sábado, 30 de maio de 2015

COMO ESTÁ O NOSSO CORAÇÃO, QUANDO NOS APROXIMAMOS DE JESUS?

VIII Semana do Tempo Comum, sábado
Mc 11, 27-33


Quando as autoridades judaicas daquele tempo - os sumo sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos - se aproximam de Jesus para perguntar-Lhe com que autoridade Ele expulsava os vendedores e os cambistas do pátio do Templo destinado à oração, para que fossem exercer suas atividades do lado de fora, já estavam decididos interiormente a livrar-se de Jesus. Só não haviam ainda dado um jeito de matá-lO porque tinham medo do povo que escutava e seguia o Senhor.
Portanto - e Jesus sabia disso - não vinham a Ele para se converterem, se Ele respondesse que era o Messias há tanto tempo prometido e esperado em Israel. E é justamente por isso que não responde diretamente, mas faz a pergunta a respeito de João Batista, para dar-lhe uma nova chance de serem sinceros e humildes e entrarem em um caminho de conversão.
Movidos pelo interesse, pela soberba de seus corações, as autoridades dos judeus respondem a Jesus mentindo: "não sabemos". E o Senhor, então, dá-lhes as costas, recusando-Se a responder-lhes, porque "Deus resiste aos soberbos, mas dá Sua graça aos humildes" (cf. IPd 5,5).
Examinemos, pois, hoje o nosso coração para vermos se não estamos agindo, diante de Deus, como esses orgulhosos, interesseiros e hipócritas.
Devemos procurar o Senhor com desejo sincero de conversão, com humildade e simplicidade de coração, sabendo que, para renunciar ao pecado, sempre será necessário sofrer um pouco. Sempre nos haverá de custar abandonar os nossos interesses para cumprir a Vontade de Deus.
A primeira leitura deste sábado (Eclo 51,17-27) sintetiza bem isso quando narra a busca do homem pela Sabedoria divina, dizendo: "Levantei minhas mãos para o alto e me arrependi por tê-la ignorado. Para ela [a Sabedoria] orientei a minha alma e na minha PURIFICAÇÃO a encontrei".

sexta-feira, 29 de maio de 2015

QUANDO JESUS PEDIR, QUE FRUTOS TEREMOS PARA LHE DAR?

VIII Semana do Tempo Comum, sexta-feira
Mc 11,11-26

Jesus teve fome e, apesar de não ser tempo de figos, amaldiçoou a figueira que não Lhe deu frutos com que saciar-Se. E a figueira secou, porque não podia dar frutos fora do tempo, contra a sua natureza.
Nós, porém, sempre podemos dar frutos, os frutos de fé, de amor e de virtude que o Senhor deseja e espera de nós.
Quando, pois, o Senhor nos chamar desta vida, não sejamos como esta figueira, cheia de folhas, cheia de uma promessa de frutos que não se realizou quando o seu Deus e Senhor quis  e pediu. Se não dermos frutos, secaremos tal como a figueira. E galhos secos, como diz Jesus em outra passagem, devem ser lançados ao fogo...
***
O Senhor também quer ensinar que Deus sempre atende a oração dos Seus, quando Lhe pedem com fé os bens - espirituais e materiais - de que necessitam e que estão em conformidade com a Sua Vontade santíssima.
Mas não será atendido aquele que se recusa ao perdão. Pois Deus, que é a Suma Bondade, perdoa-nos sempre, a nós, que somos pecadores, todas as vezes em que, pelo sacramento da Confissão, arrependidos, pedimos perdão.
Por isso, se quisermos que Deus nos escute e atenda em nossas orações, devemos também nós perdoar aos nossos irmãos, pois não somos melhores do que aqueles que nos ofendem e nos desejam e fazem o mal.
Para dar frutos, devemos nos esforçar por tornar-nos, o mais possível, semelhantes a Deus, na bondade e no perdão. Assim saciaremos a fome de Jesus, com frutos de santidade. Pois a "fome" do Senhor é de almas santas.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

"NO REINO DOS CÉUS, REINAR É SERVIR"

VIII Semana do Tempo Comum, quarta-feira
Mc 10, 32-45

"Jesus ia na frente"
O Senhor caminha para a Paixão e a Morte. E sabe disso. Sabe que morrerá (e ressuscitará) para salvar os homens, libertando-os do demônio, do pecado e da morte. Por isso, caminha com firmeza e decisão para Jerusalém.
Os discípulos, porém, estão confusos e com medo. Jesus já lhes anunciara o que haveriam de fazer com Ele e os discípulos estão conscientes de que os judeus procuram matar o Mestre. Por isso, não compreendem porque Jesus caminha tão resolutamente para a morte, quando poderia facilmente evitá-la, deixando de ir para Jerusalém e escondendo-se dos judeus. Menos ainda entendem, quando Ele lhes fala em ressurreição...
Nós, homens e mulheres de todos os tempos que nos dispusemos a seguir a Cristo, parecemo-nos com estes discípulos. Temos medo, hesitamos. Não pensamos conforme Deus, mas conforme o mundo. Perdemos a confiança quando as provações e dificuldades da vida nos visitam. É-nos sempre difícil viver os momentos de cruz, abraçar com amor a cruz de cada dia, mesmo sabendo que Deus não nos prova para além de nossas forças. E facilmente perdemos de vista a perspectiva da ressurreição que nos é prometida, se permanecemos fieis a Nosso Senhor.

"Vós não sabeis o que pedis."
Assim como Tiago e João, somos nós: queremos a glória, mas não a cruz. No entanto, não poderá chegar à glória com Cristo, no Reino dos Céus, quem não abraçar primeiro a cruz, com Ele.
Para ressuscitar, é preciso antes morrer. Não teria havido o Domingo de Páscoa se, antes, não tivesse ocorrido a Sexta-feira da Paixão.

"O Filho do Homem não veio para ser servido..."
Assim como nosso Senhor e Deus, Jesus Cristo, "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos", do mesmo modo devemos nós viver para servir.
"No Reino dos Céus, reinar é servir", dizia o grande cientista (e católico convertido já na maturidade) Blaise Pascal. 
Peçamos, pois, hoje, ao Senhor que nos ajude a não desejar a glória sem, antes, estarmos dispostos a abraçar a cruz com amor; que não tenhamos medo de ser Seus discípulos e de segui-lO para a "Jerusalém" das nossas vidas e de cada dia; que não tenhamos medo de abrir-Lhe, de escancarar-Lhe os nossos corações, como nos exortava o Papa São João Paulo II no início de seu pontificado, em 1978; que aprendamos, por amor de Cristo e a Seu exemplo, a dedicar as nossas vidas ao serviço da salvação dos irmãos.
E que a Virgem Santíssima, Mãe das Dores e da Misericórdia, interceda sempre por nós.

terça-feira, 26 de maio de 2015

"DEIXAMOS TUDO E TE SEGUIMOS"

VIII Semana do Tempo Comum, terça-feira
Memória de São Filipe Néri, presbítero, fundador do Oratório
Mc 10, 28-31

Mas será que, quanto a cada um de nós, isso é mesmo verdade? Será que deixamos TUDO, mesmo, para seguir a Jesus? Será que deixamos gostos, caprichos, pecados "de estimação" (aqueles aos quais estamos apegados), vaidades, futilidades, preguiça, orgulho, falta de perdão, gula? Será que deixamos MESMO para trás todas essas coisas (e outras mais) para seguir a Jesus, carregando com amor a cruz de cada dia?
"Não te apresentes a Deus de mãos vazias", diz-nos hoje o livro do Eclesiástico (Eclo 35,6).
Aprendamos, pois, a oferecer a cada dia ao Senhor o sacrifício de tudo aquilo que, em cada um de nós, não corresponde à Vontade de Deus. Então poderemos ter certeza que deixamos tudo para segui-lO e que, um dia, receberemos dEle a recompensa prometida: cem vezes mais e a vida eterna!

***

SÃO FILIPE NÉRI


Neste dia recordamos a santidade de vida do Santo da Alegria, que encantou a Igreja com seu jeito criativo e excêntrico de viver o Evangelho. Nascido em 1515, São Filipi Néri, foi morar com um tio negociante, que colocou diante de seus olhos a proposta de assumir os empreendimentos, mas acolheu as proposta do Senhor que eram bem outras.
Ao ir para Roma estudou Filosofia e Teologia, sem pensar no sacerdócio. Sendo um homem de caridade, vendeu toda a sua biblioteca e deu tudo aos pobres; visitava as catacumbas tinha devoção aos mártires e tudo fazia para ganhar os jovens para Deus, já que era afável, modesto e alegre, por isso fundou ainda como leigo, a irmandade da Santíssima Trindade.
São Filipe Néri, que muito acolhia peregrinos em Roma, foi dócil em acolher o chamamento ao sacerdócio que o despertou para as missões nas Índias. Porém, o seu Bispo esclareceu-lhe que a sua Índia era Roma.
Como Santo da Jovialidade, simplicidade infantil e confiança na Divina Providência, Filipe fundou a Congregação do Oratório; foi vítima de calúnias; esquivou-se de ser cardeal, mas não da salvação das almas e do seu lema: "pecados e melancolia estejam longe de minha casa".

segunda-feira, 25 de maio de 2015

"TERÁS UM TESOURO NO CÉU"

VIII Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Mc 10, 17-27

"Tudo isso tenho observado..." - quem sabe também algum de nós possa dizer o mesmo que o jovem rico que se aproximara de Jesus. Quem sabe tenhamos observado os mandamentos de Deus, alguns mais e outros menos, e estejamos em busca daquele "algo mais", daquela pedra-de-toque que dá brilho a esse "cumprir os mandamentos" e que nos conduz ao Reino dos Céus, à vida eterna.
Ao jovem, Jesus mostra o caminho a seguir: "vende tudo o que tens e dá aos pobres... depois vem e segue-me". Mostrou-lhe, pois, como desapegar o coração dos bens e riquezas deste mundo para dá-lo somente a Ele, Jesus.
A nós todos, por diferentes meios, o Senhor também pede o mesmo desapego. Pois a pedra-de-toque da observância dos mandamentos é o amor. Não por mero legalismo, mas por amor é que se deve obedecer à Lei de Deus. Um amor que passa pelo desapego dos bens materiais e das coisas criadas, em diferentes graus conforme o estado de vida ao qual cada um é chamado por Deus. Um amor que não admite rivais: nada se deve antepor ao amor de Cristo (cf. São Cipriano de Cartago).
Qualquer apego do coração aos bens deste mundo, sejam muitos ou poucos, sejam grandes ou pequenos, colocará em segundo lugar o nosso amor ao Senhor. E, no entanto, Ele é quem deve ser amado sobre todas as coisas...
Examinemos, pois, o nosso coração, neste dia em que reiniciamos o Tempo Comum, e vejamos se ele pertence a Deus inteiramente ou se há nele alguma parte que ainda reservamos para nós. Como ao jovem rico, Jesus nos olha com amor. Ainda temos tempo de decidir amar ao Senhor de todo o coração e sobre todas as coisas e entregar tudo a Ele. Para não termos de ir embora tristes, como o jovem rico, que queria o Céu, mas estava preso às coisas da terra...

sexta-feira, 22 de maio de 2015

"TU ME AMAS?"

VII Semana do Tempo Pascal, sexta-feira
Jo 21,15-19


A Pedro é que Jesus pergunta: "tu me amas mais do que estes?". Pedro, que negou o Senhor três vezes, deverá por três vezes afirmar-Lhe o seu amor, começando por afirmar que ama Jesus mais do que os outros discípulos. E três vezes o Senhor mandará que Pedro apascente o Seu rebanho, que conduza, em Seu Nome, os seus futuros discípulos - de todos os tempos - às pastagens verdejantes de Seu Reino.
Somente Pedro deve amá-lO mais do que os outros. Mas a pergunta  "tu me amas?" é dirigida também a nós.
Porque é no amor que tudo se decide. É preciso amar a Jesus e amá-lO sobre todas as coisas. É preciso amar ao Senhor mais do que tudo, a ponto de desprezar a própria vida por causa dEle.
Por isso é que o Senhor dirige a Pedro aquelas palavras finais que lemos hoje, dizendo que outro o levará para onde ele não quererá ir. E o evangelista acrescenta: "Jesus disse isso significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus".
E também a isso todos somos chamados: a glorificar a Deus com nossas vidas. Se nem todos somos chamados a dar a vida para a glória de Deus pelo martírio de sangue, como tantos de nossos irmãos o são em tantas regiões do mundo ainda hoje, todos devemos dar a vida para a glória de Deus no martírio de cada dia, no testemunho fiel da vivência do Evangelho, da obediência aos mandamentos, da guarda de Sua Palavra. Desse modo testemunhamos ao mundo que amamos a Nosso Senhor.
São João da Cruz afirmava que "ao entardecer da vida, seremos julgados quanto ao amor". No dia do nosso juízo, quando formos chamados deste mundo à Sua Presença, o Senhor nos perguntará, a cada um de nós: "tu me amas?". Possa a nossa resposta ser idêntica à de Pedro: "Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo".

quinta-feira, 21 de maio de 2015

ESTAR COM CRISTO ONDE ELE ESTÁ

VII Semana do Tempo Pascal, quinta-feira
Jo 17,20-26


O Senhor deixa claro que não roga apenas por Seus apóstolos (daquele tempo e de todos os tempos), mas também pela multidão de homens e mulheres que, ouvindo a pregação e o testemunho dos apóstolos, haveriam de crer nEle pela palavra da Igreja. Ou seja, Jesus roga por nós todos, que cremos em Seu Nome pela Palavra que nos foi anunciada.
Mais uma vez, Nosso Senhor manifesta seu desejo de unidade, como parte essencial do testemunho que conduzirá o mundo ao reconhecimento de Jesus como o Enviado do Pai, o Filho amado de Deus.
Então, o Senhor expressa, a nosso respeito, um desejo que nos deveria levar imediatamente ao louvor e à ação de graças: Ele quer levar-nos para o Céu, para junto dEle, a fim de que contemplemos a Sua glória! E pede ao Pai que derrame sobre nós o Seu Amor!
Se nosso Deus e Senhor Jesus Cristo tem tão grande desejo e expectativa a nosso respeito, de que mais precisamos? Corramos ao Seu encontro, correspondamos ao Seu Amor por uma vida santa, não permitamos que alguma sombra de pecado nos impeça de amá-lO sobre todas as coisas e de atender ao Seu desejo de levar-nos para junto dEle.
Que o desejo de estar com Cristo preencha e dilate o nosso coração! E, assim, não meçamos esforços para realizá-lo.
Façamos nossas as palavras dos santos: "Vós sois, Senhor, o desejo e a saudade de minha alma"!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

QUE TODOS SEJAM UM - UT UNUM SINT

VII Semana do Tempo Pascal, quarta-feira
Jo 17,11-19

O Senhor deseja a unidade e a pede ao Pai. A unidade dos cristãos (aqueles que creem em Jesus, Deus e Homem verdadeiro, o Senhor, o Verbo feito carne para a vida do mundo, que morreu por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação, o Redentor do homem) não se dará como resultado de esforços humanos, frequentemente equivocados, frequentemente dispostos a abrir mão do essencial em função de uma coexistência - mais cordial do que pacífica - que está muito longe da unidade pela qual Nosso Senhor orou ao Pai tão ardentemente.
A unidade dos cristãos, se e quando vier, virá por graça de Deus. Só a Ele poderá ser tributada. Prova disso é a exemplaridade para a qual Jesus aponta em Sua oração e que será a concretude da unidade: "assim como NÓS somos um".
Se o critério da unidade dos cristãos é a unidade do Pai e do Filho, na qual há uma relação de Amor perfeita e uma perfeita e total identificação de vontades, então isso exige de nós, individual e comunitariamente, que busquemos identificar inteiramente a nossa vontade com a Vontade de Deus. Ou seja, consagrar-nos na verdade, como o Senhor pede em seguida ao Pai por nós, os Seus discípulos de todos os tempos.
E ainda que não esteja nas mãos de nenhum fiel em particular obter a tão desejada unidade, está, sim, sob a responsabilidade individual dos fieis buscar seriamente em sua própria vida a total correspondência à Vontade de Deus. Ou seja, o empenho sério e comprometido de lutar pela santidade pessoal, sem sentimentalismo, abraçando a cruz de cada dia, que é a cruz dos próprios defeitos e misérias; a cruz da obediência; a cruz da renúncia, do abandono dos próprios caprichos e da doação ao próximo na busca de seu verdadeiro Bem, que é o próprio Cristo Senhor.
Não haverá unidade dos cristãos, sob Pedro, na verdadeira Igreja de Cristo, se não houver santidade. Ou, ao menos, um grande empenho em lutar por ela, desde o mais humilde dos fieis até o Papa.
Lutar pela santidade é o que corresponde a cada um de nós, se amamos a Nosso Senhor e procuramos fazer o pouco que nos cabe para atender ao desejo de unidade. E também pedir muito a Deus por essa unidade, pois é só Ele que pode dá-la à Sua Igreja. No tempo oportuno, o Senhor nos dará a paz e a unidade, segundo o Seu desejo, que hoje vemos tão ardentemente manifesto em Sua oração sacerdotal.
Podemos ficar tranquilos, serenos e confiantes. A luta é grande e dura e é para toda a vida, mas o Senhor está conosco e roga por nós ao Pai, que nos guarda do maligno, o demônio, o inimigo infernal de nossas almas.

terça-feira, 19 de maio de 2015

A VIDA ETERNA

VII Semana do Tempo Pascal, terça-feira
Jo 17, 1-11


Antes de Sua glorificação (isto é, antes de chegar a Sua "hora", a hora da Cruz, quando Ele, elevado da terra, atraiu tudo a Si), Jesus ora ao Pai. É a Sua grande oração sacerdotal, que São João conservou com toda a fidelidade neste capítulo de seu Evangelho.
Ao iniciar a oração, Nosso Senhor pede ao Pai que O glorifique - pela Cruz e Ressurreição - porque a hora é chegada e Jesus deseja dar a vida eterna aos homens que Lhe foram confiados pelo Pai. E deve fazê-lo por meio da glória da Cruz.
Então, sem rodeios, o Senhor define o que é a vida eterna: "que eles Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que Tu enviaste, Jesus Cristo".
Inescapável. Não há outra verdade, senão esta. Não há outro Deus senão Aquele que nos foi revelado em Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro, o enviado do Pai.
Diante disso, não há outra possibilidade senão escolher entre amá-lO e não amá-lO. E quem O ama, como Ele mais uma vez afirma, guarda a Sua Palavra, que é a Palavra do Pai.
Ao ler e meditar mais uma vez a oração sacerdotal de Jesus, somos confrontados com a radicalidade de Sua proposta e com a necessidade de fazer uma escolha: rejeitá-lO e pertencer ao mundo; ou amá-lO e pertencer ao Pai e a Ele.
É uma escolha que se faz com a própria vida: quem O ama, guarda a Sua Palavra, cumpre a Sua Vontade, toma a cruz de cada dia e segue-O.
Por estes, mas não pelo mundo, o Senhor roga ao Pai. Rogou naquele tempo e continua a rogar hoje e até o fim dos tempos. Jesus está diante do Pai como nosso eterno intercessor.
Por isso, se verdadeiramente O amamos, se guardamos a Sua Palavra, podemos ter confiança e alegrar-nos.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

PARA QUE TODOS SEJAM UM

VII Semana do Tempo Pascal, segunda-feira
Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
Jo 17, 20-23
(da Missa pela Unidade dos Cristãos)

Nosso Senhor nos deu a glória que o Pai lhe deu... Mas a glória de Cristo é a CRUZ! A Cruz é o trono de glória do Senhor! Quando São João, em seu Evangelho, fala na glorificação do Filho do Homem, está falando da Cruz, de onde Ele, "elevado da terra" atrairá a todos e a todas as coisas a Si.
Esta, pois, é a glória que nos foi dada: a glória da cruz, único caminho pelo qual se pode chegar à glória do Céu.
Somente a cruz prova que somos verdadeiros discípulos de Cristo e marca-nos, por assim dizer, com o Seu selo.
Só abraçando a cruz com Cristo é que podemos ser um com Ele e com o Pai e seremos amados, ou melhor, nos deixaremos amar com o mesmo amor com que o Pai amou o Filho. A Cruz é a glória dada ao Filho pelo Pai e sinal de Seu amor. Se o Pai, pois, nos presenteia com a cruz, é porque ama-nos como amou ao Filho, com amor de predileção. Se não fosse assim, por que haveria de tratar-nos como tratou a Seu Filho amado?
Abraçando a cruz, identificamo-nos plenamente com a Vontade de Deus. Por isso, a cruz torna-se, para nós, sinal de unidade.
Tendo podido convencer o mundo por quaisquer outros meios, Nosso Senhor preferiu a Cruz. Nada de prodígios, de grandes milagres, de curas portentosas ou um grande triunfo ao som de trombetas e de aclamações dos coros dos anjos. Apenas o (aparente) fracasso da Cruz...
Na Cruz, portanto, é que chegaremos à unidade: com Deus, conosco mesmos e com os mais próximos. E também por ela, a Cruz, é que chegaremos à unidade perfeita e tão desejada pelo Senhor, a unidade de todos os cristãos entre si, sob Pedro, na única Igreja de Cristo, a Igreja Católica.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

"Vós chorareis e vos lamentareis"

VI Semana do Tempo Pascal, sexta-feira
Jo 16, 20-23

Nosso Senhor predisse, de modo imediato, a tristeza dos discípulos diante de Sua Paixão e Morte iminentes (aconteceriam dali a poucas horas).
Também lhes predisse a Sua Ressurreição, que em seguida aos trágicos - e redentores - acontecimentos de Sua Paixão e Morte, ocorreria, completando o Mistério Pascal: "a vossa tristeza se transformará em alegria".
Mas estas palavras de Nosso Senhor servem também para nós, que hoje vemos e vivemos (e, muitas vezes, causamos com os nossos pecados) a sujeira no vestido e no rosto da Igreja, como disse o então Cardeal Joseph Ratzinger - hoje Papa Emérito Bento XVI - na oração da IX Estação da Via Sacra, na Sexta-feira Santa de 2005:
Senhor, muitas vezes a vossa Igreja parece-nos uma barca que está para afundar, uma barca que mete água por todos os lados. E mesmo no vosso campo de trigo, vemos mais cizânia que trigo. O vestido e o rosto tão sujos da vossa Igreja horrorizam-nosMas somos nós mesmos que os sujamos! Somos nós mesmos que Vos traímos sempre, depois de todas as nossas grandes palavras, nossos grandes gestos. Tende piedade da vossa Igreja: também dentro dela Adão continua a cair. Com a nossa queda, deitamo-Vos ao chão e Satanás a rir-se porque espera que não mais conseguireis levantar-Vos daquela queda; espera que Vós, tendo sido arrastado na queda da vossa Igreja, ficareis por terra derrotado. Mas Vós erguer-Vos-eis. Vós levantastes-Vos, ressuscitastes e podeis levantar-nos também a nós. Salvai e santificai a vossa Igreja. Salvai e santificai a todos nós.
Podemos ter confiança e esperança, nós, cristãos católicos de hoje e de todos os tempos e que vivemos no tempo da Igreja, que estas palavras do Senhor são também para nós e que Ele, que é fiel e jamais abandona os que Lhe pertencem, cumprirá a Sua promessa: "Eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria".
Vivemos em tempos difíceis. Mas é preciso que se cumpra, em toda a Igreja e na vida de cada um de nós que somos os seus membros (membros vivos do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja), o que "falta à Paixão de Cristo" (cf. Cl 1, 24).
Não é fácil. Mas precisamos ser fieis e perseverantes no seguimento de Jesus Cristo, nosso Senhor, tomando a nossa cruz a cada dia, amando ao Senhor e conformando nossas vidas à Sua Vontade Santíssima. Se assim fizermos, nós O veremos, um dia, com nossos próprios olhos, alegrar-nos-emos no mais profundo de nossas almas e ninguém poderá tirar a nossa alegria.

terça-feira, 5 de maio de 2015

"A minha PAZ vos dou"

V Semana do Tempo Pascal, terça-feira
Jo 14,27-31

A paz de Cristo não é a paz do mundo. Quem vive na paz do Senhor - aquele que O ama e, por isso, escuta a Sua Palavra e obedece aos Seus Mandamentos - mesmo em meio às tribulações está tranquilo e seu coração está sereno. Quem vive na paz de Cristo sabe confiar e esperar em Deus e não se desespera, ainda que receba más notícias.
Pelo contrário, a paz do mundo é uma falsa tranquilidade, apoiada na posse de bens materiais, em falsas alegrias e em falsas promessas de felicidade que têm sua base no prazer, no prestígio e na aprovação da maioria. Mas é uma paz sem Deus, que pode ser derrubada ao sopro do primeiro vento de contrariedade e dissabor. Mais ainda, é uma paz que exige a rejeição de Deus, porque está baseada na mentira e no erro.
"O chefe deste mundo vem", diz o Senhor, alertando-nos de que seremos tentados e incomodados pelo inimigo de Deus e nosso, o demônio, pai da mentira, porque queremos ser discípulos de Cristo e seguir as Suas pegadas. Os inimigos do homem - o demônio, o mundo e a carne - virão contra nós para tentar afastar-nos do caminho do Senhor e roubar-nos, assim, a Paz que Ele nos dá. Mas confiemos em Nosso Senhor, que também afirma: "ele [o inimigo] não tem poder sobre mim".
O Filho ama o Pai e procede conforme o Pai ordenou. Façamos do mesmo modo também nós, procurando fazer, em tudo, a Vontade de Deus a nosso respeito. Assim teremos certeza que amamos a Deus e que seremos por Ele amados e viveremos em Sua Paz.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

"Se alguém me ama, guardará minha palavra"

V Semana do Tempo Pascal, segunda-feira
Jo 14, 21-26

O Senhor é, Ele mesmo, o parâmetro do amor. Uma vez que "ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos", não há dúvida de que o maior amor, entre todos, é aquele que Jesus tem por nós. Pois entregou a Sua vida para nos salvar "quando ainda éramos pecadores", quando nem mesmo nos havia feito Seus amigos.
No Evangelho que a liturgia nos propõe para hoje, o Senhor determina o parâmetro para o nosso amor por Ele. Ou seja, diz-nos como devemos amá-lO, como podemos saber que, de fato, O amamos: "quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama". Ou, dito de outra forma: "se alguém me ama, guardará a minha palavra".
Nosso amor por Jesus, portanto, deve ser provado por obras e verdade, um amor que escuta atentamente o que o Senhor lhe diz e pede e que se esforça tenazmente por cumpri-lo, ainda que lhe custe sacrificar gostos, comodidades, hábitos, caprichos e até mesmo objetivos e desejos.
É um amor, pois, perseverante até o fim, mesmo quando os sentimentos parecem estar ausentes ou quando a cruz se apresenta nos acontecimentos da vida ou se faz mais pesada.
Se Jesus não nos amou de brincadeira, como disse certa vez a Santa Catarina de Sena, é exatamente assim que devemos nós retribuir ao Seu amor.
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