XIX Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Mt 18,21 - 19,1
O Evangelho de hoje, entre outras coisas, nos faz conhecer a realidade do Purgatório, cuja existência é um dogma de fé.
Pois tanto o Céu como o Inferno são realidades definitivas: aqueles que lá estão, no Céu ou no Inferno, lá deverão permanecer por toda a eternidade, para o bem e a felicidade (no caso dos santos no Céu) ou para o mal e a infelicidade (no caso dos condenados no Inferno). Os santos no Céu nunca deixarão de ser santos, não poderão tornar a pecar e permanecerão para sempre na felicidade eterna, contemplando a face de Deus. De modo inverso, os condenados que estão no Inferno tornaram-se, por própria culpa e vontade e de modo irreversível, inimigos de Deus e incapazes de qualquer coisa que não seja o mal; ficarão para sempre longe de Deus e nunca mais sairão do Inferno.
Mas o Senhor diz hoje, quanto ao empregado que mandou entregar aos torturadores, que de suas mãos não se livraria "até que pagasse toda a sua dívida". Trata-se, portanto, de uma realidade transitória.
Eis aí o Purgatório: o lugar daqueles que, embora não condenados, precisam purificar o seu amor a Deus e ao próximo, antes de poderem entrar definitivamente no Reino dos Céus. Porque amam a Deus, mas não sobre todas as coisas e nem com total pureza; e amam ao próximo, mas não como a si mesmos.
Mas o Senhor nos ensina como purificar o nosso amor: perdoando incondicionalmente, como Deus perdoa. Pois a nossa dívida para com o Senhor será sempre impagável (uma vez que infinita) e a dívida de nossos irmãos para conosco será sempre insignificante (uma vez que somos criaturas miseráveis e pecadoras).
Por isso, devemos imitar a Deus na liberalidade de seu perdão: Ele está disposto a apagar os nossos pecados, se perdoarmos de coração às pequenas ofensas de nossos irmãos.
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