sábado, 31 de julho de 2010

XVII Semana do Tempo Comum – Mt 14, 1-12 – Memória de Santo Inácio de Loyola


A liturgia deste sábado coloca-nos diante de dois grandes profetas suscitados por Deus para falar em Seu Nome ao Povo de Israel: Jeremias, um dos grandes profetas do Antigo Testamento, e João Batista, o precursor do Senhor, cuja missão era preparar o povo para a chegada de Jesus, o Messias desde há muito prometido e esperado.
Ambos, Jeremias e João, anunciaram com fidelidade tudo quanto o Senhor lhes ordenara e denunciaram e expuseram a infidelidade e o pecado dos homens. E, da parte destes, receberam como única retribuição a perseguição, a prisão, as ameaças. João foi morto porque expôs publicamente o pecado do rei Herodes.
Tem razão Paulo quando diz que "todos os que quiserem viver com piedade em Cristo Jesus serão perseguidos" (2Tim 3,12). Não há como ser de outro modo, pois a própria vida dos discípulos de Cristo é um testemunho em alta voz contra as obras do mundo, uma denúncia constante dos erros dos homens que vivem longe de Deus.
Por isso a Igreja, hoje, sofre tão dura perseguição e tanto se deseja calar a sua voz, a voz do Papa, que insistentemente proclama a Verdade e denuncia o erro e o pecado, conclamando os homens, sem cessar, a converterem suas vidas e seus corações ao Senhor, seu Deus.
Tudo isso, porém, é motivo de alegria para nós, pois, conforme a promessa de Jesus, "felizes sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós" (Mt 5, 11-12). Porque "a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas obras eram más. Pois quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus" (Jo 3, 19-21).


(do site http://www.evangelhoquotidiano.org)
Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Pedro Damião (1007-1072), eremita e depois bispo, Doutor da Igreja 
Sermões 24-25

Precursor na vida e na morte

João foi Precursor de Cristo pelo nascimento, pela pregação, pelo baptismo e pela morte. [...] Seremos capazes de descobrir uma única virtude, um só género de santidade que o Precursor não tenha possuído no mais alto grau? Entre os santos eremitas, nunca nenhum impôs a si mesmo esta regra de ter apenas por alimento mel silvestre, ao qual se junta essa coisa incomestível: gafanhotos! Alguns renunciam ao mundo e fogem dos homens para viver santamente, mas João era apenas uma criança [...] quando se adentrou no deserto e escolheu resolutamente viver em solidão. Renunciou a suceder a seu pai no cargo de sacerdote, a fim de poder anunciar com toda a liberdade o Pai verdadeiro e soberano. Os profetas predisseram antecipadamente a vinda do Salvador, os apóstolos e os outros mestres da Igreja atestam que essa vinda teve realmente lugar, mas João mostrou-O presente entre os homens. Muitos guardaram a virgindade e não sujaram a brancura das suas túnicas (cf. Ap 14, 4), mas João renunciou a toda a companhia humana, a fim de arrancar pela raiz os mais intensos desejos da carne e, cheio de fervor espiritual, viveu entre os animais selvagens.  
João preside ao próprio cerne do coração escarlate dos mártires, como mestre de todos eles: combateu valentemente pela verdade e morreu por ela. Tornou-se o chefe de todos aqueles que lutam por Cristo e, primeiro que todos eles, cravou no céu o estandarte triunfal do martírio.

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