segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"Se teu irmão pecar, repreende-o..."

XXXII Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Memória de São Josafá, bispo e mártir
Lc 17, 1-6

É muito comum lermos ou escutarmos reflexões a respeito deste trecho do Evangelho segundo Lucas que tratam apenas do aspecto do perdão - ilimitado e condicionado apenas ao arrependimento. Muito importante, sem dúvida.
Mas é preciso lembrar que o Senhor, antes de falar do perdão, ensina sobre a gravidade do escândalo e, logo em seguida, sublinha a necessidade da correção fraterna, através da repreensão.
Sabermos dimensionar a gravidade do escândalo é muito importante, hoje em dia, pois parece que esquecemos de proteger os mais fracos na fé desse mal tão grande. As ovelhinhas do rebanho do Senhor são expostas, para que se proteja e até mesmo se oculte os pecados dos pastores.
Os que estão colocados à frente da comunidade causam um grande mal quando não são repreendidos, quando se compactua com os seus erros e pecados.
A repreensão, porém, é a expressão máxima da caridade, pois é através dela que as pessoas podem dar-se conta do quanto ofenderam ao Senhor e prejudicaram a Igreja. E, nesse movimento de compreensão do mal causado, podem cair em si, arrepender-se e voltar atrás em seus passos, como o filho pródigo quando resolve dizer ao pai: "pequei contra o Céu e contra ti". Porque é apenas o arrependimento que dá espaço ao perdão e ao retorno à Casa do Pai.
Deus está sempre disposto a perdoar e ensina-nos a fazer o mesmo - abrir-nos ilimitadamente ao perdão. Mas perdoar não significa tolerar o mal ou deixar de corrigir. Pelo contrário: como expressão de amor, o perdão exige o arrependimento, para que o ofensor converta-se de seu pecado e pare de fazer mal a si mesmo e aos outros.
Nosso Senhor não minimizou o impacto do escândalo. Afirmou, pelo contrário, que seria melhor afogar aquele que produz escândalo, antes que fosse capaz de fazê-lo. É uma afirmação dura, mas necessária, por amor dos pequeninos.
Portanto, se o Senhor não quis ser tolerante e nem proteger os que causam escândalos, não sejamos nós a fazê-lo, pelo bem da Igreja. Movidos por uma verdadeira e ardente caridade, exerçamos também a repreensão, a correção fraterna que o Senhor nos exige.

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