Aquele que encontra o Reino dos Céus, mesmo sem ter procurado por ele, "vende todos os seus bens" para possuí-lo.
Também aquele que procura o Reino, quando o encontra, por causa dele "vende todos os seus bens".
Não há, pois, nada que se compare em valor ao Reino dos Céus. E vender tudo o que se possui é a única maneira de chegar à sua posse.
Aquele que detém as riquezas deste mundo, se não se desfizer delas, não terá como possuir o Reino. Pois a riqueza deste mundo é lixo diante de Deus e a pobreza das coisas deste mundo é riqueza diante de Deus.
E deter as riquezas deste mundo significa absolutizar as realidades terrenas, como se elas fossem as únicas existentes, como se não houvesse nada além ou maior do que esta existência material, como se estivéssemos destinados unicamente a viver neste mundo uma existência perecível e efêmera e, por isso, devêssemos "aproveitá-la" o mais possível, porque finita e muito breve, nada existindo depois dela. Quem se apega às coisas da terra como se só elas fossem importantes e só elas existissem, sem um olhar transcendente, não pode enxergar a Vida que nos está prometida para a eternidade.
Entrará no Reino de Deus aquele que souber relativizar as realidades terrenas, aquele que compreender que "a instável figura deste mundo passa" (ICor 7, 31) e permanece a eternidade de Deus, a vida que dEle recebemos por Cristo Jesus.
Santa Rosa de Lima, virgem, +1617, padroeira da América Latina
Isabel Flores y de Oliva era o nome de batismo de Santa Rosa de Lima que nasceu em 1586 em Lima, Peru. Os seus pais eram espanhois, que se haviam mudado para a rica colônia do Peru. O nome Rosa foi-lhe dado carinhosamente por uma empregada índia, Mariana, pois a mulher, maravilhada pela extraordinária beleza da menina, exclamou admirada: Você é bonita como uma rosa!
Levada à miséria com a sua família, ganhou a vida com duro trabalho da lavoura e costura, até alta noite. Aos vinte anos, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco, pediu e obteve licença de fazer os votos religiosos em sua própria casa, como terceira dominicana. Construiu para si uma pequena cela no fundo do quintal da casa de seus pais. A cama era um saco de estopa, levando uma vida de austeridade, de mortificação, de abandono à vontade de Deus. Vivia em contínuo contato com Deus, alcançando um alto grau de vida contemplativa e de experiência mística. Soube compreender em profundidade o mistério da paixão, morte de Jesus, completando na sua própria carne o que faltava à redenção de Cristo. Era muito caridosa, em especial com os índios e com os negros.
Todos os anos, na festa de São Bartolomeu, passava o dia inteiro em oração: "Este é o dia das minhas núpcias eternas", dizia. E foi exatamente assim. Morreu depois de grave enfermidade no dia 24 de agosto de 1617, com apenas 31 anos de idade.
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