terça-feira, 30 de novembro de 2010

I Semana do Tempo do Advento – Festa de Santo André, apóstolo – Mt 4, 18-22

Jesus chama Pedro e André, Tiago e João para fazê-los pescadores de homens. Eles deixam tudo e O seguem. E assim começa a Igreja de Jesus Cristo, cujos fundamentos humanos, homens simples e rudes, mas bem dispostos, de coração aberto, são chamados enquanto trabalhavam, exercendo seu ofício de pescadores.

O chamado de Cristo, em geral, para cada um de nós, não será diferente. Ele nos dirá: "segue-me" em meio ao nosso cotidiano, àquilo que diariamente fazemos e contando com o que somos.

Embora Deus possa manifestar-se sob quaisquer circunstância (onde, quando e como quer), são poucas as vezes em que o faz de modo excepcional – como foi o caso do jornalista e escritor francês André Frossard, falecido nos últimos anos do século XX.

Não esperemos, pois, um momento especial que pode nunca acontecer. Ouçamos a voz de Deus que nos chama, agora, de modo simples, nas coisas simples do dia-a-dia, e decidamos segui-lO.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

I Semana do Tempo do Advento – Mt 8, 5-11

"Senhor, eu não sou digno"

Grande era a fé do oficial romano. Mas também era grande o seu amor ao próximo. Porque, sendo um romano, estava acima dos demais povos da época. Mais ainda: era superior aos povos conquistados, que lhe deviam submissão. E é bem possível que o servo deste oficial romano fosse judeu.

Seja como for, era apenas um empregado, alguém de condição inferior, segundo a mentalidade da época. Ainda assim, o oficial preocupou-se com ele e foi a Jesus para obter-lhe a cura. Mais: foi a Jesus, um judeu, pertencente a um povo conquistado e, portanto, inferior, e colocou-se diante do Senhor em atitude de súplica e posição subalterna, dizendo: "eu não sou digno".

Sem saber o que era o amor ao próximo, o centurião já amava o próximo. Pois que outro motivo teria para (pre)ocupar-se da saúde de seu servo, buscar-lhe a cura, desprender-se de si e humilhar-se diante de Jesus?

Crê, o centurião. E também ama. Por isso mereceu de Jesus um grande elogio e é lembrado por todas as gerações de cristãos, desde aquela época até o fim dos tempos.

Neste tempo do Advento que começa, sejam a fé e o amor do oficial romano o parâmetro e a medida para nossa fé e nosso amor, que iremos ofertar ao Jesus Menino no Natal.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

XXXIII Semana do Tempo Comum – Lc 19, 41-44

"Tu não reconheceste o tempo em que foste visitada"

Jesus, naquele tempo, chorou por Jerusalém. Viu a sua futura destruição (que se daria, de fato, no ano 70 d.C.) e lamentou. Porque Jerusalém não O quis reconhecer como o Messias prometido por Deus desde o tempo dos patriarcas, cuja vinda fora anunciada pelos profetas, veio sobre ela a destruição.

O Senhor foi a Jerusalém para levar-lhe a Sua Paz, mas os chefes e os anciãos do povo rejeitaram-nO. E essa rejeição foi a causa de sua ruína.

Do mesmo modo, hoje e sempre, o Senhor vem a cada um de nós oferecendo-nos a Paz, que é diferente da paz do mundo e que só Ele pode dar. Só em Jesus Cristo podem ser realizados os anseios mais profundos do coração humano.

Ele vem, persistentemente, visitar-nos. Se Lhe abrirmos a porta (do coração, da mente, da alma, da vida), Ele entrará e fará refeição conosco (sinal de comunhão e de intimidade) e o Jesus e o Pai farão em nós a Sua morada.

Mas, se O rejeitamos como fez Jerusalém, o que pode restar-nos senão a ruína? Porque Deus é a plenitude para a qual o homem foi criado, a única possibilidade de realização de seu sentido de ser.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Memória de São Carlos Borromeu – Lc 15,1-10

"Acolhe os pecadores e faz refeição com eles"

Naquele tempo, pessoas tidas como pecadores públicos (prostitutas, que vendiam o corpo e a dignidade, ou publicanos, que sobretaxavam os impostos que deviam cobrar em nome do Império Romano) não deviam ser acolhidas. Era escandaloso conversar com pecadores públicos.

Jesus, porém, chega mesmo a partilhar a mesa com eles, porque deseja que se arrependam de seus pecados e se convertam. O Senhor se faz amigo de todos, para a todos salvar.

E isso continua acontecendo hoje, em nossos dias. Pois Jesus está à nossa espera, em todas as igrejas, em cada sacrário da terra. Quando vamos à Missa, partilhamos de Sua mesa, posta à nossa disposição, por amor de cada um de nós.

E o que somos nós senão pecadores? Mas Jesus, ainda mais do que quando andava na terra, faz-Se a própria refeição, dando-Se como alimento na Eucaristia a cada um que se aproxime de Seu altar.

O que estamos esperando? Quando vamos nos converter? O Senhor nos aguarda! Partilhemos com Ele a refeição, de coração sincero, contrito e humilde, sabendo que é Ele quem nos torna dignos. E haverá alegria no Céu por nossa causa!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

COMEMORAÇÃO DOS FINADOS

"Deus enxugará toda lágrima de seus olhos"

A liturgia de hoje convida e fala de esperança. Lemos o livro da Sabedoria (Sb 3, 1-9) que, já no Antigo Testamento, fala da realidade da morte como "esperança cheia de imortalidade" e diz que, nela, os justos "serão cumulados de grandes bens, porque Deus os pões à prova e os achou dignos de si". A morte, para os que confiam em Deus e perseveram em seu amor, é como uma porta que se abre para a compreensão da verdade e para a verdadeira vida junto de Deus. Porque até mesmo a morte é, para os que amam a Deus, manifestação de sua graça e de sua misericórdia.

Depois, o livro do Apocalipse (Ap 21, 1-7) fala da grande esperança do fim dos tempos, quando cessarão as realidades humanas tais como as conhecemos e haverá unicamente a "morada de Deus entre os homens". Será o estabelecimento definitivo do Reino de Deus e a "morte não existirá mais e não haverá mais luto, nem choro, nem dor". A esperança da participação nessa felicidade sem fim está no convite do Senhor, que é, ao mesmo tempo, uma promessa: "a quem tiver sede eu darei, de graça, da fonte de água viva. O vencedor receberá essa herança, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho".

Por fim, para nós, os que vivemos ainda nesta vida, Jesus, no Evangelho (Mt 5, 1-12), dá os contornos práticos dessa esperança para além da morte. As bem-aventuranças são o ideal a ser perseguido tenazmente por quem quiser herdar o Reino dos Céus. Aqueles que aceitarem esse convite têm como garantia a promessa do Senhor: "alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus".

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