segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"Começou a louvar a Deus"

XXX Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Lc 13, 10-17


A mulher estava fisicamente doente, mas a sua doença aprisionava-lhe a alma. Uma vez curada, conta-nos São Lucas, ela "imediatamente... começou a louvar a Deus".
Seu coração estava cheio de fé, mesmo depois de anos e anos de terrível sofrimento físico e, certamente, de enorme sofrimento moral que aquela deficiência física lhe causava. Por isso, o Senhor compadeceu-se dela e libertou-a do espírito maligno que a amarrava e a impedia de derramar o seu coração diante de Deus.
Mas que mesquinho era o coração do chefe da sinagoga!... Não se importava com a liberdade de uma filha de Abraão, mas com o cumprimento legalista da observância sabática - que, em si, deveria ser sinal do amor e da obediência a Deus.
Pois este amor e esta obediência evidenciam-se justamente na cura da mulher, como mostra o Senhor na comparação com os bois e jumentos que devem beber água, mesmo em dia de sábado. Se a atenção às necessidades primárias de sobrevivência de animais não ofende a Deus, então o alívio do sofrimento de uma filha de Deus deve, com mais razão, glorificá-lO. E isto é manifesto no louvor que brota dos lábios da mulher, imediatamente à sua cura.
Quando virmos os sinais da misericórdia de Deus na vida de nossos irmãos, não sejamos mesquinhos como o chefe da sinagoga, para não terminarmos envergonhados e identificados como inimigos de Jesus. Alegremo-nos, como verdadeiro Povo de Deus, com as maravilhas que o Senhor continua operando!

sábado, 27 de outubro de 2012

"Pode ser que venha a dar fruto..."

XXIX Semana do Tempo Comum, sábado
Lc 13, 1-9


O que somos todos nós, senão essa figueira estéril, que inutiliza a terra sem dar os frutos que o Senhor da vinha espera?
Para nós se dirige a advertência do Senhor: "se não vos converterdes, ireis morrer". E aqui, certamente, nosso Senhor não se refere à morte corporal, mas à condenação eterna.
Mas, então, o que podemos fazer?
Nosso Senhor é o vinhateiro que pede ao dono da vinha - o Pai - que lhe permita tomar providências para que a figueira estéril - nós - possa dar frutos. Ele coloca o adubo da Sua graça e obtém para nós - por Sua Paixão, Morte e Ressurreição - um tempo de conversão, para que voltemos o nosso coração a Deus.
Devemos, portanto, aproveitar o tempo que nos é dado - esta vida - no qual o Senhor nos concede generosa e abundantemente todas as graças de que necessitamos para que sejamos salvos. Neste tempo, devemos voltar para Deus, produzindo frutos de verdadeira conversão.
Ao final de nossa vida terrena seremos examinados quanto aos frutos que permitimos ao Amor de Deus produzir em nós: "pode ser que venha a dar fruto; se não der, Tu a cortarás".

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

"Não vim trazer paz, mas divisão"


XXIX Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Memória de Santo Antônio Galvão, presbítero
Lc 12, 49-53


Jesus Cristo, nosso Senhor, nos é dado e posto como um sinal de contradição. Diante dEle, "revelam-se os pensamentos de muitos corações". Ninguém pode ficar neutro diante do Senhor: ou se coloca contra Ele, ou a Seu favor. Quem olha para Ele ama-O com todas as forças ou rejeita-O para sempre.
Pois o Senhor vem, entra em nossas vidas e cruza os nossos caminhos com um convite: "segue-Me". Mas, para segui-lO, é preciso negar-se a si mesmo, tomar a própria cruz cada dia, andar com Ele até o Calvário e com Ele morrer. Porque a ressurreição só pode vir depois da morte - e morte de cruz.
Quem ama o Senhor, abraça e ama a cruz. Aquele que rejeita a Jesus, precisamente o faz porque não deseja, ou teme, a cruz. Por isso não há unanimidade em torno de Jesus: Ele não nos veio oferecer conforto, nem resolver nossos problemas com um passe  de mágica. Abriu-nos, sim, o Reino dos Céus, dando-nos novamente acesso ao Pai. Mas pela cruz e com muita luta - "o Reino dos Céus sofre violência e violentos são os que dele tomam posse".
Peçamos, hoje e sempre, a intercessão de Maria, sempre Virgem, Mãe de Deus e Senhora nossa, para que o Espírito Santo acenda e inflame nossos corações com o fogo do Seu Amor e nos torne dispostos e capazes de ser batizados com o batismo que o Senhor recebeu: a cruz, sinal de amor e de misericórdia.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Muito mais será exigido!

XXIX Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Lc 12, 39-48

Palavras duras do Senhor, sem dúvida, aos Seus sacerdotes e bispos, que devem "dar comida a todos na hora certa", porque foram colocados "à frente do pessoal de Sua casa" e precisam guardar o rebanho que lhes foi confiado.
São palavras que nos devem recordar a obrigação que temos, como Povo de Deus, de sustentar com nossas orações, jejuns e súplicas constantes aos ministros ordenados, porque deles "muito mais será exigido".
Mas, quanto à tarefa de evangelização confiada ao testemunho leigo no mundo, não estamos livres das exigências do Senhor. E há a responsabilidade de cada um quanto à sua família, amigos, colegas de estudo e de trabalho, pessoas com quem convivemos e para as quais devemos ser "sal da terra e luz do mundo". Portanto, naquilo que nos cabe, também somos administradores da casa do Senhor.
Dentro da hierarquia do Corpo Místico de Cristo - a Igreja, a cada um é dada uma parcela, maior ou menor, de responsabilidade, pela qual haverá de prestar contas.
Sejamos todos, pois, cada um dentro do que lhe compete, administradores fieis e prudentes.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"... praticar isso sem deixar de lado aquilo"

XXVIII Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Memória de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir
Lc 11, 42-46


O que é mais importante? "A justiça e o amor de Deus". Mas pagar o dízimo, para o sustento da casa do Senhor, e observar os demais preceitos da Lei de Deus, isso também é importante.
Nosso Senhor critica o legalismo farisaico, vazio de amor e de fé verdadeiros, que faz da observância da Lei de Deus um mero ritualismo, crendo que o cumprimento dos preceitos é suficiente, ainda que o amor de Deus e o desejo de uma verdadeira conversão estejam ausentes.
Então, o que Deus espera de nós? Não quer que cumpramos os Seus Mandamentos? Certamente que sim. Mas não foi o próprio Senhor que resumiu toda a Lei e os Profetas no amor de Deus sobre todas as coisas e no amor ao próximo como a nós mesmos? É preciso, pois, cumprir os Mandamentos, mas fundamentar isso na verdadeira conversão do coração a Deus. Porque, conforme as palavras do salmo: "um coração contrito e humilde, ó Deus, tu não desprezas".
Se nos apresentarmos diante do Senhor como perfeitos cumpridores de Sua Lei, Ele poderá, talvez, responder-nos como ao jovem (rico de muitas coisas, mas ainda pobre para Deus): "uma só coisa te falta"... E, quem sabe, isso que nos falta seja exatamente o mais importante: dar-Lhe por inteiro um coração cheio de amor.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

"Esta geração é má"

XXVIII Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Memória de Santa Teresa de Jesus, carmelita, virgem e doutora da Igreja
Lc 11, 29-32

O que significa o fato de a Rainha do Sul ter vindo de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão? Ou o fato de os ninivitas se haverem convertido ao ouvirem a pregação do profeta Jonas?
Talvez sejam indicativos do desejo e da busca ativa da verdade, que não mede esforços e vence todas as distâncias para chegar até ela. Talvez mostre a honestidade de quem, ouvindo a verdade e reconhecendo-a, curva-se perante ela, abrindo-lhe o coração e a vida.
Em todo o caso, estes exemplos, narrados pelo Senhor no Evangelho, apontam para nós, que não queremos, de modo geral, conhecer a verdade. Importa-nos o que é conveniente, o que contribui para nosso maior conforto, ainda que não seja verdadeiro e que contribua para permanecermos no erro.
No entanto, ainda que sejamos uma geração má, o Senhor não nos nega um sinal da verdade. Diz que nos será dado o sinal do profeta Jonas. Pois, à semelhança de Jonas, que esteve por três dias e noites no ventre de uma baleia, para ser reconduzido até a praia de onde deveria partir e cumprir, enfim, a vontade de Deus a seu respeito, também Jesus Cristo, nosso Senhor, esteve por três dias em poder da morte, até que ela já não pode mais retê-lo.
Enfim, foi-nos dado um sinal, para que possamos reconhecer a Verdade sempre que ela se nos apresenta: Jesus Cristo, a Verdade, ressuscitou e está vivo para sempre!



sábado, 13 de outubro de 2012

Felizes os que ouvem a Palavra de Deus

XXVII Semana do Tempo Comum, sábado
Lc 11, 27-28


Quem é feliz, em primeiro lugar, senão Maria, a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38)? Quem mais do que ela ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática?
Não foi, de outro modo, o que disse Isabel a respeito de Maria, quando foi por ela visitada? Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido (Lc 1, 45). É o que canta ela mesma, em seu cântico de louvor ao Senhor: doravante as gerações todas me chamarão bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1, 48).
Não podemos ler as palavras do Evangelho de hoje como reprovação ou ofensa à Maria, da parte de Jesus, mas engrandecimento.
O que o Senhor faz, em primeiro lugar, é restaurar a ordem das coisas, colocando em seu devido lugar o vínculo biológico. Em primeiro plano, de modo superior, deve estar o vínculo espiritual. Pois a felicidade de Maria, Senhora nossa, não consiste em ter dado à luz ao Salvador; antes de tudo, Maria é feliz porque ouviu da parte de Deus a Sua Vontade a seu respeito e, em tudo e de modo perfeito, obedeceu.
Tendo-se colocado como serva, escrava do Senhor, foi exaltada acima de todas as criaturas por Aquele que depõe os poderosos de seus tronos e eleva os humildes (cf. Lc 1, 52). Por isso todos nós cumprimos a profecia do Magnificat quando dizemos, com alegria e com justiça: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre, Jesus (cf. Lc 1, 42).

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"... os trabalhadores são poucos"

Memória de São Francisco de Assis, diácono

XXVI Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Lc 10, 1-12

Por que são poucos os trabalhadores da messe?
Porque muitos são chamados, mas, dentre esses, são também muitos os que não escutam a Voz de Deus que os chama, porque os ruídos de suas vidas e do mundo gritam mais alto em seus corações.
Porque muitos são chamados, mas, dentre os que atendem os apelos do Senhor, nem todos são fieis e nem todos perseveram na obediência à Voz amorosa de Deus que os interpela.
Porque muitos são chamados ao amor da entrega total, mas poucos são os que, de verdade, lutam com todas as suas forças para amar assim.
Porque são poucos os que têm coragem para atender ao apelo insistente e incansável do Senhor para amá-lO e, por causa do Seu Amor, cuidar com zelo e dedicação da parcela do rebanho de Deus que lhes for confiada.
Esses poucos, porém, brilham como as estrelas do céu e são os amados do Senhor.
Rezemos para que Deus nos dê muitos e santos sacerdotes, capazes de amar com o Amor do Coração de Cristo!

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