quinta-feira, 29 de agosto de 2013

"Herodes tinha MEDO de João..."

XXI Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Martírio de São João Batista, o precursor do Senhor
Mc 6, 17-29


A justiça e a santidade - desejo de conformar-se perfeitamente a Deus e à Sua Vontade e a luta incansável por chegar a isso - que Herodes via claramente em João Batista, não eram suficientes para motivá-lo à conversão.
O rei conhecia o caminho certo, podia distingui-lo em João, sabia que não o trilhava... Mas não queria fazê-lo, possivelmente por estar muito apegado (escravizado) ao prazer e às comodidades de sua vida de mentiras e de pecado e não estava disposto a abandoná-los para encontrar a verdadeira felicidade, que sempre custa renúncia, sacrifício e luta.
Tendo, pois, consciência de seus erros, de estar longe dos caminhos de Deus, Herodes tinha medo - medo, talvez, de cair nas mão do Deus vivo (cf. Hb 10, 31), medo de Sua ira, medo da morte... Ainda assim, não era um medo tal que o levasse a romper as amarras do pecado que o escravizava.
Quem sabe, se Herodes chegasse a converter-se pelo medo, poderia, depois, passo a passo, chegar à perfeição do amor, à qual todos somos chamados. No entanto, no tempo que lhe foi dado, Herodes não quis fazê-lo. Ao invés de converter-se a Deus que o chamava com insistência por meio de São João Batista, Herodes preferiu calar a voz do Precursor e permanecer em seus pecados.
Neste dia em que fazemos memória do martírio de São João Batista, reflitamos sobre o exemplo negativo deste rei e ouçamos a voz do Precursor, que continua a exortar-nos à conversão. Ainda temos tempo para decidir-nos a renunciar ao que nos escraviza e nos aparta de Deus. Não desperdicemos esta vida, este tempo que nos foi dado exatamente para isso e voltemos, hoje, o nosso coração para o Senhor, nosso Deus.
***
Da Liturgia Bizantina - ode e versículos das matinas de 29 de agosto


Precursor de Cristo tanto na morte como na vida

Profeta nascido dum profeta (Lc 1,67), batizaste o Senhor, foste «a voz que clama no deserto: convertei-vos» (cf Mt 3,2), e repreendeste Herodes pelos seus ímpios deboches. Por isso, correste a anunciar o Reino de Deus aos que estavam cativos na morada dos mortos. […]
Percursor e profeta, batizaste e foste mártir sendo voz do Verbo, seu mensageiro, sua chama; tu que foste o maior dos profetas, segundo o testemunho de Deus (Mt 11,9), implora ao Senhor que salve de todas as provações e desgraças os que festejam com amor a tua memória resplandecente. […]
Vinde todos os povos, celebremos o profeta e mártir que batizou o Salvador, ele que, como anjo encarnado (cf Mc 1,2 grego), repreendeu Herodes pela sua ligação injusta, condenando a sua ação errônea. Mas, por causa de uma dança e de um juramento, cortaram a venerável cabeça daquele que anunciou nos infernos a boa nova da ressurreição de entre os mortos e que sem cessar intercede por nós junto do Senhor, pela salvação da nossa alma.
Vinde todos os fiéis, celebremos o profeta e mártir que batizou o Salvador: fugindo para o deserto, aí encontrou repouso, alimentando-se de gafanhotos e de mel silvestre. Ele repreendeu o rei que violava a lei; e a nós, os timoratos, exortou dizendo: «convertei-vos porque o Reino de Deus está próximo».

Fonte: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

"Alegra-te, cheia de graça"

XX Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Memória de Nossa Senhora Rainha
Lc 1, 26-38


A alegria e a graça de Deus andam juntas. Quem verdadeiramente está em graça de Deus não pode estar triste. A tristeza é própria do demônio e de todos os que seguem os seus passos, rebelando-se contra Deus e rejeitando o Seu Amor. Como pode haver alegria no fracasso da própria existência, na falta de sentido, na negação do ser?
Maria é, nesse sentido, a primeira entre as criaturas. Ela é a cheia, a plena de graça, aquela na qual o Amor de Deus encontra total correspondência. É a criatura que, por corresponder perfeitamente ao Criador, realiza-se plenamente, preenchendo inteiramente de sentido a sua existência.
Em Maria não há sombra de tristeza. Ela é a Mulher por excelência, cuja alma engrandece o Senhor e que se alegra, ou melhor, que exulta nEle, seu Salvador. Ela é a escrava do Senhor, que sempre e somente cumpriu a Sua Vontade, mas justamente por isso é aquela que exerceu mais plenamente a sua liberdade. Nela e por meio dela, o Senhor fez (e faz) maravilhas; por isso, todas as gerações a proclamaram e continuarão a proclamá-la bem-aventurada.
O Senhor, que exalta os humildes, olhou com agrado para Maria, a humilde escrava que tanto O amou e tão bem O serviu. E elevou-a acima de todas as criaturas, fazendo-a Rainha do Céu e da terra, para a glória de Seu Nome e para a alegria da Igreja, da qual Maria é figura e Mãe.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

"Não tenho o direito de fazer o que quero com o que me pertence?"

XX Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Memória de São Pio X, Papa
Mt 20, 1-16


O que nos motiva a trabalhar na vinha do Senhor? É o amor de Seu Reino, o desejo ardente de que este Reino se estabeleça definitivamente nos corações dos homens e todos cheguem à sua plenitude nos Céus?
O que nos motiva a buscar a santidade, para a qual o Senhor nos chama? O desejo de amá-lO sobre todas as coisas, de sempre e somente cumprir a Sua Vontade e assim agradá-lO?
Ou imaginamos que temos uma espécie de contrato com Deus e que, por isso, podemos "merecer" dEle um pagamento que nos é devido?
De fato, Deus não nos deve nada. Criou-nos "por um desígnio de pura bondade" (cf. CAT 1) e se nos chama à Sua Igreja, ao trabalho em Sua vinha, não o faz senão para o nosso próprio benefício, pois assim poderemos "participar de Sua Vida bem-aventurada" (cf. CAT 1).
Busquemos, pois, trabalhar com muito amor e empenho na vinha do Senhor. Receberemos o que nos foi prometido, se soubermos expulsar a inveja e a soberba de nossos corações e alegrar-nos com aqueles com quem nos encontraremos no Reino dos Céus. Quer sejamos os últimos, quer sejamos os primeiros, importa é que lá possamos chegar.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão

XVIII Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Mt 14, 13-21


O Senhor vê o Seu Povo, uma grande multidão, "como ovelhas sem pastor", e se enche de compaixão. Cura os que estão doentes, os que têm a alma em perigo de morte, e dá a todos o maior dos dons, a Si mesmo, na Eucaristia, o Sacramento de Seu Corpo e Sangue, em que Ele, Jesus, o Verbo feito carne, está real e substancialmente presente, em Corpo e Sangue, Alma e Divindade.
Quando Ele Se dá ao Seu Povo na Eucaristia, os que dEle comem ficam satisfeitos, como ficou aquela multidão que Jesus alimentara com o pão feito de trigo. Mas aquela multidão, depois, teve fome novamente. O Povo de Deus, saciado pelo próprio Cristo, não tem mais a alma faminta e doente.
Quantos, porém, não O querem...! Rejeitam o Pão Vivo, descido do Céu para a vida do mundo, e preferem o pão que o mundo oferece na forma de tantas idolatrias, para permanecer insatisfeitos, com fome da verdadeira Vida...
Esses são como o Povo de Israel no deserto: não cessavam de murmurar, mesmo sendo alimentados por Deus com o maná. Queriam carne... Mas não queriam tornar-se adultos maduros para poderem comer carne. Comportavam-se como crianças mimadas. Como o Senhor Deus lhes poderia dar alimento sólido?
Agora o Senhor dá a "Carne", o "Pão dos fortes" para alimento de Seu Povo. Quem se arrisca a crescer no espírito e a alargar o coração, quem é capaz de reconhecê-lO e aproximar-se de Sua Mesa com amor, gratidão, humildade e alegria?
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