sexta-feira, 27 de abril de 2012

"Ofereçamos o Sacrifício do Nosso Amor"

III Semana do Tempo Pascal, sexta-feira

Ofício das Leituras, Segunda Leitura
Dos Sermões de Santo Efrém, diácono
Estamos no Tempo Pascal e, embora com alegria e sob a perspectiva da Ressurreição do Senhor, contemplamos a Cruz. Não nos detemos nela do mesmo modo que na Sexta-feira Santa, mas olhamos para a Cruz do Salvador e vemos nela o sinal de nossa vitória em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Vemos a morte, mas derrotada na Cruz. Olhamos para Maria, que nos recebeu como filhos diante da Cruz, mergulhada na dor que não sentiu no nascimento de seu divino Filho para dar-nos à luz para o Reino de Deus. Olhamos para a árvore da Cruz e dela podemos colher e provar de seu Fruto de Vida. Contemplamos o Senhor da vida, que aniquilou o pecado no corpo que assumiu de nossa humanidade, para transformá-lo no corpo redimido e glorioso que um dia revestirá a todos os filhos de Deus.
Do mesmo modo que o Senhor realizou a Sua Páscoa - por meio da Cruz - também nós realizaremos a nossa páscoa. Enxertados nEle, como os ramos à videira, também nós passaremos da morte para a vida, deste lugar de peregrinação para a cidade permanente na casa do Pai.
Por causa da Cruz de Jesus Cristo, Senhor nosso, podemos dizer com alegria que já vivemos para sempre e que aguardamos o dia em que teremos em plenitude a liberdade e a glória dos filhos de Deus, no Reino dos Céus.
A Cruz é o trono de glória de nosso Senhor. Ofereçamos a Ele, o Cordeiro imolado, com fé, alegria e esperança, o sacrifício do nosso amor, abraçando a nossa cruz na Sua Cruz bendita!

Jo 6, 52-59
O discurso de Jesus a respeito do Pão da Vida está se encaminhando para o fim. Os seus interlocutores  na sinagoga de Cafarnaum estão compreendendo que Ele, quando fala em dar Sua carne e Seu sangue, está se colocando como mediador da Aliança entre Deus e Seu Povo eleito. Jesus indica a Sua morte como fonte de vida para a humanidade. Aquele que crê em Jesus insere-se neste sacrifício, neste dom de Si mesmo que Ele faz para a salvação de todos os homens.
Hoje, porém, quando lemos este texto, não podemos deixar de fazer referência à Eucaristia, o sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor, que Ele instituiu na última ceia com os apóstolos, antes de sofrer, morrer e ressuscitar.
E, no entanto, não se trata do único e mesmo sacrifício? Quando Jesus institui a Eucaristia, não o faz como memorial de Sua Páscoa, de Seu Sacrifício por nós na Cruz? O Corpo e o Sangue que recebemos em cada Santa Missa não são o mesmo Corpo que foi pregado à Cruz e o mesmo Sangue nela derramado?
Por isso, todo aquele que toma lugar à Mesa do Senhor é inserido em Sua Cruz. Por isso, não deve aproximar-se para receber o Senhor na Eucaristia aquele que se recusa a ser por Ele recebido na Cruz.  "Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16, 24) é o convite que o Senhor faz a cada um de nós e que, dito de outra forma, pode ser lido assim no Evangelho segundo São João: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia. (...) Aquele que como este pão viverá para sempre".

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