quinta-feira, 19 de agosto de 2010

XX Semana do Tempo Comum – Mt 22, 1-14





Assim como nesta parábola que lemos hoje, em outros discursos e parábolas Jesus compara o Reino dos Céus a uma festa de casamento ou a um banquete nupcial.
É uma imagem de alegria e de abundância. E também de amor, pois sempre é o Rei (Deus Pai) que prepara para o Filho (Jesus) a festa de casamento.
Mas, para haver um casamento, não é suficiente que haja um noivo (Deus Filho). Quem é a noiva? Pois esta é a Igreja de Cristo, pela qual Ele deu a Sua vida. Em última instância, a noiva somos todos nós que formamos a Igreja, Corpo do Senhor.
Por isso, conforme as palavras da liturgia da Missa, pronunciadas durante a apresentação do Corpo do Senhor, felizes somos nós, os convidados a participar do banquete nupcial do Cordeiro, que se dará definitivamente no Céu, mas que já podemos antecipar a cada Missa, ainda nesta vida.
Só ficarão de fora desta grande festa aqueles que, na terra, recusarem o convite de Deus para seguir o Seu Filho. Pois, para participar da ressurreição do Senhor é preciso primeiro segui-lO até a cruz ("se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me" – Lc 9,23).
Outros terão aceitado o convite, mas tentarão ir à festa sem o traje adequado, que é a caridade, isto é, o amor a Deus e ao próximo. Também estes não poderão entrar no Reino de Deus, no qual o sinal distintivo é o Amor e onde reinar é servir (cf. Mc 10, 43-45).

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho, nº 38
«Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro» (Ap 19, 9)
Compreendestes quem é o Rei, Pai de um Filho que também é Rei? É Aquele acerca de Quem o salmista afirmava: «Ó Deus, dai o Vosso juízo ao rei e a Vossa justiça ao filho do rei» (71, 1). [...] Ele «preparou um banquete nupcial para o seu filho»; ou seja, o Pai celebra as núpcias do Rei Seu Filho, a união da Igreja com Ele, no mistério da encarnação. E o seio da Virgem Maria foi o quarto nupcial deste Esposo. Por isso, há outro salmo que diz: «Do sol fez a Sua tenda, Ele mesmo é como um esposo que sai do seu pavilhão de núpcias» (18, 5-6). [...]
Ele mandou os servos convidar os amigos para esta boda. Enviou-os uma vez, e depois uma segunda vez, ou seja, primeiro os profetas, depois os apóstolos, a anunciar a encarnação do Senhor. [...] Pelos profetas, anunciou como futura a encarnação do Seu Filho único, pelos apóstolos pregou-a, depois de realizada.
«Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio»; ir para o campo consiste em prestar atenção exclusivamente às tarefas deste mundo; ir para o negócio consiste em procurar avidamente o próprio lucro nos negócios deste mundo. Um e outro esquecem o mistério da encarnação, não conformando a sua vida com ele. [...] Mais grave ainda é o caso daqueles que, não se contentando em desprezar os favores Daquele que os chama, ainda O perseguem. [...] Mas o Senhor não ficará com lugares vazios no festim das núpcias do Rei Seu Filho. Manda procurar outros convivas, porque a Palavra de Deus, permanecendo embora ainda ignorada por muitos, encontrará um dia onde repousar. [...]
Mas vós, irmãos, que pela graça de Deus já entrastes na sala do festim, isto é, na Santa Igreja, examinai-vos atentamente, não vá acontecer que, ao entrar, o Rei encontre algum reparo a fazer na veste da vossa alma.
(retirado do site http://www.evangelhoquotidiano.org)

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