sexta-feira, 5 de março de 2010

II Semana do Tempo da Quaresma, sexta-feira – Mt 21, 33-43.45-46


Se na vinha do Senhor podemos ver a Igreja, como dizia São Bernardo de Claraval (ver o texto que segue), também podemos ver a nós mesmos.
Nós somos os trabalhadores do Senhor, a quem foi confiada a vinha de nossas vidas. Devemos cuidá-la e cultivá-la de acordo com o desejo de seu verdadeiro proprietário, Deus.
O cuidado que dedicamos a nossas vidas e o empenho que temos em que gerem frutos de vida eterna é proporcional ao empenho com que servimos a Deus e procuramos corresponder ao Seu Amor.

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja
Sermão 30 sobre o Cântico dos Cânticos

O mistério da vinha de Deus

Irmãos, se na vinha do Senhor vemos a Igreja, não é limitada prerrogativa ter a Igreja alargado os seus limites a toda a terra. [...]
Refiro-me à multidão dos primeiros crentes, de quem foi dito que tinham «um só coração e uma só alma» (Act 4, 32). [...] Porque a perseguição não a arrancou tão brutalmente do solo, que ela não tenha podido voltar a ser plantada noutros locais e alugada a outros vinhateiros que, chegada a estação própria, a fizeram dar frutos. Ela não pereceu, mudou de solo. Melhor, ganhou tanto em força, quanto em difusão, como vinha bendita pelo Senhor. Levantai, portanto, irmãos, os vossos olhos e vereis que «as montanhas cobriram-se com a sua sombra, e os seus ramos ultrapassaram os altos cedros. As suas ramagens estenderam-se até ao mar e os seus rebentos até ao rio» [Sl 80 (79), 11-12].
Isto não é surpreendente: ela é o edifício de Deus, o Seu terreno de cultivo (1Cor 3, 9). É Ele que a torna fecunda, que a faz propagar-se, que a poda e a limpa, de modo a que ela produza mais fruto. Ele não vai deixar ao abandono a cepa que a Sua mão direita plantou [Sl 80 (79), 15]; não vai deixar uma vinha cujos ramos são os Apóstolos, cuja cepa é Jesus Cristo e de que Ele, o Pai, é o agricultor (Jo 15, 1-5). Plantada na fé, ela mergulha as suas raízes na caridade; lavrada pela obediência, fertilizada pelas lágrimas do arrependimento, irrigada pela palavra dos pregadores, dela transborda um vinho que inspira a alegria e não a má conduta, um vinho cheio de doçura, que alegra verdadeiramente o coração do homem [Sl 104 (103), 15]. [...] Filha de Sião, consola-te a contemplar este grande mistério: não chores! Abre o teu coração para acolher todas as nações da terra!
(fonte: http://www.evangelhoquotidiano.org)

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