quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Memória de São Carlos Borromeu – Lc 14, 25-33

Diz São Paulo que "o amor é o cumprimento perfeito da lei" (Rm 13, 10) e recomenda: "não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo – pois quem ama o próximo está cumprindo a lei" (Rm 13, 8).

O amor de que São Paulo fala não é um mero sentimentalismo. É o amor que decorre de querer o bem do outro, de promover o bem do outro, de reconhecer as reais e legítimas necessidades (materiais e espirituais) do outro e procurar satisfazê-las, de querer fazer o outro feliz. É o amor que se fundamenta na doação de si mesmo.

Não foi outro o amor de Jesus Cristo por nós: Ele renunciou até mesmo à honra e à glória devidas à Sua divindade para fazer-se um conosco, para doar-se a nós até a última gota de sangue e, assim, dar-nos a Vida.

Por isso, quem quiser ser discípulo de Jesus Cristo, quem quiser segui-lO, não pode fazer menos do que Ele fez, porque o verdadeiro amor exige de quem ama a total entrega de si. Se Jesus carregou a Sua Cruz, nós, que queremos ser Seus discípulos, devemos carregar do mesmo modo a nossa cruz.

Mas isso significa "calcular os gastos" para a construção da torre, como explica o Senhor no Evangelho de hoje ("para ver se tem o suficiente para terminar"); ou, antes de "sair para guerrear com o outro", se as forças do exército não são suficientes, enviar mensageiros para "negociar condições de paz". O que Jesus quer indicar com isso? Que o Seu seguimento é um caminho, que se constrói dia após dia; que a formação do discípulo de Cristo não é instantânea, pelo contrário, é um processo. É o que Jesus quer indicar quando diz que é preciso tomar a própria cruz a cada dia.

Nesse caminho para ser discípulo é preciso cultivar a vida espiritual, buscando a solidez e a união com Deus na oração e na formação das virtudes; procurar a própria formação, o conhecimento da doutrina da fé, para que o amor a Deus tenha bases firmes e coerentes; e doar-se ao próximo, praticando a misericórdia para com ele, a fim de que a imitação de Cristo se concretize no irmão. Por fim, a renúncia de si mesmo implica em esperar tudo de Deus e nada esperar de si; colocar tudo nas mãos do Senhor e confiar inteiramente nEle.

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