V Semana do Tempo Pascal, sábado
Jo 15, 18-21
(Pe. Francisco Vera, sacerdote mexicano idoso, fuzilado em 1927 pelo "crime" de celebrar a Santa Missa)
A tentação permanente para os discípulos de Jesus de todos os tempos é de contemporizar e fazer concessões ao mundo. Porque é duro resistir ao ódio e às perseguições ou, pelo menos, às dificuldades que o mundo impõe à vida daqueles que não lhe pertencem e não querem pertencer-lhe. E os que são do mundo parecem sempre chegar mais facilmente ao sucesso, às riquezas, às facilidades, às glórias.
Mas a primeira e mais difícil de todas as lutas é a luta interior: o discípulo de Jesus não pode conformar-se à mentalidade mundana, ao "espírito deste mundo" que se insinua em todos os ambientes, mesmo aqueles onde não poderia estar presente; deve acautelar-se contra o "fermento de Herodes"; deve convencer-se em seu coração que tudo o que este mundo lhe oferece é ilusão.
As glórias deste mundo são vãs e passam, como o vento, sem consistência e sem peso de eternidade. Só o Reino de Deus permanece. E a glória de Deus, que Ele dará aos que O amam e Lhe obedecem, é eterna.
O Senhor nos escolheu e nos apartou do mundo, a nós, que desejamos segui-lO. E o mundo, que odiou a Nosso Senhor, odeia e odiará também a nós. Mas "o servo não é maior do que o Senhor". Portanto, a nós cabe a honra de receber, da parte do mundo, o mesmo que recebeu Jesus: perseguição, dor e morte. Mas, Jesus, o Senhor, é Aquele que venceu o mundo. Se formos firmes, fieis e perseverantes até o fim, com Ele reinaremos.
Vivemos em uma época em que nós, cristãos, estamos sendo continuamente martirizados. O número de cristãos martirizados no mundo durante o século XX foi maior do que o número de todos os cristãos martirizados nos dezenove séculos anteriores. Infelizmente, essa é uma notícia pouco divulgada e até mesmo difícil de ser encontrada nos meios de comunicação. Porém, essa é a verdade: morreram mais cristãos no século XX do que nas perseguições durante o Império Romano.
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A causa dessa perda é bastante simples, pois os católicos modernos querem abraçar o mundo, estar na moda e a espiritualidade do martírio não combina em absoluto com essa postura, pois é uma espiritualidade de ruptura e não de aliança com o mundo. Tornaram-se mártires exatamente porque não quiseram entrar na moda, porque não quiseram aceitar uma negociação com o mundo.
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O que deve ficar na nossa memória e, principalmente, na alma, é que a espiritualidade do martírio não pode nem deve ser diluída, é preciso retomá-la em sua essência, mas para isso é vital o rompimento com o "mundo".
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Extratos dos primeiros dois capítulos do livro "Os Mártires de Hoje", de autoria do Pe. Paulo Ricardo e de Paulo Henrique de Oliveira, publicado pela Editora Ecclesiae:
I - O SÉCULO DOS MÁRTIRES
O martírio é um tema da nossa fé que não perde brilho nem esplendor com o passar dos anos, pelo contrário, rejuvenesce e nos convida a refletir não só na espiritualidade que a Igreja nos propõe a viver, mas a repensar nossas vidas como cristãos.Vivemos em uma época em que nós, cristãos, estamos sendo continuamente martirizados. O número de cristãos martirizados no mundo durante o século XX foi maior do que o número de todos os cristãos martirizados nos dezenove séculos anteriores. Infelizmente, essa é uma notícia pouco divulgada e até mesmo difícil de ser encontrada nos meios de comunicação. Porém, essa é a verdade: morreram mais cristãos no século XX do que nas perseguições durante o Império Romano.
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II - UMA ESPIRITUALIDADE DILUÍDA
Atualmente, o cristão está diante de um paradoxo: se, por um lado, o século XX foi o que produziu mais mártires, contraditoriamente, esse mesmo século também vai entrar para a história do cristianismo como o século no qual a Igreja Católica perdeu a espiritualidade do martírio. Não é que cessaram os martírios, mas sim que, para os católicos, a espiritualidade do martírio se perdeu, se diluiu.A causa dessa perda é bastante simples, pois os católicos modernos querem abraçar o mundo, estar na moda e a espiritualidade do martírio não combina em absoluto com essa postura, pois é uma espiritualidade de ruptura e não de aliança com o mundo. Tornaram-se mártires exatamente porque não quiseram entrar na moda, porque não quiseram aceitar uma negociação com o mundo.
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O que deve ficar na nossa memória e, principalmente, na alma, é que a espiritualidade do martírio não pode nem deve ser diluída, é preciso retomá-la em sua essência, mas para isso é vital o rompimento com o "mundo".
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