VIII Semana do Tempo Comum, sábado
Mc 11, 27-33
Depois de ter expulsado do interior do Templos os cambistas e os comerciantes de animais, Jesus é questionado pelas autoridades religiosas daquele tempo sobre a autoridade que tem para haver feito isso.
Ora, eram eles que deveriam ter posto os limites para os comerciantes e cambistas, fazendo com que exercessem a sua atividade (em si, lícita e necessária) apenas no local próprio para isso, o pátio externo do Templo. Não o fizeram porque tinham interesse nesse comércio, interesse este que punham acima do zelo e do amor devido às coisas de Deus, passando por cima da obediência à Lei e às prescrições do culto divino.
Conscientes que estavam de que Jesus havia agido corretamente, movido por aquilo que a eles faltava - o zelo e o amor de Deus - não O expulsam dali e nem O mandam prender. Apenas interpelam o Senhor, tentando colocar em xeque a Sua autoridade diante do povo que havia presenciado o fato.
Mas Jesus, que lhes conhecia os corações, não responde. Questiona-os, primeiro, sobre o batismo de João. Se reconhecessem que este vinha do Céu, seriam honestos e teriam reconhecido o seu erro. Teriam dado o primeiro passo para abrir a porta do coração a Deus e poderiam converter-se. Nosso Senhor teria podido revelar-Se a eles.
Cheios de orgulho, porém, preferem fugir da pergunta e escondem-se atrás de uma fingida ignorância, que só aumenta a sua culpa. Fecham-se para Deus. Por isso, o Senhor também não se mostra a eles e não responde.
***
Diante de Deus, só podemos ter como atitudes a humildade, a honestidade e a veracidade. Ele nos vê como somos e conhece o nosso coração. Se não reconhecemos nossas culpas e misérias diante dEle, também Ele nos recusará o acesso ao Seu Coração misericordioso e compassivo.
Quem ou o que é o homem frente a Deus? Mera criatura diante de seu Criador. O homem, portanto, não está em posição de exigir nada de seu Senhor e Deus, mesmo sabendo que Ele "não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas" (Sl 102, 10).
Se O interpelarmos, como fizeram os sacerdotes e fariseus daquele tempo, Ele nos responderá questionando nosso amor e nossa fé: "por que não crestes"?
Hoje, porém, Deus é interpelado em Sua Igreja, questionado na doutrina que ela transmite fielmente através dos séculos, sendo sua depositária, mas não autora ou proprietária. Todos os que se julgam no direito de inquirir a Igreja esquecem (ou fingem não saber, como aqueles sacerdotes e doutores da Lei) que foi o próprio Senhor quem instituiu a Igreja, colocando Pedro (hoje, Bento XVI) à sua frente e dando-lhe as chaves do Reino dos Céus.
Se a autoridade da Igreja e do Papa vem do Céu, por que não acreditamos neles? Por que não lhes damos ouvidos, se é o próprio Cristo que nos fala pela voz da Igreja e pela boca do sucessor de Pedro?
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