quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"... ela mostrou muito amor"

XXIV Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Lc 7, 36-50


Simão, o fariseu, considerava-se sem pecado. Decerto era cumpridor da Lei. Mas era por amor a Deus que a cumpria? Ou pelo orgulho de si mesmo, que esfria o coração e mata o amor? As palavras de Jesus não nos permitem saber qual era o pecado deste fariseu, mas dão a entender claramente que Simão também tinha seus pecados e não escapava à categoria de "pecador".
Ainda assim, Simão considerava-se inocente. Colocava-se, por isso, na posição de juiz da mulher, de quem ignoramos o nome e sabemos apenas que era uma pecadora pública - possivelmente, uma prostituta.
Qual dos dois - Simão ou a mulher - agradou mais ao Coração de Jesus? Simão, fechado em seu orgulho e empedernido em seus pecados e que, por isso, nem mesmo deu ao Senhor a cortesia devida ao hóspede? Ou a mulher, arrependida, que reconheceu-se pecadora e buscou, com amor e ternura, o perdão do Senhor?
Desse modo, quem talvez tenha pecado menos - Simão - não obteve o perdão e permaneceu com seus pecados. E a mulher, conhecida como pecadora, saiu perdoada, livre de seus muitos pecados e em paz, porque seu amor e humildade deram ocasião a Jesus de derramar sobre ela a Sua Misericórdia.
Sejam muitos ou poucos, graves ou menos graves, todos temos pecado. Todos ofendemos a Deus e O rejeitamos, por meio de nossos "pensamentos, palavras, atos e omissões", por nossa culpa.
Se o pecado é uma realidade comum a todos, a diferença fundamental é o que fazemos a partir disso. Com quem nos queremos parecer? Com Simão, orgulhoso e fechado para Deus, ou com a mulher, que reconheceu com humildade sua condição de pecadora, amou o Senhor e abriu-se para o perdão e a paz?
O Senhor nos espera todos os dias, pronto a perdoar-nos. Não há limites para o Seu Amor Misericordioso. Basta um pequeno passo em Sua direção, reconhecendo nossa miséria, e Ele perdoará o que quer que tenhamos feito e nos encherá da Sua Paz.
***
O Evangelho de hoje propõe-nos, ainda, outra reflexão: ao menos a cada domingo, cada um de nós tem a oportunidade de receber o Senhor na própria casa, através da comunhão eucarística, na Missa dominical.
E como recebemos o Senhor? Com a mesma atitude de Simão, o fariseu, que não atendeu sequer às mínimas regras de cortesia para com Aquele que convidara para ir a sua casa? Ou com o amor e com a ternura da mulher, que foi ao encontro de Jesus com lágrimas de dor e de arrependimento?
Quando Jesus Eucarístico entra em nossa casa, comportamo-nos como credores de Deus, desfiando um rosário sem fim de pedidos, sem sequer lembrarmos que os devedores somos nós? Nós, os pecadores? Nós, os necessitados de perdão? Nós, os que precisamos ser salvos?
Lembramo-nos que, antes de sermos nós a recebê-Lo, é Ele quem nos recebe em Seu Coração misericordioso? Somos agradecidos por tamanha condescendência? Sabemos manifestar a Jesus o nosso amor e o nosso carinho?
Sim, Jesus é Deus. Mas, como vemos pelo Evangelho de hoje, agrada-Se por receber, da parte de Suas criaturas, pelas quais entregou-Se à morte de cruz, um pouco de amor e de ternura. E espera por isso. Quando Ele vier à nossa casa, na próxima Missa em que comungarmos, saibamos dizer ao Senhor que O amamos e quanto Lhe somos gratos por dignar-Se vir até nós, na Eucaristia.

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