quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

MEDITAÇÃO PARA A QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Começa a Quaresma recordando a finitude humana e a sua fragilidade. Feito, modelado por Deus do barro, do "pó" da terra, quando a morte (que inevitavelmente chegará para todos) o colher, o homem voltará, pela decomposição do seu corpo, ao mesmo pó de que foi formado.

E de que servirão, então, todos os tesouros deste mundo aos quais o homem faz apegar seu coração? Tudo isso (o que quer que seja) será nada diante de Deus, nosso Senhor, que haverá de perguntar a cada um se procurou acumular e ajuntar tesouros no Céu, tesouros que são adquiridos pela oração, pelo jejum e pela esmola.

As chamadas práticas quaresmais (mas que podem e devem ser praticadas não apenas na Quaresma) nos conduzem ao amor de Deus; ao equilíbrio das paixões e ao domínio de nós mesmos; e ao amor ao próximo. E, portanto, conduzem ao apego às coisas do Céu e ao desapego das coisas da terra.

É ridículo termos um grande conceito de nós mesmos. Somos como o pó que o vento leva. Qualquer coisa nos derruba e aniquila, se o Senhor Deus não nos defende e preserva.

Que o início deste Tempo da Quaresma nos encontre, pois, vigilantes e bem dispostos a corrigir nossos vícios e purificar nossos corações, fazendo tudo isto em silêncio e no escondimento, apenas diante de Deus e com o mais puro desejo de agradá-lO.

Meditemos hoje, profundamente, na finitude de nossas vidas e vejamos onde colocamos nosso coração: se nos tesouros perecíveis deste mundo ou se nos tesouros inesgotáveis do Reino de Deus, no Céu.

sábado, 15 de agosto de 2015

SER COMO CRIANÇAS

XIX Semana do Tempo Comum, sábado
Mt 19, 13-15


Simplicidade, humildade, confiança, temor de Deus.
São as características de um coração de criança que verdadeiramente atraem a Deus.
Quem de nós se pode presumir "adulto" diante de Deus? Quem pode ser auto-suficiente em relação a Deus? Quem pode pretender ter autonomia? Como disse o Senhor, quem de nós pode acrescentar um só dia à duração de sua vida? Quem de nós poderá permanecer existindo, se Deus não o sustentar na existência? Quem de nós pode, com propriedade, afirmar que conhece todas as coisas ou que tem domínio absoluto sobre sua vida?
Mas aquele que é consciente que não é mais que o pó da terra - ainda que seja um grão de poeira infinitamente amado por Deus, a ponto de entregar o Filho Unigênito para salvá-lo - carente de salvação, pecador e completamente impotente e dependente de Deus; e que, por isso, deposita em Deus a sua inteira confiança; esse pode agradar a Deus.
Ser como criança é ser pobre em espírito. E desses, disse o Senhor que são felizes, porque deles é o Reino dos Céus.
Já no Antigo Testamento o Senhor Deus deixava claro qual era a atitude que mais lhe agradava: "mas eu olho para este, para o pobrezinho de alma abatida, que treme ao ouvir a minha Palavra" (Is 66,2).
Eis, pois, o segredo para amar e servir a Deus com agrado: simplicidade, humildade, confiança, temor de Deus.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

"O AMOR APAGA UMA MULTIDÃO DE PECADOS"

XIX Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Mt 18,21 - 19,1


O Evangelho de hoje, entre outras coisas, nos faz conhecer a realidade do Purgatório, cuja existência é um dogma de fé.
Pois tanto o Céu como o Inferno são realidades definitivas: aqueles que lá estão, no Céu ou no Inferno, lá deverão permanecer por toda a eternidade, para o bem e a felicidade (no caso dos santos no Céu) ou para o mal e a infelicidade (no caso dos condenados no Inferno). Os santos no Céu nunca deixarão de ser santos, não poderão tornar a pecar e permanecerão para sempre na felicidade eterna, contemplando a face de Deus. De modo inverso, os condenados que estão no Inferno tornaram-se, por própria culpa e vontade e de modo irreversível, inimigos de Deus e incapazes de qualquer coisa que não seja o mal; ficarão para sempre longe de Deus e nunca mais sairão do Inferno.
Mas o Senhor diz hoje, quanto ao empregado que mandou entregar aos torturadores, que de suas mãos não se livraria "até que pagasse toda a sua dívida". Trata-se, portanto, de uma realidade transitória.
Eis aí o Purgatório: o lugar daqueles que, embora não condenados, precisam purificar o seu amor a Deus e ao próximo, antes de poderem entrar definitivamente no Reino dos Céus. Porque amam a Deus, mas não sobre todas as coisas e nem com total pureza; e amam ao próximo, mas não como a si mesmos.
Mas o Senhor nos ensina como purificar o nosso amor: perdoando incondicionalmente, como Deus perdoa. Pois a nossa dívida para com o Senhor será sempre impagável (uma vez que infinita) e a dívida de nossos irmãos para conosco será sempre insignificante (uma vez que somos criaturas miseráveis e pecadoras).
Por isso, devemos imitar a Deus na liberalidade de seu perdão: Ele está disposto a apagar os nossos pecados, se perdoarmos de coração às pequenas ofensas de nossos irmãos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

SÚPLICA NOS TORMENTOS DA VIDA

XVIII Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Mt 15, 21-28

Duro é, Senhor, para nós, suportar os Teus silêncios...!
Como essa mulher cananeia, Senhor nosso, estamos aqui, diante da Tua Presença - Tu, que jamais estás ausente - para expor os nossos tormentos.
Nada dizer, Senhor? Tu, que és Deus de infinita Misericórdia, não Te vais compadecer de nós, Tuas pequenas e pobres criaturas, que somos pouco mais do que pó e cinza?
Entretanto, não iremos embora, não Te deixaremos até que nos atendas e nos concedas um alívio. Assim como a mulher estrangeira, não desistiremos de Ti e insistiremos Contigo até que nos ouças, pois em Ti depositamos toda a nossa esperança e confiança.
Não merecemos que nos trates bem. Nossos muitos pecados não nos fazem merecer, da Tua parte, outra coisa que o desprezo. Tu, porém, és bom. E é por isso, por Tua infinita bondade, que não nos tratas conforme merecem as nossas culpas e a nossa miséria.
Jesus, Senhor nosso, Rei de nossas vidas, tem piedade de nós! Ouve-nos, por Tua bondade. Nós confiamos em Ti. Não nos afastaremos de Tua Presença e clamaremos continuamente ao Teu Coração, até que volvas sobre nós o Teu olhar e derrames sobre nós a Tua Misericórdia.
Senhor Deus misericordioso, clemente e amante dos homens, tem piedade de nós!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O VERDADEIRO ALIMENTO DE NOSSAS ALMAS

XVIII Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Mt 14, 13-21

Só da Igreja podemos receber o verdadeiro alimento de nossas almas, Jesus Cristo vivo na Eucaristia. Pois o Senhor não alimenta a multidão, senão por meio dos discípulos. Só a eles cabe distribuir ao povo o pão multiplicado por Jesus.
O mundo pode fornecer o alimento que mata a fome do corpo, mas só do Senhor podemos receber, por meio de Sua Igreja, a comida que sacia a alma e sustenta para a eternidade. Por isso é que Jesus manda aos discípulos alimentarem a multidão e não permite que a dispersem para irem aos povoados buscar o que comer.
***
Do aparente deserto, isto é, dos poucos recursos e possibilidades humanas, o Senhor faz muito, se colocarmos tudo à Sua disposição, com generosidade e sem receios ou reservas. Assim, de cinco pães e dois peixes, Ele alimentou a todos os milhares que foram escutá-lO.
Do mesmo modo, de nossa miséria Deus fará grandes milagres, se a Ele entregarmos tudo, sem reservar nada para nós e com o coração alegre.
***
O texto do Evangelho é claro: o Senhor entrega a Eucaristia a Seus discípulos para que alimentem o povo. Só aos ministros ordenados, os sacerdotes - padres e bispos - cabe alimentar o Povo de Deus com o Pão da Vida que é o Cristo Eucarístico.
Aos leigos, no entanto, na medida de suas possibilidades e de sua criatividade, cabe promover o sustento e a melhoria das condições dos irmãos necessitados, de modo que nada lhes falte 
Assim, na Igreja, a cada um o que lhe é determinado por Deus, em ordem à caridade.
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