terça-feira, 24 de novembro de 2009

Memória de Santo André Dung-Lac e companheiros, mártires vietnamitas – Lc 21, 5-11

Na leitura de hoje (Dn 2, 31-45), o profeta Daniel narra o sonho do rei Nabucodonosor, da Babilônia, e a sua interpretação. Mostra que os reinos e as nações da terra e o seu poderio são como pó e cinza diante de Deus. Os grandes impérios da terra se sucedem um após outro e nenhum deles permanece: todos têm o seu momento de ascensão e então caem e desaparecem, desde os reinos da Antiguidade até hoje.

No sonho do rei, a pedra que rola da montanha derruba e reduz a pó o poderio das nações e toma a terra inteira, formando "um reino eterno que jamais será destruído". Tanto a pedra quanto a montanha, no Antigo Testamento, eram referências a Deus. Em vários salmos podemos ver Deus sendo chamado de "rocha" ou "rochedo". E, para falar com Deus e para receber as tábuas da Lei contendo os mandamentos, Moisés precisa subir à montanha (o monte Sinai) e lá passar quarenta dias e quarenta noites. Então, no sonho de Nabucodonosor, o reino que prevalece sobre todos os outros e que será firme e estável para sempre é um reino que vem de Deus, é o próprio Reino de Deus.

Jesus Cristo, que veio ao mundo para anunciar exatamente a vinda desse Reino, quando está ensinando no Templo de Jerusalém chama a atenção das pessoas que o escutam para aquilo que é realmente importante. Mais do que a aparência externa, bela e imponente, do Templo, é preciso ver a sua caducidade – como todas as realidades terrenas, está destinado a passar.

Importa, então, que Deus reine no coração do homem, o templo que Ele de fato deseja e onde quer estabelecer o Seu Reino. Esse Reino, que Jesus anunciou e inaugurou, cresce e se aperfeiçoa em nós, dentro de nós e ao nosso redor, ainda que não sejamos capazes de percebê-lo. Um dia, a realidade terrena (a "figura deste mundo", como dizia São Paulo) dará lugar definitivamente ao Reino de Deus que está entre nós, mas ainda não se manifestou em sua plenitude.

Santo André Dung-Lac e seus companheiros, cuja memória celebramos hoje, permitiram que Deus estabelecesse Seu reinado sobre suas vidas e em seus corações. No século XIX deram testemunho com seu sangue desse Reino que não passa. Souberam escolher o mais importante, ver que as coisas da terra são apenas sombra das realidades definitivas e hoje reinam com Jesus Cristo no Céu.

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