II Semana do Tempo Pascal, segunda-feira - Jo 3, 1-8
Pressentindo que Jesus era a Luz vinda a este mundo, mas ainda inseguro, como que tateando no escuro, um tanto incerto, Nicodemos vai falar com o Senhor. Como muitos de nós, que vamos a Jesus na noite de nossas vidas, com a expectativa (mas sem certeza) de que Ele seja o Senhor que nos traz a vida e ilumina os nossos dias, fazendo a nossa caminhada neste mundo alegre, plena de sentido e cheia de esperança.
Mas, assim como Nicodemos não pode ir além de seus questionamentos por sua própria inteligência, também nós não podemos conhecer Jesus como Senhor e Deus se Ele mesmo não se der a conhecer. O ser humano deve dar um pequeno passo - a abertura de coração e a humildade, mas é Deus quem o conduz no restante do caminho, que ele não pode percorrer por suas próprias forças, concedendo-lhe a fé e abrindo-lhe os olhos para que possa enxergar na claridade da verdadeira Luz.
Esse é o nascimento do alto, realizado pelo Espírito Santo, que paira sobre as águas do Batismo, na nova criação, como outrora pairava sobre as águas de um mundo recém criado onde ainda não habitava o homem, único ser feito à imagem e semelhança de seu Criador.
É o Espírito Santo que comunica ao homem a vida divina, restaurando-o para Deus, renovando seu coração para que possa ver o Reino de Deus, discernir os seus sinais, ansiar por ele e, finalmente, transposto o limiar de sua vida terrena, entrar nesse Reino tão desejado.
Esse é o homem gerado pelo Espírito, nascido de Deus e que para Ele vive e caminha neste mundo. O homem novo, renovado pelo Espírito e nascido do alto, é incompreensível para os que ainda vivem na noite deste mundo.
Eis o grande mistério que comporta todo aquele que crê no Senhor: movido pelo Espírito, ele sabe que "não tem aqui cidade permanente, mas está à espera daquela que está para vir" (cf. Hb 13, 14), a Jerusalém celeste, onde Deus "enxugará toda lágrima de seus olhos" (Ap 21, 4).
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