quinta-feira, 31 de julho de 2014

"COISAS NOVAS E VELHAS"

XVII Semana do Tempo Comum, quinta-feira
Memória de Santo Inácio de Loyola, sacerdote e fundador da Cia. de Jesus
Mt 13, 47-53



Nosso Senhor contrapõe, ao final deste trecho, o "mestre da lei" ao "discípulo do Reino dos Céus". Pois, se na Antiga Aliança, havia entre os homens os que se chamavam mestres da Lei que foi dada ao povo por Deus através de Moisés, na vigência da Nova Aliança só há discípulos. Um só é o nosso Mestre, Jesus Cristo, o Senhor.
Mesmo aqueles, portanto, que são colocados por Deus à frente de Seu Povo para guiá-lo, conduzi-lo, governá-lo e ensiná-lo, mesmo esses devem sempre colocar-se diante de Jesus, seu Senhor, como discípulos diante do Mestre.
Se aqueles que são os representantes de Cristo devem agir assim, mais ainda os que somos as ovelhas do rebanho do Senhor, que devem ser apascentadas por eles. Se os que devem nos governar precisam ter um coração de discípulo, também nós precisamos e devemos e ainda muito mais do que eles.
A outra contraposição que o Senhor faz é entre as "coisas novas" e as "coisas velhas". Jesus afirma que todas - novas e velhas - formam um só tesouro, de cuja riqueza se deve usufruir sem distinção.
E se o Senhor se referia, chamando "tesouro", àquilo que pertencia à Antiga Aliança, então devemos considerar que muito maior é o tesouro da Igreja, no qual todas as coisas, novas e velhas, têm imenso e inigualável valor.
Aprendamos, pois, a jamais desprezar este grande tesouro que nos foi dado por Deus, do qual os santos souberam tão magnificamente tomar posse. É a herança dos santos (que é a herança de Cristo) destes mais de dois mil anos de história da Igreja. Pois os santos foram e são os melhores discípulos do Reino dos Céus.
Hoje a Igreja faz memória de Santo Inácio de Loyola, sacerdote, fundador dos jesuítas. Ele, justamente, foi motivado pela vida e pelos feitos de outros grandes santos que viveram antes de seu tempo. Não os refutou ou rejeitou como "coisas velhas" e sem valor. Pelo contrário, considerou-os como parte desse grande tesouro da Igreja e soube dele tomar posse para transformar a sua vida, colocando-se a serviço do único Senhor pelo qual vale a pena viver e morrer.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

"Vai, vende todos os seus bens..."



XVII Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Mt 13, 44-46


O que significa "vender todos os bens"  para comprar o campo onde o tesouro está escondido? E por que aquele que achou o tesouro o mantém escondido?
Ora, o Reino dos Céus é um tesouro que deve ser compartilhado. Aquele que conhece a Jesus Cristo sente a necessidade, o imperativo de levá-lO aos outros, para que conheçam e experimentem o Amor, como ele mesmo o experimentou. Tal como fez a samaritana a quem Jesus encontrou à beira do poço (cf. Jo 4). Mais ainda, é o próprio Cristo quem envia a anunciar o Evangelho a toda criatura (cf. Mc 16, 15); é uma ordem, não uma opção.
No entanto, há uma dimensão pessoal do encontro com o Senhor que deve se manter com essa característica e que é impossível compartilhar, ainda que seus reflexos se façam notar. O "tesouro escondido" da intimidade com o Senhor, do trato familiar com Jesus - isso é o que deve se manter escondido, porque faz parte da relação de amizade que o Senhor quer manter com cada um de modo exclusivo, em caráter totalmente pessoal.
Porque é desejo do Senhor fazer morada no coração de cada pessoa humana e com ela estabelecer uma relação íntima de amizade.
Quem encontra o tesouro do Amor de Deus e a Ele entrega inteiramente seu coração, deixará tudo por esse Amor e já não se importará com o que quer que seja pertencente a este mundo. Bens, honra, fama, amizades, sucesso e empreendimentos e tudo o mais - tudo será por ele considerado como de pouco valor em comparação com o Amor de Cristo, seu Senhor. E ele não se importará em deixar tudo para ganhar o Reino, o próprio Jesus.
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