e a nós.
O triste exemplo, profundamente negativo, do chefe da sinagoga é uma prova do quanto nos custa reconhecer nossas misérias - nossos pecados e defeitos.
Preferimos, tantas vezes, a tristeza que o pecado nos causa do que enfrentar a dor de seu reconhecimento para poder receber, na alegria, o perdão de Deus. Recusamos o anel no dedo e a roupa nova, trocamos o banquete no Reino de Deus pelo chiqueiro dos porcos.
Seja este o nosso propósito, hoje: fazer um profundo e corajoso exame de consciência, enfrentando o medo de sentir dor e vergonha de nós mesmos. Depois, busquemos com alegria e humildade o perdão de Deus, no confessionário, que é o tribunal de Sua Misericórdia, de onde sempre saímos absolvidos, se lá chegarmos com o coração contrito. O Senhor sempre saberá surpreender-nos com Seu amor e com a ternura de Sua acolhida.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A Justiça e o Amor de Deus

XXVIII Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Memória de Santa Teresa de Jesus, carmelita, virgem e doutora da Igreja
Lc 11, 42-46

Deixar de lado a justiça e o amor de Deus...
Com essas palavras, Nosso Senhor estabelece o que é mais importante na relação que Deus quer estabelecer com o home, uma relação de amor, cuja iniciativa sempre é de Deus, mas que exige do homem uma contrapartida (ainda que ínfima, se comparada com o que Deus dá ao homem nesta aliança de amor).
Mas o que se deve entender por "justiça" e "amor de Deus"? Não se trata de mero ritualismo, como o Senhor deixa claro neste texto. Mas também não é algo subjetivo ou relativo, como Jesus faz questão de sublinhar ao valorizar as práticas e, sim, condenar o seu esvaziamento: "vós deveríeis praticar isso sem deixar de lado aquilo".
Ao Deus que nos ama a ponto de entregar o Seu Filho para salvar-nos (cf. Jo 3, 16), só podemos corresponder com o maior amor que nos for possível, de total entrega e doação. Se Ele deu a vida por nós, também devemos dar a vida por Ele, todos os dias: morrendo para nós mesmos, para o nosso egoísmo e nossas misérias, abrindo-nos para as necessidades de nossos irmãos e fazendo o que está ao nosso alcance para curar as suas feridas.
Mas e quanto à justiça? O justo, para o Antigo Testamento, era aquele que obedecia a Deus, cumprindo com fidelidade a Sua Lei.
Jesus, porém, aperfeiçoa a justiça no amor, ao dizer: "quem me ama, cumpre os meus mandamentos" e "vós me amais, se fizerdes o que eu mando".
Portanto, justiça e amor estão mutuamente implicados. É preciso dar a Deus o culto que Lhe é devido (da forma como Ele quer) e cumprir os Mandamentos. Mas é preciso fazer tudo isso com amor e por amor, para que não incorramos na mesma condenação dos fariseus e mestres da lei.
Nosso Senhor não lhes condenou as práticas - "vós deveríeis praticar isso" - mas a falta de amor com a qual esvaziavam suas práticas - "sem deixar de lado aquilo".
Somos seres espirituais, mas também somos seres materiais, feitos de carne. Alguém já disse que o ser humano é essa belíssima união de corpo e alma. Por isso, não podemos negar a importância da prática da justiça (que corresponde ao corpo); mas também não podemos deixar de lado o amor de Deus (que corresponde à alma).
A supervalorização de qualquer dos dois aspectos, em detrimento do outro, provoca, lentamente, mas a passos firmes, a destruição e a perda da fé.
Por isso, é preciso buscar, sempre, o difícil equilíbrio entre oração e jejum, culto a Deus e prática do amor ao próximo (tanto pelas obras de misericórdia espirituais como pelas corporais).
Durante dois mil anos, ao longo de sua história, a Igreja sempre recomendou a todos os fieis a oração diárias e perseverante, ao lado de práticas de penitência e mortificação. Do mesmo modo, exortou a todos a frequência aos sacramentos (em especial, a Santa Missa), ao lado do atendimento dos mais necessitados.
Nada disso mudou, nem mesmo nos últimos cinquenta anos, desde que Nosso Senhor Jesus Cristo pronunciou as duras palavras que o Evangelho hoje nos relata. Porque o homem, o ser humano, continua a ser exatamente o mesmo.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

"Vaidade das vaidades, tudo é vaidade"

XXV Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Ecl 1, 2-11 / Sl 89(90) / Lc 9, 7-9


Tudo o que o homem faz, neste mundo, passa. Os dias de todo ser humano são limitados. E as marcas de suas ações não são percebidas como suas (ainda que deixem consequências na história) no decurso do tempo. Passam as gerações e os homens, grandes e pequenos, são esquecidos.
Uma coisa, porém, não muda e não passa: o desejo de Deus no coração do homem e sua sede de eternidade.
E porque essa é uma marca indelével da natureza humana, por mais que os caminhos que conduzem a Deus ("tantos quantos são os homens", no dizer do Papa Bento XVI) sejam rechaçados pelos homens (e, com frequência, o são, por incômodos que se apresentam), esse desejo, essa saudade de Deus sempre fala mais forte, sempre fere o coração humano com uma ferida de amor.
É bastante singular, porém, que o Evangelho nos apresente hoje um homem como o tetrarca Herodes (que só perdeu para o pai - Herodes, o Grande - em sede de poder, maldade e caprichos) sentindo-se incomodado pelos acontecimentos que lhe são relatados a respeito da pregação e dos sinais realizados por Jesus. Surpreende, mesmo, que o evangelista Lucas relate como o mesmo Herodes, intrigado pelas notícias que lhe são levadas a respeito do Senhor, "procurava ver Jesus".
No entanto, nem mesmo um rei pode fugir à natureza que lhe foi dada pelo Criador. Essa natureza é que nos confronta constantemente com a fugacidade das coisas deste mundo, mostrando-nos quanto são passageiras, perecíveis e inúteis, se o Senhor Deus não as tornar fecundas ("tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho", diz o salmo), se Ele, Deus, não lhes der peso de eternidade.
"Que proveito tira o homem de todo trabalho com o qual se afadiga debaixo do sol?", interroga-se o Eclesiastes. Podemos responder: nenhum, a não ser que procuremos ver Jesus, que nos deixemos encontrar por Ele, que Lhe permitamos moldar as nossas vidas conforme a Sua Vontade, mesmo que, para isso, nos seja necessário sofrer.
Pois, em Cristo, a vida do homem e seu trabalho neste mundo tornam-se penhor de vida eterna.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"... ela mostrou muito amor"

XXIV Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Lc 7, 36-50


Simão, o fariseu, considerava-se sem pecado. Decerto era cumpridor da Lei. Mas era por amor a Deus que a cumpria? Ou pelo orgulho de si mesmo, que esfria o coração e mata o amor? As palavras de Jesus não nos permitem saber qual era o pecado deste fariseu, mas dão a entender claramente que Simão também tinha seus pecados e não escapava à categoria de "pecador".
Ainda assim, Simão considerava-se inocente. Colocava-se, por isso, na posição de juiz da mulher, de quem ignoramos o nome e sabemos apenas que era uma pecadora pública - possivelmente, uma prostituta.
Qual dos dois - Simão ou a mulher - agradou mais ao Coração de Jesus? Simão, fechado em seu orgulho e empedernido em seus pecados e que, por isso, nem mesmo deu ao Senhor a cortesia devida ao hóspede? Ou a mulher, arrependida, que reconheceu-se pecadora e buscou, com amor e ternura, o perdão do Senhor?
Desse modo, quem talvez tenha pecado menos - Simão - não obteve o perdão e permaneceu com seus pecados. E a mulher, conhecida como pecadora, saiu perdoada, livre de seus muitos pecados e em paz, porque seu amor e humildade deram ocasião a Jesus de derramar sobre ela a Sua Misericórdia.
Sejam muitos ou poucos, graves ou menos graves, todos temos pecado. Todos ofendemos a Deus e O rejeitamos, por meio de nossos "pensamentos, palavras, atos e omissões", por nossa culpa.
Se o pecado é uma realidade comum a todos, a diferença fundamental é o que fazemos a partir disso. Com quem nos queremos parecer? Com Simão, orgulhoso e fechado para Deus, ou com a mulher, que reconheceu com humildade sua condição de pecadora, amou o Senhor e abriu-se para o perdão e a paz?
O Senhor nos espera todos os dias, pronto a perdoar-nos. Não há limites para o Seu Amor Misericordioso. Basta um pequeno passo em Sua direção, reconhecendo nossa miséria, e Ele perdoará o que quer que tenhamos feito e nos encherá da Sua Paz.
***
O Evangelho de hoje propõe-nos, ainda, outra reflexão: ao menos a cada domingo, cada um de nós tem a oportunidade de receber o Senhor na própria casa, através da comunhão eucarística, na Missa dominical.
E como recebemos o Senhor? Com a mesma atitude de Simão, o fariseu, que não atendeu sequer às mínimas regras de cortesia para com Aquele que convidara para ir a sua casa? Ou com o amor e com a ternura da mulher, que foi ao encontro de Jesus com lágrimas de dor e de arrependimento?
Quando Jesus Eucarístico entra em nossa casa, comportamo-nos como credores de Deus, desfiando um rosário sem fim de pedidos, sem sequer lembrarmos que os devedores somos nós? Nós, os pecadores? Nós, os necessitados de perdão? Nós, os que precisamos ser salvos?
Lembramo-nos que, antes de sermos nós a recebê-Lo, é Ele quem nos recebe em Seu Coração misericordioso? Somos agradecidos por tamanha condescendência? Sabemos manifestar a Jesus o nosso amor e o nosso carinho?
Sim, Jesus é Deus. Mas, como vemos pelo Evangelho de hoje, agrada-Se por receber, da parte de Suas criaturas, pelas quais entregou-Se à morte de cruz, um pouco de amor e de ternura. E espera por isso. Quando Ele vier à nossa casa, na próxima Missa em que comungarmos, saibamos dizer ao Senhor que O amamos e quanto Lhe somos gratos por dignar-Se vir até nós, na Eucaristia.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

"Todos tinham os olhos fixos nEle"

XXII Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Lc 4, 16-30


Olhamos e aguardamos que o Senhor nos fale. Esperamos ouvir a Sua Voz. Pensamos que desejamos ardentemente ouvi-lO, que temos sede de Sua Palavra.
No entanto, quando Ele fala, nós O expulsamos, dizendo que se cale. Ficamos furiosos e O rejeitamos, tal como fez o povo de Nazaré, na sinagoga.
Porque o Senhor não abrirá a boca em vão e nem se limitará a dizer o que nos agrada, senão aquilo que precisamos ouvir e viver para O conhecermos de fato, para O amarmos sempre mais, para O servirmos melhor a cada dia, de modo que possamos ser salvos por Ele e ganhemos o Céu.
Se quisermos ser discípulos de Jesus, devemos estar prontos para sermos por Ele confrontados conosco mesmos, a cada passo e sempre mais profundamente.
A dor faz parte desse processo. A dor é inevitável, se queremos progredir no bem, no amor e no serviço do Senhor.
Nosso Senhor não nos obrigará a nada (mesmo podendo fazê-lo, por ser Deus). Se O quisermos expulsar, Ele fará como com os nazarenos: "passando pelo meio deles, continuou o Seu caminho". Mas, se O escutarmos, conheceremos a alegria profunda que brota do encontro com o Senhor, que jamais Se deixa vencer em generosidade.
Interpelados pelas palavras do Evangelho, examinemos o nosso coração. Como reagimos quando Nosso Senhor nos confronta conosco mesmos? Sabemos fazer nosso coração humilde e dócil para Jesus?

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Não entram e não deixam entrar...

XXI Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Mt 23, 13-22

"Minhas ovelhas escutam a minha voz, Eu as conheço e elas me seguem" (Jo 10, 27)

De que modo pode alguém, um mero ser humano, fechar o Reino dos Céus aos outros homens? Como se impede alguém que o deseja de entrar no Reino dos Céus?
No tempo de Jesus, a hipocrisia farisaica criava prescrições inúteis e mesquinhas, aditivos humanos à Lei de Deus, de tal modo que o coração das pessoas, ainda que piedoso ao início, ia perdendo o amor e o verdadeiro temor de Deus (que nascem, crescem e se fortalecem das verdadeiras e legítimas práticas de vida espiritual) e tornava-se, aos poucos, pequeno, frio e legalista.
Em nosso tempo, convivemos com dois extremos. Há aqueles que se aferram às minúcias das práticas (que são, estas, sem dúvida importantes), mas descuidam o amor com que devem ser vividas e que as tornam vida para nós. E há os que desprezam as mesmas práticas, fazem cair os outros em um subjetivismo estéril, que afasta a pessoa de Deus e centra-a em si mesma, levando-a à idolatria.
A fé tem, certamente, um caráter pessoal. A relação com Deus é (e deve ser) pessoal. Portanto, carrega um certo grau de subjetividade. Mas não é subjetivista e, muito menos, individualista. O dado objetivo da fé e do culto a Deus está presente e deve ser observado.
Cabe a Deus dizer-nos como devemos prestar-Lhe culto, de modo que a Sua graça nos santifique. Esta escolha não é nossa. E, no entanto, estes meios serão formas mortas para nós, se não colocarmos neles o nosso coração e não nos abrirmos para eles com alegria, com a obediência da fé.
Buscando esse equilíbrio - difícil para nós, marcados como somos pelo pecado - é que devemos caminhar e ajudar os demais a também percorrer o mesmo caminho.
Só assim é que poderemos entrar no Reino dos Céus e ajudar outros a também entrar, sem que nos tornemos obstáculo para eles (e para nós mesmos).
O verdadeiro amor não é subjetivista e nem ritualista. Tudo o que quer é unir-se ao Amado, valorizando os meios que lhe foram objetivamente dados e neles imprimindo a marca pessoal de seu zelo, cuidado, carinho e ternura.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

"Felizes os convidados para o banquete nupcial do Cordeiro"

XX Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Memória de São Pio X, papa
Mt 22, 1-14

Ainda que possamos pensar na festa de casamento (núpcias) do Filho do Rei, Jesus Cristo, como algo cuja consumação se dará apenas no fim dos tempos, quando Cristo será tudo em todos, precisamos hoje lembrar, em referência ao Evangelho que a Liturgia da Igreja nos propõe para este dia, daquela antecipação do Céu da qual nos é permitido participar agora, todos os dias se quisermos.
Esse antegozo do Céu, desde agora acessível para nós, é a Santa Missa. Dos que a ela acorrem se diz: felizes os convidados para o banquete nupcial do Cordeiro.
É muito triste, mas é fato, que o Rei continue a enviar os Seus empregados (Seus representantes na terra, os sacerdotes) para chamar os convidados (todos nós), dizendo que tudo está pronto, e que estes convidados continuem a agir como aqueles da parábola: não querem ir, seguem ocupando-se de si mesmos e das coisas do mundo e ainda perseguem e matam os empregados leais, zelosos e obedientes do Senhor.
Chegará o tempo em que esses convidados que se recusam a atender ao convite do Rei serão para sempre excluídos das núpcias do Cordeiro, o Filho do Rei. Deus não permita que esses convidados, ao final expulsos definitivamente, sejamos nós.
O Rei, porém, não quer deixar vazio o banquete de Seu Filho e permite que todos sejam convidados e entrem. Há lugar, pois, para todos. Ninguém será excluído, exceto aqueles que não desejam participar da festa.
Mas há ainda um detalhe importante a ser observado por todos os convidados: é preciso usar o traje adequado. Não se pode participar das núpcias reais sem o traje de festa, de qualquer jeito. É preciso estar dignamente vestido, para ser admitido ao banquete. Pois é o Filho do Rei que desposa a Igreja, sua bem-amada.
Este traje é a graça santificante, sem a qual ninguém será admitido no Reino dos Céus. Do mesmo modo, ninguém pode participar do banquete do Cordeiro, a Eucaristia, se não estiver em graça de Deus. Acontecerá a esse como ao homem que não vestia o traje de festa, da parábola: será jogado fora, na escuridão.
Aproveitemos hoje, que celebramos a memória do Papa São Pio X, cognominado "o Papa da Eucaristia", para examinar as nossas vidas diante de Deus e, especialmente, o modo como participamos da Missa e recebemos o Senhor na Eucaristia.
Se não estivermos usando o "traje de festa", não precisamos desesperar ou desanimar. A infinita Misericórdia de Deus nos deixou o Sacramento da Penitência. Através dele, por meio de uma sincera confissão de nossos pecados, humilde e contrita, o Senhor nos restabelece a vida da graça. E assim podemos voltar a participar com alegria do banquete nupcial do Cordeiro, essa "pausa restauradora na caminhada rumo ao Céu", essa antecipação que podemos viver enquanto ainda somos peregrinos neste mundo, em busca da pátria definitiva.
***

São Pio X
Nasceu em 2 de junho de 1835 em Riese, Diocese de Treviso, Venesa , Áustria (hoje Itália)  com o nome de Giuseppe Melchiorre Sarto.
Filho de Giambattista Sarto um sapateiro e Margarida Sanson. Viveu uma infância pobre com oito irmãos.Batizado em 3 de junho de 1835. Confirmado em 1 de setembro de 1848. Sentiu o chamado para o sacerdócio em sua juventude e estudou no Seminário de Pádua, onde ficou conhecido como um excepcional estudante.
Ordenado pelo Beato Giovanni Antonio Farina em 18 de setembro de 1858. Capelão em Tombolo de 1858 a 1867. Indicado Arcebispo de Salzano de 1867. Cânon da Catedral de Treviso em 1875. Reitor do Seminário de Treviso, foi seu Diretor Espiritual por nove anos. Chanceler da Diocese de Treviso. Vigário de dezembro de 1879 até junho de 1880. Bispo de Mântua em novembro  de 1884. Assistente do pontífice em 19 de junho de 1891. Cardeal em 12 de junho de 1893. Patriarca de Veneza em 15 de junho de 1893. Foi eleito o 257º Papa da Igreja Católica em 4 de agosto de 1903, tomando o nome de Pio X, com o lema "RECAPITULARE OMNIA IN CHRISTO" (Ef 1, 10 - "restaurar todas as coisas em Cristo").
Notável teólogo, emitiu vários decretos e comungava freqüentemente. Destruiu os últimos vestígios do jansenismo, por advogar comunhões freqüentes e até mesmo diárias. Reformou a liturgia e promoveu simples e claras homilias. Revisou o Breviário e o ensino do catecismo. Trouxe o canto gregoriano para a Igreja. Combateu  a Teologia chamada de “Modernismo” (denunciada na Encíclica conhecida como Pascendi, que pode ser lida aqui), que denunciava com a “soma de todas as heresias”. Reorganizou a Cúria Romana, o órgão administrativo da Igreja. Trabalhou contra o antagonismo entre a Igreja e o Estado. Iniciou a codificação das Leis canônicas. Promoveu a leitura da Bíblia  que, segundo ele, deveria ser lida por todos da fé. Ajudou e incentivou as missões no estrangeiro.
Sempre dizia:  “Eu nasci pobre, eu vivi pobre e eu desejo morrer pobre”.
Ele facilitou aos doentes a comunhão dispensando para eles o jejum exigido na época. Alem disto é considerado o padroeiro da Primeira Comunhão porque decretou que as crianças deveriam comungar tão logo alcançassem a idade da discrição  e do discernimento do certo e do errado. É chamado, por isso, o Papa da Eucaristia.
Beatificou Joana na d'Arc e João Eudes, entre outros. E canonizou alguns santos: Santo Alexandre Sauli , São Geraldo Magela, São Clemente Mary Hofbauer e São José Oriol.
Faleceu em 20 de agosto de 1914 na Cidade do Vaticano de causas naturais, agravadas com suas terríveis preocupações com o início da Primeira Guerra Mundial. Foi enterrado no altar da capela da Representação, na Basílica de São Pedro. Foi beatificado em 3 de junho de 1951 e canonizado em 29 de maio de 1954, pelo papa Pio XII.
É o padroeiro da Arquidiocese de Atlanta, da Geórgia, da Des Moine, da Diocese de Kottoyam na Índia e da Zamboanga nas Filipinas. É também o padroeiro da Primeira Comunhão.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

"POR MIM E POR TI"

XIX Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Mt 17, 22-27


Vemos que imensa é a Misericórdia do Senhor, que hoje diz a Pedro que pague, com moeda encontrada na boca do peixe, "por Mim e por ti".
O que é esse peixe que carrega o pagamento mais do que suficiente em sua boca, senão um sinal do próprio Senhor Jesus? Pois Ele, Senhor e Deus, quis fazer-Se um conosco e pecado por nós, satisfazendo a justiça por Si e por toda a humanidade, cada um de nós.
Pedro, aqui, é figura da humanidade, devedora do tributo ao Senhor do Templo.
No entanto, como pode a humanidade pagar alguma coisa a Deus? Como pode um miserável tirar alguma riqueza de sua miséria? Como poderíamos nós, que somos pó e cinza, pagar a dívida contraída pelo pecado e, assim, cumprir toda a justiça?
Jesus socorreu a Pedro. E socorreu a todos nós. Movido por infinita Misericórdia, o Senhor vem em socorro daqueles mesmos que O rejeitaram por sua desobediência, nós, os rebeldes pretensiosos que julgamos poder existir e viver sem Deus.
Que o Senhor se digne derramar, hoje, sobre nós, um espírito de verdadeira contrição. E nós, olhando para a Sua Cruz, sinal extremo de Seu Amor, nos saibamos entristecer por aquilo que causaram os nossos pecados, a nossa rebeldia. Seja grande a dor do arrependimento, para mover-nos hoje e todos os dias de nossas vidas ao amor de Deus e ao Seu serviço.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

"E vós, quem dizeis que EU SOU?"

XVIII Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Mt 16, 13-23


Uma pergunta, quase casual, de Jesus aos discípulos, como se procurasse apenas informar-se do que andavam dizendo a Seu respeito ou quisesse saber das "últimas novidades" que circulavam na região.
Depois das "notícias", o Senhor dirige-se diretamente aos discípulos. Não há mais qualquer casualidade. Não é uma conversa banal. Jesus espera a resposta de uma pergunta decisiva. Da convicção sobre a Sua Pessoa, por parte daquele pequeno grupo dos Doze que compunham o círculo dos futuros apóstolos, os amigos mais íntimos do Senhor, dependerá o futuro de todas as gerações de discípulos de Cristo depois deles.
Significativamente, Pedro responde em nome de todos e professa a sua fé na divindade de Jesus, confessando que Ele é o Messias prometido e há tanto tempo esperado por Israel. E, assim, recebe de Jesus a promessa do Primado: ele, Pedro, será a cabeça visível da Igreja do Senhor, tornar-se-á o Vigário de Cristo. Ele, Pedro, e todos os seus sucessores, os papas.
Embora em menor dimensão, essa é a pergunta decisiva que o Senhor faz a cada um de nós. Chegará para cada um o dia em que, confrontados por Cristo, teremos de responder: "e tu, quem dizes que EU SOU"?
Nessa ocasião, poderemos ser dóceis ao Espírito Santo, que nos revela quem é Jesus, e responderemos como Pedro: "TU és o Messias (o Cristo), o Filho do Deus vivo".
Talvez, depois, sejamos vítimas das vicissitudes humanas e, ao vislumbrar ou experimentar a cruz (que sempre se fará presente na vida do discípulo do Senhor - "a cruz deve estar presente e tem que dobrar-nos sob seu peso", meditava São Josemaría Escrivá em sua Via Sacra), queiramos fugir dela, como fez Pedro ao negar por três vezes a Jesus justamente na hora de Sua Paixão.
Lembremos, nesses momentos, que Jesus o repreendeu duramente, mas não revogou Sua promessa. Mais tarde, concederá o Primado, às margens do Tiberíades, a um Pedro arrependido e cheio de amor por seu Senhor.
Ainda que erremos e caiamos, valerá sempre a resposta da fé - "TU és o Cristo" - se o amor pelo Senhor nos levar, uma e outra vez e sempre, ao arrependimento e à conversão.

sábado, 2 de agosto de 2014

O Justo Perseguido

XVII Semana do Tempo Comum, sábado
Mt 14, 1-12 / Jr 26, 11-16.24


Na leitura, no salmo e no Evangelho proclamados hoje, um ponto em comum: o justo perseguido. Tendo em mente que, para as Sagradas Escrituras, justo é aquele que serve ao Senhor Deus e faz a Sua Vontade, precisamos também considerar que os justos perseguidos que nos são apresentados são também profetas: Jeremias e João Batista.
Tanto um quanto outro denunciaram as infidelidades do povo da Antiga Aliança para com Deus: a idolatria e a imoralidade. E exortaram o povo a arrepender-se de suas más ações e voltar para Deus de todo o coração, com lágrimas de arrependimento, jejum e penitência.
Poucos, porém, os ouviram. Jeremias e João Batista, profetas de Deus cada qual em seu tempo, foram odiados, perseguidos, presos e mortos. E não apenas pelos poderosos, como a Escritura deixa claro. Na história de Jeremias, vemos com clareza que o povo todo queria matá-lo, por causa de suas palavras inconvenientes. Quanto a João Batista, é Nosso Senhor Jesus Cristo quem denuncia que, embora alguns se tivessem arrependido de seus pecados pela sua pregação, a maioria considerava João Batista austero demais e não quis ouvi-lo.
A exemplo da vida destes profetas, perseguidos, mas que nunca voltaram atrás em sua fidelidade e serviço a Deus, devemos procurar perseverar, ainda que seja necessário suportar, da parte dos demais, incompreensão, estranheza, calúnias e até perseguições mais duras, como tantos irmãos nossos suportam hoje no Oriente Médio, na África e na Ásia, chegando até mesmo a morrer por amor de Nosso Senhor.
Pois a própria vida daquele que deseja servir a Deus é um incômodo para os que não querem conformar-se às exigências do Evangelho. Já dizia São Paulo que todos os que queiram viver piedosamente em Cristo deverão suportar perseguições.
Guardemos no coração, para nosso conforto e esperança, as palavras de Cristo: no mundo tereis tribulações, mas, tende confiança, Eu venci o mundo. De fato, Jeremias e João Batista morreram e seus inimigos pareceram triunfar sobre eles. Mas a quem foi reservada e quem recebeu, de fato, uma coroa de glória imperecível? Os profetas do Senhor ou os seus perseguidores?

quinta-feira, 31 de julho de 2014

"COISAS NOVAS E VELHAS"

XVII Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Memória de Santo Inácio de Loyola, sacerdote e fundador da Cia. de Jesus
Mt 13, 47-53



Nosso Senhor contrapõe, ao final deste trecho, o "mestre da lei" ao "discípulo do Reino dos Céus". Pois, se na Antiga Aliança, havia entre os homens os que se chamavam mestres da Lei que foi dada ao povo por Deus através de Moisés, na vigência da Nova Aliança só há discípulos. Um só é o nosso Mestre, Jesus Cristo, o Senhor.
Mesmo aqueles, portanto, que são colocados por Deus à frente de Seu Povo para guiá-lo, conduzi-lo, governá-lo e ensiná-lo, mesmo esses devem sempre colocar-se diante de Jesus, seu Senhor, como discípulos diante do Mestre.
Se aqueles que são os representantes de Cristo devem agir assim, mais ainda os que somos as ovelhas do rebanho do Senhor, que devem ser apascentadas por eles. Se os que devem nos governar precisam ter um coração de discípulo, também nós precisamos e devemos e ainda muito mais do que eles.
A outra contraposição que o Senhor faz é entre as "coisas novas" e as "coisas velhas". Jesus afirma que todas - novas e velhas - formam um só tesouro, de cuja riqueza se deve usufruir sem distinção.
E se o Senhor se referia, chamando "tesouro", àquilo que pertencia à Antiga Aliança, então devemos considerar que muito maior é o tesouro da Igreja, no qual todas as coisas, novas e velhas, têm imenso e inigualável valor.
Aprendamos, pois, a jamais desprezar este grande tesouro que nos foi dado por Deus, do qual os santos souberam tão magnificamente tomar posse. É a herança dos santos (que é a herança de Cristo) destes mais de dois mil anos de história da Igreja. Pois os santos foram e são os melhores discípulos do Reino dos Céus.
Hoje a Igreja faz memória de Santo Inácio de Loyola, sacerdote, fundador dos jesuítas. Ele, justamente, foi motivado pela vida e pelos feitos de outros grandes santos que viveram antes de seu tempo. Não os refutou ou rejeitou como "coisas velhas" e sem valor. Pelo contrário, considerou-os como parte desse grande tesouro da Igreja e soube dele tomar posse para transformar a sua vida, colocando-se a serviço do único Senhor pelo qual vale a pena viver e morrer.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

"Vai, vende todos os seus bens..."



XVII Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Mt 13, 44-46


O que significa "vender todos os bens"  para comprar o campo onde o tesouro está escondido? E por que aquele que achou o tesouro o mantém escondido?
Ora, o Reino dos Céus é um tesouro que deve ser compartilhado. Aquele que conhece a Jesus Cristo sente a necessidade, o imperativo de levá-lO aos outros, para que conheçam e experimentem o Amor, como ele mesmo o experimentou. Tal como fez a samaritana a quem Jesus encontrou à beira do poço (cf. Jo 4). Mais ainda, é o próprio Cristo quem envia a anunciar o Evangelho a toda criatura (cf. Mc 16, 15); é uma ordem, não uma opção.
No entanto, há uma dimensão pessoal do encontro com o Senhor que deve se manter com essa característica e que é impossível compartilhar, ainda que seus reflexos se façam notar. O "tesouro escondido" da intimidade com o Senhor, do trato familiar com Jesus - isso é o que deve se manter escondido, porque faz parte da relação de amizade que o Senhor quer manter com cada um de modo exclusivo, em caráter totalmente pessoal.
Porque é desejo do Senhor fazer morada no coração de cada pessoa humana e com ela estabelecer uma relação íntima de amizade.
Quem encontra o tesouro do Amor de Deus e a Ele entrega inteiramente seu coração, deixará tudo por esse Amor e já não se importará com o que quer que seja pertencente a este mundo. Bens, honra, fama, amizades, sucesso e empreendimentos e tudo o mais - tudo será por ele considerado como de pouco valor em comparação com o Amor de Cristo, seu Senhor. E ele não se importará em deixar tudo para ganhar o Reino, o próprio Jesus.
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