segunda-feira, 29 de junho de 2015

SEGUIR JESUS SEM IMPOR CONDIÇÕES

XIII Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Mt 8,18-22


O seguimento de Cristo exige a desacomodação constante. Jesus está cercado pela multidão e, por causa dessa popularidade, poderia começar a construir um caminho de glórias humanas e, quem sabe, até mesmo de ascensão ao poder temporal.
Ao invés disso, manda que os discípulos passem com Ele para a outra margem do lago, afastando-os, assim, da multidão, para que compreendessem que não deviam levar em consideração as glórias humanas e nem dar-lhes importância.
Jesus não oferece aos Seus discípulos uma vida fácil e cômoda; pelo contrário, promete-lhes um trabalho sem descanso ("o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça") e exige deles uma dedicação total ("deixa que os mortos sepultem seus mortos").
O Senhor não poderia ser mais claro quanto ao que espera todo aquele que deseja segui-lO. Pouco antes havia falado em perseguição e morte como as "recompensas" deste mundo aos que se tornam Seus discípulos. Maior ainda, porém, é a recompensa de Jesus: a vida eterna, a felicidade sem fim e perfeita, a glória do Céu, a participação no Seu Reino.
Sabendo o que nos espera neste mundo - pois o Senhor não engana ninguém e tem os braços abertos para todo aquele que estiver disposto a segui-lO até a cruz - façamos a escolha certa.

"Eis que hoje ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição (...). Escolhe, pois, a vida (...), amando o Senhor teu Deus e obedecendo à Sua voz e permanecendo unido a Ele. (...)"
(Dt 30, 19-20)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A PURIFICAÇÃO DO OLHAR - "O OLHO É A LÂMPADA DO CORPO"

XI Semana do Tempo Comum, sexta-feira
Mt 6, 19-23


Diz o Senhor que "o olho é a lâmpada do corpo". É, portanto, o nosso olhar sobre as coisas, o modo como vemos a realidade, tudo quanto existe, que vai determinar se estamos na luz de Cristo ou nas trevas, longe de Deus.
Quando nos deixamos iluminar por Cristo e procuramos ver as coisas segundo Deus, o nosso olhar sobre a realidade vai se purificando e, aos  poucos, podemos enxergar melhor, porque nos deixamos curar pelo Senhor, como o cego a quem Jesus restituiu a visão aos poucos e não toda de uma vez.
Enxergar melhor, ter o olhar purificado, ter o olho sadio - tudo isso significa aprender a ver e compreender as coisas como Deus as vê e compreende. Ou seja, trocar o ponto de vista e a mentalidade mundanos por um ponto de vista e uma mentalidade conformes a Deus. Assim, aprendemos a conhecer a Vontade de Deus a nosso respeito e vamos aprendendo a querer o que Deus quer e a fazer o que Deus quer. Assim nos tornamos discípulos.
Quem não se deixa iluminar pelo Senhor e ter o seu olhar curado e purificado, esse vai sendo dominado pela cegueira do mundo e fecha-se em trevas cada vez mais profundas, até rejeitar completamente a Luz do Senhor que lhe é oferecida e proposta.
Peçamos, hoje, ao Pai, por intercessão da Santíssima Virgem Maria, que façamos de Jesus Cristo o grande e único tesouro do nosso coração, para que a Sua Luz cure e purifique o nosso olhar. Iluminados por Ele, possamos sempre mais conhecer, querer e efetivamente cumprir a Sua Vontade santíssima.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

DIANTE DE DEUS OU DIANTE DOS HOMENS?

XI Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Mt 6, 1-6.16-18

Nosso Senhor coloca em questão, para nós, hoje, duas atitudes opostas: a atitude daqueles que realizam suas obras (oração, jejum, esmola) diante dos homens "só para serem vistos por eles" e a atitude daqueles que realizam as mesmas obras diante de Deus, "no segredo" de seu quarto (ou seja, no segredo de seu coração).
A primeira atitude traz em si a recompensa das obras realizadas diante dos homens: já foram vistos, já receberam os aplausos do mundo, "já receberam a sua recompensa". Para a segunda atitude, há uma reserva de recompensa, pois o Senhor diz apenas que "o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa", sem dizer qual é e nem quando será dada (mas, se nos lembrarmos de outras passagens, podemos compreender que a recompensa de que fala Jesus é o ter parte no Reino dos Céus e que será dada quando partirmos desta vida para a eternidade).
No fundo, trata-se de fazer uma escolha entre uma e outra atitude. Trata-se de escolher a quem se vai amar mais: a Deus ou a si mesmo. E de escolher que glória se vai preferir: a glória do Reino dos Céus ou a glória deste mundo.
Aquele que ama mais a si mesmo, prefere a glória deste mundo, isto é, o reconhecimento das outras pessoas, a fama (mesmo que restrita a um pequeno círculo de pessoas), o prestígio mundano.
Pois quem faz esta escolha não crê, de fato, em Deus. Para ele, Deus não está visível, não é concreto, é como se não existisse. Como poderia existir algo maior e mais importante do que esta vida e este mundo, pergunta-se ele? Como pode Deus ser todo-poderoso se não é capaz nem mesmo de frear os desatinos deste mundo? E, assim, este homem torna-se cada vez mais mundano, cada vez mais terrestre, cada vez menos capaz de colocar-se ou compreender-se sob o olhar de Deus, cada vez mais indiferente ao amor de seu Criador e Redentor.
Quem ama mais a Deus do que a si mesmo sabe, pelo contrário, que o Senhor o vê constantemente e conhece todos os seus atos e as profundezas de seu coração. Por isso prefere ir-se ocultando aos olhos deste mundo, para realizar suas ações somente em Deus e diante de Deus, para só a Ele agradar, preferindo antes glorificar a Deus do que receber a glória vã deste mundo que passa - e passa muito rapidamente.
"Onde está o teu tesouro, ali está o teu coração", disse o Senhor em outro lugar. Que o nosso tesouro único seja Ele mesmo, Jesus Cristo, nosso Senhor, para que nossos corações estejam com Ele, no alto, em Seu Reino, nos Céus.
Assim se fará verdade o que respondemos a cada Missa:
- SURSUM CORDA (corações ao alto)!
- HABEMUS AD DOMINUM (já os temos no Senhor - ou: o nosso coração está em Deus)!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

OS MILAGRES E A PROVIDÊNCIA DIVINA

X Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Memória de São Barnabé, apóstolo
Mt 10, 7-13


Notemos que o Senhor, neste Evangelho, coloca as coisas em uma hierarquia: em primeiro lugar, o anúncio da proximidade do Reino dos Céus; em segundo lugar, os sinais que devem acompanhar este anúncio e que lhe são subordinados.
Porque os sinais e milagres são concedidos por Deus para uma única e exclusiva finalidade: que os homens, pelos sinais que veem fazer o pregador, pela graça divina, creiam em seu anúncio - "o Reino dos Céus está próximo" - e creiam, sobretudo, no Senhor que envia o pregador e opera os sinais por seu intermédio.
Deus não opera sinais, prodígios e milagres para resolver nossos problemas terrenos, como por um passe de mágica, mas para que creiamos em Seu Nome e em Sua Palavra. A fé é mais importante, porque é ela que conduz à salvação.
Nosso Senhor sabe o que é melhor para nós. E conduz as nossas vidas, em Sua Providência e na medida em que livremente nos deixamos conduzir por Ele, tendo em vista a nossa salvação eterna. Portanto, confiemos e sejamos perseverantes na fé, ainda que não vejamos sinais e prodígios. Coloquemos totalmente nas mãos de Deus as nossas vidas e sejamos agradecidos por qualquer coisa que Ele nos permitir em Sua infinita Misericórdia.
Se formos fieis, principalmente nas horas amargas, um dia, no Céu, compreenderemos tudo e saberemos por que motivos nosso Deus e Senhor nos conduziu ao Seu Reino também mediante o sofrimento.
E ainda maior será a nossa alegria e o imenso júbilo com que cantaremos os louvores do Senhor, por todo o sempre.

terça-feira, 9 de junho de 2015

QUERER O CÉU E NÃO SE CONTENTAR COM MENOS

X Semana do Tempo Comum, terça-feira
Memória de São José de Anchieta, S.J., apóstolo do Brasil
Mt 5, 13-16

Que o discípulo de Cristo deve ser luz do mundo e sal da terra, é a reflexão comum. Já não acontece o mesmo com a reflexão sobre o sal que perde o sabor e sobre a luz que se esconde.
Quando é que esse mesmo discípulo de Cristo torna-se sal sem sabor (insosso) e sem utilidade? Quando é que ele mesmo, o discípulo, esconde a luz que nele se reflete e que deve brilhar para todos?
Talvez, recordando a veemência com que o Papa Bento XVI condenava o relativismo, quando o discípulo de Cristo se deixa contaminar por este mal tão grave de nossos dias, esquecendo-se que Jesus Cristo é a Verdade e que Suas palavras e os Mandamentos da Lei de Deus, cuja validade e perenidade Ele reafirmou, não estão submetidos às circunstâncias e às conveniências humanas e não mudam conforme o tempo, a sociedade e os costumes que vêm e vão.
Hoje, mais do que nunca, se queremos ser sal da terra e luz do mundo como deve ser o verdadeiro discípulo de Cristo - sal com sabor e luz que ilumina porque não se esconde - precisamos ser fieis ao que disse o Senhor, à doutrina que Ele confiou à Igreja por meio dos apóstolos e de seus sucessores, até hoje e até o fim dos tempos.
Precisamos reafirmar, por exemplo, que nem "toda forma de amor vale a pena" (para citar uma canção popular antiga) e que nem tudo o que se entende por amor, hoje, realmente é amor - muitas vezes não passa de sentimentalismo, superficial e volúvel.
Devemos também voltar a valorizar o culto sagrado, respeitando a Sagrada Liturgia e suas normas, para prestar culto a Deus e adorá-lO da forma como Ele quer ser adorado, não do jeito que "achamos" mais "bonito" ou mais "criativo".
Faz-se urgente que a maior ambição de cada discípulo de Cristo seja amar a Deus sobre todas as coisas, de todo o coração, com todas as forças, para ganhar o Céu, pois um discípulo de Cristo digno deste nome não deseja menos que a santidade e nem se contenta com "poder, pelo menos, ir para o Purgatório" quando deixar esta vida.
Não é pouco o que o Senhor nos pede. Deus, de fato, espera muito de nós. Como disse Jesus a Santa Catarina de Sena: "Eu não te amei de brincadeira".
Se o Senhor leva tão a sério o Seu amor por nós, míseras criaturas, como haveremos de retribuir-Lhe?


quinta-feira, 4 de junho de 2015

TORNAR-NOS AGRADECIDOS PELO DOM DA EUCARISTIA

Solenidade de Corpus Christi
Mc 14,12-16.22-26


A Eucaristia é alimentomemorial e sacrifício.
Porque "não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura daquela que está por vir" (Hb 13, 14) e porque "Cristo veio como sumo sacerdote de bens futuros" (Hb 9, 11), precisamos deste alimento da alma, para não desfalecermos no caminho.
Em meio às provações desta vida, que seria de nós se estivéssemos sozinhos? Mas o Senhor, Ele mesmo, faz-Se Pão para  jornada desta vida, que deve terminar no Reino dos Céus.
E porque é memorial e sacrifício, ao participarmos da celebração eucarística (Missa), ela não apenas nos recorda os acontecimentos da nossa salvação, mas torna-os verdadeiramente presentes, de tal modo que podemos, de fato e não apenas ritualmente, participar e nos deixamos inserir no único sacrifício de Cristo na cruz, oferecido por nós, para a nossa salvação, uma vez por todas.
Se compreendêssemos a grandeza da Eucaristia, daquilo que nos é concedido participar... Talvez morrêssemos de amor, talvez aprendêssemos a nos arrepender real e profundamente de nossos pecados, talvez nos tornássemos verdadeiramente agradecidos a Deus por tão imenso dom de Seu Amor misericordioso, como o é de modo único a Eucaristia.
Louvado seja o Senhor, nosso Deus, que, para sustentar e enriquecer a nós, Suas pequenas e miseráveis criaturas, rebaixa-Se a tomar as aparências do pão e do vinho!
Ele, que o universo inteiro não pode conter, faz de nossas almas a Sua morada...!

segunda-feira, 1 de junho de 2015

ESTAMOS FAZENDO A VINHA DE NOSSA VIDA DAR FRUTOS PARA DEUS?

IX Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Memória de São Justino Mártir
Mc 12, 1-12


Para cada um de nós, a vinha que nos foi arrendada para cultivarmos e produzirmos fruto é a nossa própria vida.
Não podemos simplesmente esquecer ou ignorar, como fizeram os agricultores da parábola, que a vida que temos neste mundo nos foi dada por Deus. Não é nossa, não nos pertence, não podemos fazer com ela o que bem entendemos.
O Senhor nos criou do nada, deu-nos o ser e a existência, deu-nos a vida, enfim, para que possamos conhecê-lO, amá-lO e servi-lO e assim ganharmos a Vida eterna e perfeitamente feliz, com Deus, em Seu Reino.
Na primeira leitura (Tb 1,3;2,1-8), vemos Tobit, que arrisca sua vida e sua liberdade para prestar um serviço de caridade e fazer uma grande obra de misericórdia: enterrar os mortos.
São Justino Mártir, cuja memória hoje celebramos, preferiu morrer a abjurar da fé, sacrificando aos deuses (ídolos) romanos.
Na vinha de suas vidas, deram os frutos que Deus esperava deles. Hoje são exemplo para nós.
E nós, quando o Senhor vier buscar o que é Seu de direito, os frutos da vinha de nossa vida, que Ele nos deu para cultivarmos, que faremos? Vamos rejeitá-lO, como os agricultores da parábola? Ou Lhe daremos os frutos de nosso amor, em retribuição ao amor infinito que Deus tem por nós?
Estamos fazendo a vinha de nossa vida dar frutos para Deus?
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