" (...) até o pouco que tem lhe será tirado"

XVI Semana do Tempo Comum, quinta-feira

Mt 13, 10-17

Hoje, de modo muito particular, a Palavra de Deus nos interpela: como estamos correspondendo à Graça de Deus, abundante em nossas vidas? Reconhecemos tudo o que nos é dado, os favores e benefícios de Deus, os Seus dons e a Sua proteção, a graça de haver recebido dEle a fé, por meio da Igreja? Procuramos, com todas as forças, corresponder a tudo o que temos recebido sem mérito algum de nossa parte?

E o nossos corações? Tornaram-se insensíveis aos apelos de Deus, como aquele povo de quem falava o profeta Isaías e mencionado por Nosso Senhor?

Pois, se não correspondemos ao amor de Deus, se nossos corações tornaram-se duros e fechados, então, aos poucos, perderemos tudo quanto nos foi dado por Ele (porque O teremos rejeitado e a todos os Seus dons), como disse Jesus: "ao que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado".

Mas, se correspondemos ao amor de Deus com todo o coração, Ele, que não se deixa vencer em generosidade, novas e maiores graças nos concederá, juntamente com dores e tribulações, que são o modo como Deus concede o privilégio de partilhar mais estreitamente da Cruz de Seu Filho Amado e são sinal de predileção divina. Conforme acrescenta Jesus: "pois ao que tem, será dado ainda mais e terá em abundância".

É oportuno lembrar, neste ponto, as palavras de Jesus à Santa Teresa (de Ávila, mística carmelita espanhola e doutora da Igreja) em um momento de sérias dificuldades pelas quais ela passava: "Teresa, é assim que Eu trato os meus amigos". Ao que Lhe responde ela, com grande presença de espírito e com o atrevimento de quem se sabe muito amada e ama muito: "Senhor, é por isso que os tens tão poucos".

Não podemos, pois, perder de vista a garantia de Jesus e o alto privilégio que nos foi concedido: "felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem". Somos felizes, em meio a quaisquer circunstâncias, se nos dispomos a ser discípulos de Jesus, ouvindo a Sua Palavra e esforçando-nos por colocá-la em prática, exatamente como fez a Santíssima Virgem Maria, a escrava do Senhor e Rainha do Céu e da terra.