XX Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Memória de São Pio X, papa
Mt 22, 1-14
Ainda que possamos pensar na festa de casamento (núpcias) do Filho do Rei, Jesus Cristo, como algo cuja consumação se dará apenas no fim dos tempos, quando Cristo será tudo em todos, precisamos hoje lembrar, em referência ao Evangelho que a Liturgia da Igreja nos propõe para este dia, daquela antecipação do Céu da qual nos é permitido participar agora, todos os dias se quisermos.
Esse antegozo do Céu, desde agora acessível para nós, é a Santa Missa. Dos que a ela acorrem se diz: felizes os convidados para o banquete nupcial do Cordeiro.
É muito triste, mas é fato, que o Rei continue a enviar os Seus empregados (Seus representantes na terra, os sacerdotes) para chamar os convidados (todos nós), dizendo que tudo está pronto, e que estes convidados continuem a agir como aqueles da parábola: não querem ir, seguem ocupando-se de si mesmos e das coisas do mundo e ainda perseguem e matam os empregados leais, zelosos e obedientes do Senhor.
Chegará o tempo em que esses convidados que se recusam a atender ao convite do Rei serão para sempre excluídos das núpcias do Cordeiro, o Filho do Rei. Deus não permita que esses convidados, ao final expulsos definitivamente, sejamos nós.
O Rei, porém, não quer deixar vazio o banquete de Seu Filho e permite que todos sejam convidados e entrem. Há lugar, pois, para todos. Ninguém será excluído, exceto aqueles que não desejam participar da festa.
Mas há ainda um detalhe importante a ser observado por todos os convidados: é preciso usar o traje adequado. Não se pode participar das núpcias reais sem o traje de festa, de qualquer jeito. É preciso estar dignamente vestido, para ser admitido ao banquete. Pois é o Filho do Rei que desposa a Igreja, sua bem-amada.
Este traje é a graça santificante, sem a qual ninguém será admitido no Reino dos Céus. Do mesmo modo, ninguém pode participar do banquete do Cordeiro, a Eucaristia, se não estiver em graça de Deus. Acontecerá a esse como ao homem que não vestia o traje de festa, da parábola: será
jogado fora, na escuridão.
Aproveitemos hoje, que celebramos a memória do Papa São Pio X, cognominado "o Papa da Eucaristia", para examinar as nossas vidas diante de Deus e, especialmente, o modo como participamos da Missa e recebemos o Senhor na Eucaristia.
Se não estivermos usando o "traje de festa", não precisamos desesperar ou desanimar. A infinita Misericórdia de Deus nos deixou o Sacramento da Penitência. Através dele, por meio de uma sincera confissão de nossos pecados, humilde e contrita, o Senhor nos restabelece a vida da graça. E assim podemos voltar a participar com alegria do banquete nupcial do Cordeiro, essa "
pausa restauradora na caminhada rumo ao Céu", essa antecipação que podemos viver enquanto ainda somos peregrinos neste mundo, em busca da pátria definitiva.
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São Pio X
Nasceu em 2 de junho de 1835 em Riese, Diocese de Treviso, Venesa , Áustria (hoje Itália) com o nome de Giuseppe Melchiorre Sarto.
Filho de Giambattista Sarto um sapateiro e Margarida Sanson. Viveu uma infância pobre com oito irmãos.Batizado em 3 de junho de 1835. Confirmado em 1 de setembro de 1848. Sentiu o chamado para o sacerdócio em sua juventude e estudou no Seminário de Pádua, onde ficou conhecido como um excepcional estudante.
Ordenado pelo Beato Giovanni Antonio Farina em 18 de setembro de 1858. Capelão em Tombolo de 1858 a 1867. Indicado Arcebispo de Salzano de 1867. Cânon da Catedral de Treviso em 1875. Reitor do Seminário de Treviso, foi seu Diretor Espiritual por nove anos. Chanceler da Diocese de Treviso. Vigário de dezembro de 1879 até junho de 1880. Bispo de Mântua em novembro de 1884. Assistente do pontífice em 19 de junho de 1891. Cardeal em 12 de junho de 1893. Patriarca de Veneza em 15 de junho de 1893. Foi eleito o 257º Papa da Igreja Católica em 4 de agosto de 1903, tomando o nome de Pio X, com o lema "
RECAPITULARE OMNIA IN CHRISTO" (Ef 1, 10 - "
restaurar todas as coisas em Cristo").
Notável teólogo, emitiu vários decretos e comungava freqüentemente. Destruiu os últimos vestígios do jansenismo, por advogar comunhões freqüentes e até mesmo diárias. Reformou a liturgia e promoveu simples e claras homilias. Revisou o Breviário e o ensino do catecismo. Trouxe o canto gregoriano para a Igreja. Combateu a Teologia chamada de “Modernismo” (denunciada na Encíclica conhecida como
Pascendi, que pode ser lida
aqui), que denunciava com a “soma de todas as heresias”. Reorganizou a Cúria Romana, o órgão administrativo da Igreja. Trabalhou contra o antagonismo entre a Igreja e o Estado. Iniciou a codificação das Leis canônicas. Promoveu a leitura da Bíblia que, segundo ele, deveria ser lida por todos da fé. Ajudou e incentivou as missões no estrangeiro.
Sempre dizia: “
Eu nasci pobre, eu vivi pobre e eu desejo morrer pobre”.
Ele facilitou aos doentes a comunhão dispensando para eles o jejum exigido na época. Alem disto é considerado o padroeiro da Primeira Comunhão porque decretou que as crianças deveriam comungar tão logo alcançassem a idade da discrição e do discernimento do certo e do errado. É chamado, por isso, o Papa da Eucaristia.
Beatificou Joana na d'Arc e João Eudes, entre outros. E canonizou alguns santos: Santo Alexandre Sauli , São Geraldo Magela, São Clemente Mary Hofbauer e São José Oriol.
Faleceu em 20 de agosto de 1914 na Cidade do Vaticano de causas naturais, agravadas com suas terríveis preocupações com o início da Primeira Guerra Mundial. Foi enterrado no altar da capela da Representação, na Basílica de São Pedro. Foi beatificado em 3 de junho de 1951 e canonizado em 29 de maio de 1954, pelo papa Pio XII.
É o padroeiro da Arquidiocese de Atlanta, da Geórgia, da Des Moine, da Diocese de Kottoyam na Índia e da Zamboanga nas Filipinas. É também o padroeiro da Primeira Comunhão.