VII Semana do Tempo Comum, segunda-feira
Mc 10, 17-27
Por que Jesus disse "vende tudo o que tens", para só então convidar o jovem rico a segui-lO? Certamente porque o coração do jovem ainda estava apegado demais a coisas que o impediriam de amar Nosso Senhor com um amor exclusivo, "sobre todas as coisas", de todo o coração e com todo o ser.
O jovem já havia dito que cumpria todos os mandamentos, que os observava "desde a juventude". No entanto, se era exemplar no cumprimento da lei, não colocava nisso seu coração. A lei de Deus não passava, para ele, de meros preceitos a cumprir, obrigações sem finalidade, incapazes de levá-lo ao amor, o primeiro mandamento.
Por isso, quando Jesus o manda despojar-se de suas certezas, de suas seguranças, dos bens materiais e exteriores que o prendiam às coisas da terra e o mantinham longe de Deus, o jovem não se sente capaz. Volta as costas a Jesus e vai embora, com o coração triste, porque deixou para trás Aquele que era capaz de saciar a sua fome de felicidade, amarrando-se ainda mais fortemente à causa de sua tristeza, os bens que não quer deixar.
Também nós podemos ser como este jovem rico, apegados às coisas que colocamos em nosso coração no lugar que só pertence a Deus. A cada "esquina" de nossas vidas, o Senhor olha-nos com amor, como olhou um dia para aquele jovem e diz-nos o mesmo que a ele: "vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me". É como se nos dissesse: "Dá-me o teu coração, inteiro, sem reservas, e Eu te darei a felicidade plena, porque sou o Único que pode fazê-lo".
Resta-nos decidir se faremos como Pedro, Tiago, João, André, Mateus, Paulo... e outros tantos que venderam tudo o que tinham para ser ricos para Deus; ou se faremos como este jovem, que resolveu continuar sendo rico para si mesmo e muito pobre para Deus e, por isso, foi embora cheio de tristeza, que nada neste mundo poderia tirar.
Temos um consolo: a palavra de Cristo que nos diz que "para Deus nada é impossível".
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