terça-feira, 17 de junho de 2014

A Penitência do Rei Acab

XI Semana do Tempo Comum, terça-feira
IRs 21, 17-29 e Mt 5, 43-48


Acab faz penitência e o Senhor posterga o castigo, que não será infligido diretamente ao rei, mas a seu filho e sua família depois de sua morte. No entanto, parece estranho que Deus tenha levado em conta a penitência de Acab para postergar o castigo e não para perdoar de todo o pecado do rei.
Por qual motivo o Senhor não perdoa o Rei Acab e lhe envia, a título de purificação, um castigo menor, como fez tantas vezes com o Rei Davi, sempre que este pecou? Por grandes que tenham sido os pecados de Davi (que chegou a mandar matar um dos soldados de seu exército para tomar-lhe a esposa), o Senhor não apenas nunca retirou a realeza de sua casa como também lhe garantiu que sempre haveria um descendente seu no trono real (de fato, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias prometido a Israel, é descendente do Rei Davi segundo a carne e o Seu Reino nunca terá fim). Também não ameaçou de extermínio a casa de Davi, mas exterminou para sempre a casa de Acab. Por quê?
O motivo está em que Acab teve medo do castigo, mas não se arrependeu de verdade. Não quis converter-se ao Senhor, deixando para trás a idolatria que lhe foi ensinada por sua esposa Jezabel e para a qual ele, por sua vez, conduziu todo o povo. O medo levou-o à penitência externa, mas esta não foi sinal de uma verdadeira conversão. O coração do Rei Acab continuava longe do Senhor.
Ainda assim, Deus levou em consideração os sinais externos de penitência de Acab. Postergando o castigo, deu-lhe mais uma oportunidade de converter-se, para que pudesse, então, perdoá-lo.
O Senhor age da mesma forma conosco, concedendo-nos novas oportunidades de conversão ao menor sinal, ainda que apenas externo, de arrependimento. Como aproveitamos essas oportunidades? Servimo-nos delas para converter-nos de fato e começarmos a fazer o que agrada a Deus? Ou agimos como o Rei Acab, cuja penitência externa não foi sinal de um coração contrito e humilde, que Deus não despreza, como o coração do Rei Davi?
***
Um sinal de verdadeira conversão é a busca, a luta sincera pela santidade, por assemelhar-se cada vez mais ao Pai celeste, como nos manda o Senhor: "sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito".
Ninguém teria mais motivos ou razão para punir o homem do que Deus. Ele é o único Inocente, sempre ofendido por nossos pecados, traições, infidelidades, desprezos. No entanto, em Sua infinita Misericórdia, "Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e faz cair a chuva sobre justos e injustos".
Se quisermos, pois, ser filhos do Pai celeste, como ordena Nosso Senhor, procuraremos sempre imitá-lO em Sua Bondade e Misericórdia, amando nossos inimigos e orando por aqueles que nos perseguem.

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