quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"... foi para isso que Eu vim"

I Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Mc 1, 29-39


Nenhuma das ações de Deus é gratuita. Pelo contrário, sempre servem a uma finalidade maior, que nós, quase sempre, somos incapazes de dimensionar, em virtude de nossa cegueira espiritual e temporal. E ainda que consigamos, pela graça de Deus, ver a finalidade imediata de uma ação ou permissão divina, é-nos totalmente impossível alcançar todos os seus desdobramentos atuais e futuros e suas consequências neste mundo e no outro.
Hoje, o Evangelho nos mostra a cura da sogra de Pedro. E indica em seguida a imediata finalidade de tal cura. Livre da febre, "ela começou a servi-los". Não foi uma cura gratuita. E o evangelista quer apontar para isto: as curas não são a finalidade do ministério de Jesus, mas servem a essa finalidade.
O Evangelho relata as curas e exorcismos que o Senhor realiza como sinais da chegada do Reino de Deus entre nós, com a pessoa de Jesus. Sinais que devem ser manifestados a todos e, por isso, o Senhor não permanece em Cafarnaum. Possivelmente lá havia muitos mais doentes e possessos, mas Ele vai percorrer outras aldeias da Galileia.
Porque Jesus não é um mero curandeiro, um taumaturgo ou um mágico de plantão. Jesus é o Enviado do Pai. Ele não veio para livrar-nos de nossas pequenas mazelas cotidianas, mas para anunciar a proximidade do Reino dos Céus e abrir para nós as suas portas.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O SENHOR OS VIU E CHAMOU


I Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Mc 1, 14-20



O apelo à conversão, a crer no Evangelho é urgente, porque "o tempo já se completou". Vivemos o tempo da graça, o tempo que para nos é dado viver para que o nosso coração se volte para Deus, arrependido das más obras e dos maus desejos e ansiando por purificar-se, para poder um dia chegar ao Seu Reino, nos Céus, e contemplá-lo face a face.
É urgente voltar para Deus porque o Seu Reino está próximo. O Senhor já veio e aguardamos o Seu retorno para a realização plena e definitiva de Seu reinado. E, ainda antes de Sua vinda definitiva, Ele virá para nós, no dia em que se encerrar o curso de nossa vida terrena. O Reino de Deus, portanto, está próximo.
Enquanto isso, o Senhor vai passando por nossas vidas. Ao passar, Ele nos vê e o Seu olhar sobre nós não é indiferente. Jesus vê o mais profundo do nosso ser; contempla-nos; ama-nos. E, por isso, chama-nos a ser discípulos Seus, a segui-lO, como fez com Simão, André, Tiago e João.
Eles, ao ouvir o chamado de Jesus, deixaram tudo - sua vida antiga - e O seguiram. E nós, o que faremos? Como responderemos ao Senhor?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

"Senhor, se QUERES..."

Tempo do Natal, sexta-feira depois da Epifania
Lc 5, 12-16


Este leproso é um homem de fé. Não diz a Jesus - "se podes" - como fez o pai do menino possesso, mas "se queres". Crê no poder de Deus e também entende que não há, da parte de Jesus, qualquer obrigação de curá-lo. Por isso, expõe ao Senhor a sua necessidade com humildade, colocando-se ao dispor da Vontade santíssima de Deus a seu respeito. Desse modo toca profundamente o coração compassivo de Jesus e é atendido.
Precisamos nós, hoje, reconhecermo-nos neste leproso. Sofremos da lepra de nossas misérias e pecados e é necessário que o admitamos. Ninguém pode, diante do Senhor, crer-se limpo, puro, bom. Porque Ele sabe o que há no nosso coração. E, uma vez que tenhamos assumido a verdade a nosso respeito, podemos dizer-Lhe, com a alma e o coração expostos: "Senhor, se queres, tens o poder de curar-me e podes atender aos anseios mais profundos do meu coração; sei que podes e disponho-me, em tudo, à Tua Vontade".
E, uma vez que o Senhor nos conceda a cura, devemos, a exemplo do leproso, testemunhar com alegria e sem reservas a todos os homens a Sua Misericórdia.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura..."

Tempo do Natal, quinta-feira depois da Epifania
Lc 4, 14-22

Vivemos no hoje de Deus, no ano da graça que o Verbo feito carne veio proclamar. Sim, porque o Evangelho não era uma boa notícia, mas continua sendo a Boa Nova, sempre atual, enquanto não chega o fim dos tempos, enquanto aguardamos o retorno de nosso Senhor.
Também para nós, hoje, cumpre-se esta Escritura.
Mas em que medida, visto que a passagem de Isaías lida por Jesus fala em pobres, cativos, cegos e oprimidos? Como nos incluímos nestas categorias?
Infelizmente, esta citação tem se prestado para todo tipo de manipulação ideológica, nas últimas décadas. E já não é lida conforme o sentido espiritual que a Escritura lhe empresta.
Quem são os pobres? São, pura e simplesmente, os pobres em sentido material? Certamente que não. Se recorrermos à Escritura, podemos ver que os pobres de Yahweh são aqueles que põe toda a sua esperança em Deus e que, por isso, permanecem fieis a Ele. Estes pobres são os servos do Senhor, dos quais, certamente, Maria Santíssima é a primeira. Embora estes pobres também o possam ser em sentido material, não é necessário que o sejam.
E os cativos, os cegos, os oprimidos? Ora, Nosso Senhor veio para nos trazer libertação, sem dúvida. Mas veio para libertar-nos do demônio, do pecado e da morte. Éramos todos cativos do demônio, cegos de uma cegueira espiritual por causa do pecado e oprimidos pelo temor da morte. A vinda do Senhor na carne liberta-nos do nosso antigo senhor, o demônio, inimigo de Deus, para dar-nos a verdadeira liberdade, que é a liberdade de servi-lO, adorando-O em espírito e verdade. Jesus abre os nossos olhos para a verdadeira Vida e, por isso, a morte já não é mais nossa inimiga, mas a porta pela qual passamos para o Reino dos Céus.
Se é assim, os pobres aos quais a Boa Nova é anunciada somos todos nós. Todos os que, reconhecendo a nossa miséria, confiamo-nos a Deus e colocamos toda a nossa esperança somente nEle. Todos os que tomarmos o nome de cristãos, até o fim dos tempos.
E é por isso que podemos ouvir com alegria que hoje se cumpre para nós esta passagem da Escritura que acabamos de ouvir.
Lembremo-nos, porém, da advertência que a mesma Escritura nos faz: "hoje, se ouvirdes a Sua Voz, não fecheis o vosso coração" (cf. Sl 94, 8 e Hb 3, 7-8).

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

"Eles tinham os corações endurecidos"

Tempo do Natal, quarta-feira depois da Epifania
Mc 6, 45-52


Se temos o coração endurecido, como podemos compreender quando Deus nos visita? Se os discípulos não foram capazes de fazê-lo, apesar de terem visto com os próprios olhos os milagres realizados pelo Senhor - a multiplicação dos pães e o caminhar sobre as águas - como poderemos nós, que somos visitados por Deus nas circunstâncias ordinárias da vida, talvez mais frequentemente pela dor do que pela alegria?
E, no entanto, sempre que vem a nós, o Senhor diz: "Coragem, sou Eu! Não tenhais medo!" A Sua Presença faz o vento contrário das tribulações cessar. NEle somos fortes e vencedores do mundo.
A dureza de coração impede de reconhecer o Senhor. Mas Ele vem, insiste, bate à porta. Não deixemos de abrir. Removamos os obstáculos - o medo, o orgulho, a autossuficiência - que nós mesmos colocamos. Jesus entrará e nos trará a paz.
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