terça-feira, 13 de novembro de 2012

"Somos servos inúteis..."

XXXII Semana do Tempo Comum, terça-feira
Lc 17, 7-10


Não nos julgamos, nós, os senhores de nossas vidas? Não agimos como se Deus nos devesse favores? Não ousamos levantar os olhos para o Céu pedindo contas a Deus daquilo que acontece a nós e aos outros, como se não tivéssemos qualquer responsabilidade, como se não tivéssemos livre-arbítrio, como se não escolhêssemos agir contra a Vontade de Deus com más consequências para nós e para os demais?
Quem somos nós para pedirmos satisfações a Deus? Não passamos de meras criaturas, a quem Deus livremente, por pura bondade, criou para sermos felizes partilhando de Sua Vida bem-aventurada. Nossa felicidade está, pois, em servir a Deus.
Enquanto olharmos para nós mesmos como senhores, não podemos ser felizes. Porque, diante de Deus, ninguém é senhor. Jesus Cristo é o único Senhor. Ele, no entanto, rebaixou-Se a servir-nos (cf. Fl 2, 2-11).
Coloquemo-nos, pois, diante de Deus como servos que somos e busquemos fazer, em tudo e unicamente, a Sua Vontade. Não teremos feito mais do que nossa obrigação, mas Ele, porque é bom, nos recompensará com a felicidade verdadeira e sem fim.



Do Evangelho Quotidiano

De Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África), doutor da Igreja

O serviço humilde

Antes da vinda do Senhor Jesus, os homens gloriavam-se de si próprios. Ele veio como homem para que diminuísse a glória do homem e crescesse a glória de Deus. Porque Ele veio sem pecado e nos encontrou a todos pecadores. Se Ele veio para perdoar os pecados, é porque Deus é misericordioso: compete ao homem reconhecê-lo. Porque a humildade do homem está nesse reconhecimento, e a grandeza de Deus na sua misericórdia.
Se Ele veio perdoar ao homem os seus pecados, que o homem tome consciência da sua pequenez e de que Deus exerce a Sua misericórdia. «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). Ou seja: é necessário que Ele dê e que eu receba; que Ele tenha a glória e que eu a reconheça. Que o homem entenda qual é o seu lugar, que reconheça Deus e escute o que o apóstolo Paulo diz ao homem soberbo e orgulhoso que pretendia superiorizar-se: «Que tens tu que não hajas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias como se não o tivesses recebido?» (1 Cor 4,7). Que o homem que queria chamar seu ao que não era dele compreenda pois que o recebeu e se faça pequenino, porque é bom para ele que Deus seja glorificado nele. Que se diminua pois em si mesmo, para que Deus cresça nele.

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