quarta-feira, 28 de julho de 2010

XVII Semana do Tempo Comum – Mt 13, 44-46

Todo aquele que procura o Reino dos Céus de coração sincero e com retidão de consciência haverá de encontrá-lo, pois Deus se deixa encontrar, mais ainda, vai ao encontro de todo ser humano que busca a Verdade.

Mas também os que não procuram o Reino poderão encontrá-lo, sem que o tenham esperado ou desejado, porque Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade (cfe. 1Tim 2,4).

Porém, se a parte de Deus é deixar-se encontrar, buscar a Sua criatura para ser por ela encontrado, assim que o encontro ocorre chega o momento da resposta por parte do homem, a hora decisiva.

O homem foi criado livre por Deus. Livremente, portanto, deve decidir se acolherá ou rejeitará o Reino que lhe é oferecido pelo Senhor. A decisão de acolhê-lo decorre do reconhecimento de seu valor infinito. Então, esse homem vende todos os seus bens para entrar na sua posse. Porque o Reino dos Céus é mais precioso do que todos os bens da terra.

Quarta-feira da 17ª semana do Tempo Comum : Mt 13,44-46

Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja 
Vida de São Francisco, Legenda major, cap. 7 (a partir da trad. de Vorreux, Eds franciscaines 1951, p. 122)

A pérola de grande valor

De entre os dons espirituais recebidos da generosidade de Deus, Francisco obteve em particular o de enriquecer constantemente o seu tesouro de simplicidade graças ao seu amor pela extrema pobreza. Vendo que aquela que tinha sido a companheira habitual do Filho de Deus se tornara, nessa altura, objecto de uma aversão universal, tomou a peito desposá-la e devotou-lhe um amor eterno. Não satisfeito em «deixar por ela pai e mãe» (cf. Gn 2, 24), distribuiu pelos pobres tudo o que pudesse ter (cf. Mt 19, 21). Nunca ninguém guardou tão ciosamente o seu dinheiro como Francisco guardou a sua pobreza; nunca ninguém vigiou o seu tesouro com maior cuidado do que o que ele colocou em guardar esta pérola de que fala o Evangelho. 

Nada o magoava mais do que encontrar junto dos seus irmãos qualquer coisa que não fosse perfeitamente conforme à pobreza dos religiosos. Pessoalmente, desde o princípio da sua vida como religioso até à morte, não teve senão uma túnica, uma corda a servir de cinto e umas bragas como única riqueza; não precisava de mais nada. Acontecia-lhe muitas vezes chorar ao pensar na pobreza de Cristo Jesus e na de Sua Mãe. Dizia ele: «Aqui está a razão pela qual a pobreza é a rainha das virtudes: pelo esplendor com que brilhou no «Rei dos reis» (1Tm 6, 15) e na Rainha Sua Mãe.»

Quando os irmãos lhe perguntaram um dia qual era a virtude que nos torna mais amigos de Cristo ele respondeu abrindo-lhes, por assim dizer, o segredo do seu coração: «Sabei, irmãos, que a pobreza espiritual é o caminho privilegiado para a Salvação, visto que é a seiva da humildade e a raiz da perfeição; os seus frutos são incontáveis, embora escondidos. Ela é esse «tesouro escondido num campo», do qual nos fala o Evangelho, pelo qual é necessário vender tudo o resto e cujo valor deve impelir-nos a desprezar todas as outras coisas.»

(do site: http://www.evangelhoquotidiano.org/)

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