"Usai o dinheiro injusto para fazer amigos..."
Pois o dinheiro, que aqui representa todo tipo de bens materiais e riquezas aos quais se apega o coração do homem, não é um fim em si mesmo.
O dinheiro, os bens, as riquezas, se corretamente usados, também são um meio para chegar ao Céu. Por isso é que Jesus recomenda fazer amigos com o dinheiro injusto, "pois, quando acabar [o dinheiro], eles vos receberão nas moradas eternas".
Mas que "amigos" são esses? Todo o bem que fizermos nos recomendará diante de Deus. E, principalmente, todos aqueles a quem fizermos o bem serão os defensores de nossa causa quando tivermos de nos apresentar no tribunal do Senhor. São esses os amigos que nos receberão nas moradas eternas, porque "o amor cobre uma multidão de pecados" (1Pd 4,8).
Importa, porém, que observemos a quem queremos servir. Se escolhermos servir a Deus, rejeitaremos servir ao dinheiro, aos bens, às riquezas, enfim, diremos "não" a todo tipo de apego material. Ao contrário, se decidirmos servir às riquezas, apegar nosso coração ao que é material, teremos de deixar a Deus de lado, abandoná-lO, recusar servi-lO, impedir que entre e transforme nossas vidas para melhor. Porque a ambos (Deus e o dinheiro), diz Jesus, não se pode servir.
Diz mais ou menos assim uma canção de Bob Dylan, conforme a versão de Vitor Ramil: "seja ao diabo, ou seja a Deus, você sempre vai servir a alguém".
Nada impede que os bens e as riquezas sejam meios colocados à disposição para o serviço de Deus. Ao contrário, é bom que seja assim. É o que Jesus nos fala no Evangelho de hoje e assim também pensavam santos como Teresa de Jesus, que nada aceitava para si, mas sabia usar o dinheiro das doações que recebia para melhor servir ao Senhor. O mesmo já fazia Francisco de Assis, o santo da pobreza, séculos antes.
Mas não esqueçamos as palavras de advertência de Jesus no final do Evangelho de hoje: "Deus conhece vossos corações. (...) O que é importante para os homens é detestável para Deus".
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