segunda-feira, 7 de março de 2011

IX Semana do Tempo Comum - Memória das Santas Perpétua e Felicidade, mártires - Mc 12, 1-12

"HAVIA CONTADO A PARÁBOLA PARA ELES"
Os chefes dos judeus compreenderam bem a parábola que Jesus contara: entenderam que Deus lhes havia confiado Seu Povo, Israel, e Seus Mandamentos, para que Lhe fossem fieis e obedientes e formassem uma Nação santa, um Povo que lhe fosse dedicado. Compreenderam também que o Senhor os acusava de não haverem cumprido com a tarefa que lhes fora designada e que haviam rejeitado a todos os que Deus enviara para avisá-los e reconduzi-los à fidelidade - os profetas do Antigo Testamento e, por fim, ao próprio Filho de Deus, a quem mataram.
Outro poderia ter sido o seu comportamento. Ao contar-lhes a parábola, Jesus deu-lhes mais uma chance de se arrependerem, voltarem atrás e retomarem o caminho da obediência à Vontade de Deus. O Senhor desejava perdoá-los e acolhê-los como filhos amados em Seu Reino.
Hoje, Jesus conta para nós essa parábola, da mesma forma que, naquele tempo, havia contado para os chefes dos judeus. Conta-nos que Deus Pai confiou a nós também a Sua vinha. Ou seja: criou-nos, derramou sobre nós o Seu Amor, cumulou-nos de graças e dons, entregou Seu Filho para nos salvar e deixou-nos a Sua Igreja para guiar-nos, a fim de que lhe entreguemos frutos de santidade e, assim, sejamos perfeitamente felizes e vivamos em Seu Reino.
Permanentemente, através de Sua Igreja, o Senhor nos recorda dessa tarefa a nós confiada e nos pede contas dos frutos devidos. Podemos, como os chefes dos judeus, rejeitar o Senhor e negar-Lhe os frutos que Lhe pertencem. Se o fizermos, Ele nos tirará a vinha e a confiará a quem a cultive para a eternidade, entregando-Lhe frutos de amor. A decisão está em nossas mãos. 

De São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
A vinha mística, c. 5, 4-5
Doce Jesus, em que estado Te vejo! Tão doce e tão cheio de amor, quem Te condenou a uma morte tão amarga? Único Salvador das nossas feridas antigas, quem assim Te leva a sofrer essas feridas que, para além de serem tão cruéis, são tão ignominiosas? Doce vide, bom Jesus, eis o fruto que Te dá a Tua vinha. [...]
Até este dia das Tuas núpcias, esperaste pacientemente que ela produzisse uvas e ela não Te deu senão abrolhos (Is 5, 6). Coroou-Te de espinhos e cercou-te dos espinhos dos seus pecados. Como se tornou amarga, esta vinha que já não é Tua, mas que se tornou uma vinha estranha! Renegou-Te, gritando: «Não temos outro rei senão César!» (Jo 19, 15). Depois de Te terem expulsado da vinha, da Tua cidade e da Tua herança, estes vinhateiros deram-Te a morte; não de um só golpe, mas depois de Te terem afligido com o longo tormento da cruz e Te terem torturado com os ferimentos dos chicotes e dos cravos. [...] Senhor Jesus, [...] Tu próprio entregas a Tua alma à morte ─ ninguém Ta pode tirar, és Tu que a dás (Jo 10, 18). [...] Que troca admirável! O Rei dá-Se como escravo, Deus pelo homem, o Criador por aquele que criou, o Inocente pelos culpados.
(Do Evangelho Quotidiano - http://www.evangelhoquotidiano.org)

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