domingo, 26 de agosto de 2012

"Esta Palavra é dura..."

XXI Domingo do Tempo Comum
Jo 6, 60-69


Quando ressoa a voz da Igreja, quando o Papa e o Magistério falam, a primeira reação é sempre negativa, de crítica áspera e permeada de ironia cáustica. Reclamam da Igreja que deve "atualizar" o discurso, para atender às demandas do homem moderno. Que o conteúdo do discurso é conservador demais. Que se deveria voltar ao que Jesus Cristo realmente falou, Ele, que foi um "revolucionário".
Mas, de acordo com o Evangelho de hoje, a reclamação tem sido a mesma desde os tempos em que Jesus andava e pregava a Boa Nova pelas terras da Palestina. Pois o povo reunido em torno de Jesus na sinagoga de Cafarnaum, ao final de seu discurso sobre o Pão da Vida - Ele mesmo, dado em alimento na Eucaristia, sacramento de Seu Corpo e Sangue, afasta-se do Senhor dizendo que a Sua Palavra é dura e que é impossível ouvi-la (isto é, escutá-la e praticá-la).
Sim, de fato, Jesus é Deus feito homem e não veio habitar entre nós para falar amenidades. Ele veio trazer-nos a Vida imperecível, a Vida plena, a Vida em abundância. Veio fazer isto através de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. E declara que quem quiser segui-lO, tornar-se Seu discípulo, deve negar-se a si mesmo, deve tomar a cada dia sua própria cruz. Não é, pois, um caminho fácil. Não é um caminho que agrade "à carne", isto é, à nossa mentalidade terrena, que descarta a perspectiva da eternidade e leva em conta apenas o que pertence a este mundo.
Por isso o Senhor é enfático ao afirmar que "o Espírito é que dá a vida" e que "a carne não serve para nada". Não é possível conformar a Palavra de Deus a nós e a nossos desejos e perspectivas mundanas; é o nosso coração que se deve conformar à Palavra. E só poderemos fazer isso se formos conduzidos pelo Espírito Santo. Pois a Palavra de Cristo é "Espírito e vida".
Jesus, hoje como naquele tempo, não adapta ou ameniza seu discurso para torná-lo mais agradável aos ouvidos dos que o escutam. Aos que reclamam que a voz da Igreja é retrógrada, impopular, conservadora demais para os nossos tempos, mais uma vez Nosso Senhor pergunta: "também vós quereis ir embora?"
Naquele tempo, a voz da Igreja foi a voz de Pedro: "A quem iríamos nós, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna. E nós cremos firmemente e sabemos que Tu és o Santo de Deus". Hoje, a voz da Igreja é a voz do sucessor de Pedro, o Papa Bento XVI. Ele confirma a nossa fé e nos transmite com fidelidade a "dura" Palavra de Cristo, a única palavra de vida eterna.

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