Reflexões do Evangelho proposto pela liturgia da Igreja Católica para cada dia, destinadas a todas as pessoas de boa vontade, que desejam, de coração aberto, beber da verdadeira fonte da água da vida.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
XXV Semana do Tempo Comum - Lc 9, 7-9
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Festa de São Mateus, apóstolo – Mt 9, 9-13
"Quero misericórdia e não sacrifício”
Jesus vê Mateus e diz-lhe: “segue-me”. Mateus se levanta e segue a Jesus, obedecendo ao Seu chamado.
O que Jesus vê? Que olhar é esse que faz aquele cobrador de impostos deixar imediatamente os seus negócios desonestos, seus lucros indevidos e sua riqueza para seguir a um simples pregador, um profeta sem bens nem posses, que nada tinha deste mundo a oferecer-lhe?
É que Jesus viu a alma e o coração de Mateus. O olhar de Jesus desvendou para Mateus a verdade de seu ser e, ao mesmo tempo, descobriu a seus olhos o que ele, por si mesmo, era incapaz de ver: o amor infinito de Deus, a Sua misericórdia e o Seu perdão.
Depois de tudo isto, como poderia Mateus ainda permanecer preso às coisas deste mundo, às riquezas estéreis, fúteis e passageiras que o cegavam e o impediam de correr ao encontro do Senhor que o chamava e de Seu Reino?
Jesus chamou Mateus, que era um pecador público de seu tempo. E disse que viera exatamente para isso: “Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”. Pois os que “têm saúde não precisam de médico, mas, sim, os doentes”.
Jesus também vê, olha, contempla a cada um dos homens e das mulheres. Vê a mim e a ti. Olha-nos e espera que Lhe retribuamos o olhar para fazer conosco o que fez com Mateus um dia: desvendar-nos para nós mesmos e fazer-nos conhecer o amor infinito com que Deus nos ama, para compreendermos que só Ele, Deus, pode dar-nos a verdadeira plenitude, realizando todos os anseios de nossos corações.
Depois, ouviremos a Sua Voz: “SEGUE-ME”…
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Memória dos Santos mártires coreanos André Kim Taegón, Paulo Hasang e companheiros (1846) – Lc 8, 19-21
Quem, mais do que Maria, ouviu a Palavra de Deus e a colocou em prática? Pois ela, Maria, é aquela que “conservava todas estas coisas e as meditava em seu coração” (cf. Lc 2, 19.51). Isto é, guardava e meditava sobre tudo o que lhe sucedia desde que havia dado seu consentimento a Deus, desde que concebera em seu seio o Filho unigênito de Deus, entregando-se inteiramente à Sua santíssima Vontade.
E não é também de Maria que diz a Escritura: “bendita és tu que creste, pois o que te foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1, 45)? Não é ela, Maria, aquela a quem proclamamos bem-aventurada (feliz) por todas as gerações porque o Todo-Poderoso fez nela e por meio dela maravilhas (cf. Lc 1, 48-49)?
Portanto, ninguém mereceu, como Maria, o louvor que hoje vemos sair da boca de Jesus, seu divino Filho, e que, com justiça, lhe é tributado. Ela é, de fato, a Mãe de Jesus, mas não só pelos laços biológicos. Principalmente o é porque ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática, muito mais do que todos os patriarcas, profetas e justos do Povo de Israel antes dela e muito mais do que todos os santos do novo Povo de Deus que vieram depois dela.
Tomemos, pois, Maria como exemplo para nós. Quando, a cada dia, tomarmos a Palavra de Deus, peçamos ao Senhor a graça de o fazermos como Maria. Aprendamos a conservar a Sua Palavra no coração, ali a meditemos continuamente e a coloquemos em prática. Nada mais do que isso fizeram os mártires coreanos, cuja memória hoje celebramos e que deram a vida para testemunhar sua fé em Jesus Cristo.
Mártires Coreanos
No início do século XVII, por iniciativa de alguns leigos, entrou pela primeira vez a fé cristã na Coreia. Assim se formou uma comunidade forte e fervorosa, sem pastores, quase só conduzida por leigos, até ao ano 1836, durante o qual chegaram os primeiros missionários, vindos de França, que entraram furtivamente na região. Nas perseguições dos anos 1839, 1846 e 1866, surgiram desta comunidade 103 santos mártires, entre os quais se distinguem o primeiro presbítero e ardente pastor de almas André Kim Taegon e o insigne apóstolo leigo Paulo Chong Hasang. Os outros são quase todos leigos, homens e mulheres, casados ou não, anciãos, jovens e crianças, que, suportando o martírio, consagraram com o seu glorioso sangue os florescentes primórdios da Igreja coreana.
Última exortação de Santo André Kim Taegón
Meus caríssimos irmãos e amigos, considerai como Deus no princípio dos tempos dispôs os céus, a terra e todas as coisas; meditai também com que especial intenção criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Se, pois, nesta vida de perigos e miséria, não reconhecermos o Criador, de nada nos servirá termos nascido e continuar vivendo. Já neste mundo pela graça divina, pela mesma graça recebemos o batismo, entrando no seio da Igreja e tornando-nos discípulos do Senhor. Mas, trazendo assim o precioso nome de cristãos, de que nos servirá tão grande nome, se na realidade não o formos? Seria inútil termos nascido e ingressado na Igreja se traíssemos o Senhor e a sua graça; melhor seria não termos nascido do que, recebendo a sua graça, pecarmos contra ele.
Considerai o agricultor ao lançar a semente no campo: primeiro, prepara a terra com o suor do seu rosto e depois joga a preciosa semente; chegando o tempo da colheita, alegra-se de coração com as espigas cheias, esquecendo seu trabalho e suor, e dançando de alegria; se porém as espigas permanecem vazias não sendo mais que palha e casca, o agricultor deplora o duro labor com que suou, sentindo-se tanto mais desesperado quanto mais trabalhou.
De modo semelhante, cultiva o Senhor a terra como seu campo, sendo nós os grãos de arroz; rega-nos com o seu sangue na sua Encarnação e Redenção para que possamos crescer e amadurecer; quando, no dia do juízo, vier o tempo da colheita, quem pela graça for achado maduro gozará o reino dos céus como filho adotivo de Deus. Quanto aos outros, que não amadureceram, tornar-se-ão inimigos, punidos para sempre, embora também tenham se tornado filhos adotivos de Deus pelo batismo.
Irmãos caríssimos, lembrai-vos de que nosso Senhor Jesus, descendo a este mundo, sofreu inúmeras dores e tendo fundado a Igreja por sua paixão, ele a faz crescer pelos sofrimentos dos fiéis. Apesar de todas as pressões e perseguições, os poderes terrenos não poderão prevalecer: da Ascensão de Cristo e do tempo dos apóstolos até hoje, a santa Igreja continua crescendo no meio das tribulações.
Também nesta nossa terra da Coréia, durante os cinqüenta ou sessenta anos em que a santa Igreja se estabeleceu aqui, os fiéis sempre sofreram perseguições. Hoje acendeu-se de novo a perseguição; muitos amigos são, como eu, lançados nos cárceres, enquanto também sofreis tribulações. Unidos num só corpo, como não ficarão tristes os nossos corações? Como, humanamente, não experimentarmos a dor da separação?
Deus, porém, como diz a Escritura, cuida de cada cabelo de nossa cabeça, e o faz com toda a sabedoria; portanto, como não considerar esta perseguição senão como permitida pelo Senhor, ou mesmo, seu prêmio ou, até, sua pena?
Abraçai, pois, a vontade de Deus, combatendo de todo o coração pelo vosso chefe Jesus e vencendo o demônio, já vencido por ele.
Eu vos peço: não deixeis de lado o amor fraterno, mas ajudai-vos uns aos outros, perseverando até que o Senhor tenha piedade de nós e afaste a tribulação.
Aqui somos vinte e, pela graça de Deus, todos ainda estão bem. Caso algum de nós venha a morrer, peço não negligenciardes a sua família. Muitas coisas teria ainda a dizer-vos, mas como posso exprimi-las em tinta e papel? Por isso vou terminar minha carta. Aproximando-se para nós a luta, peço-vos finalmente que caminheis com fidelidade, de modo que no céu nos possamos congratular. Deixo-vos aqui meu ósculo de amor.
(fonte: www.liturgiadashoras.org)
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Festa da Exaltação da Santa Cruz - Jo 3, 13-17
Sobre a santa Páscoa (inspirada numa homília perdida de Hipólito)
Esta árvore de dimensões celestes eleva-se da terra até aos céus, como planta imortal, fixada a meio caminho entre o céu e a terra. Sustentáculo de todas as coisas, apoio do universo, suporte do mundo habitado, abraça o cosmos e reúne os vários elementos da natureza humana. Ela própria é edificada com as cavilhas invisíveis do Espírito, para não vacilar ao ajustar-se ao divino. Tocando no seu topo o alto dos céus, firmando a terra com os seus pés e envolvendo por todos os lados, com os seus imensos braços, os espaços inumeráveis da atmosfera, ela é em si mesma completa em tudo e em todo o lado. [...]
Pouco faltaria para que o universo fosse aniquilado, dissolvido pelo terror perante a Paixão, se o grande Jesus não lhe tivesse infundido o Espírito divino, dizendo: «Pai, nas Tuas mãos entrego o meu Espírito» (Lc 23,46). [...] Tudo estava vacilante mas, quando o Espírito divino Se elevou, o universo foi de certa forma reanimado, vivificado, e reencontrou uma estabilidade firme. Deus preenchia tudo em todo o lado e a crucifixão estendia-se através de todas as coisas.
domingo, 11 de setembro de 2011
XXIV Domingo do Tempo Comum - Mt 18, 21-35
Que grande a misericórdia e a bondade desse Rei, que não castiga ou repreende seus empregados mesmo quando não Lhe obedecem e que lhes empresta grandes quantias e ainda perdoa suas dívidas quando não Lhe pagam, ao invés de fazer justiça!
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Festa da Natividade de Nossa Senhora - Mt 1,1-16.18-23
Maria é a aurora resplandescente de beleza que precede o Sol da justiça que nasce no oriente para nos trazer a cura e a paz. Por isso é que comemoramos, hoje, o seu nascimento. Pois por ela, a virgem puríssima, veio ao mundo Aquele pelo qual somos salvos, Jesus Cristo, Deus e Senhor nosso.
Senhora e Rainha do Céu e da terra, a quem Deus ornou com todas as virtudes e fez plena de graça, a Serva do Senhor foi feita também a Mãe de todos os homens, pelos quais o Filho derramou todo o Seu Sangue na cruz (cf. Jo 19, 25-27).
Ela, pois, intercede por nós continuamente e aponta-nos permanentemente a Jesus, dizendo: fazei tudo o que Ele vos disser (Jo 2, 5).
Alegremo-nos, portanto, com a festa do nascimento de Maria, por quem Deus quis vir ao mundo. Por ela recebemos o Autor da Vida.