quinta-feira, 25 de setembro de 2014

"Vaidade das vaidades, tudo é vaidade"

XXV Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Ecl 1, 2-11 / Sl 89(90) / Lc 9, 7-9


Tudo o que o homem faz, neste mundo, passa. Os dias de todo ser humano são limitados. E as marcas de suas ações não são percebidas como suas (ainda que deixem consequências na história) no decurso do tempo. Passam as gerações e os homens, grandes e pequenos, são esquecidos.
Uma coisa, porém, não muda e não passa: o desejo de Deus no coração do homem e sua sede de eternidade.
E porque essa é uma marca indelével da natureza humana, por mais que os caminhos que conduzem a Deus ("tantos quantos são os homens", no dizer do Papa Bento XVI) sejam rechaçados pelos homens (e, com frequência, o são, por incômodos que se apresentam), esse desejo, essa saudade de Deus sempre fala mais forte, sempre fere o coração humano com uma ferida de amor.
É bastante singular, porém, que o Evangelho nos apresente hoje um homem como o tetrarca Herodes (que só perdeu para o pai - Herodes, o Grande - em sede de poder, maldade e caprichos) sentindo-se incomodado pelos acontecimentos que lhe são relatados a respeito da pregação e dos sinais realizados por Jesus. Surpreende, mesmo, que o evangelista Lucas relate como o mesmo Herodes, intrigado pelas notícias que lhe são levadas a respeito do Senhor, "procurava ver Jesus".
No entanto, nem mesmo um rei pode fugir à natureza que lhe foi dada pelo Criador. Essa natureza é que nos confronta constantemente com a fugacidade das coisas deste mundo, mostrando-nos quanto são passageiras, perecíveis e inúteis, se o Senhor Deus não as tornar fecundas ("tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho", diz o salmo), se Ele, Deus, não lhes der peso de eternidade.
"Que proveito tira o homem de todo trabalho com o qual se afadiga debaixo do sol?", interroga-se o Eclesiastes. Podemos responder: nenhum, a não ser que procuremos ver Jesus, que nos deixemos encontrar por Ele, que Lhe permitamos moldar as nossas vidas conforme a Sua Vontade, mesmo que, para isso, nos seja necessário sofrer.
Pois, em Cristo, a vida do homem e seu trabalho neste mundo tornam-se penhor de vida eterna.

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