Reflexões do Evangelho proposto pela liturgia da Igreja Católica para cada dia, destinadas a todas as pessoas de boa vontade, que desejam, de coração aberto, beber da verdadeira fonte da água da vida.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
XXV Semana do Tempo Comum - Lc 9, 7-9
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Festa de São Mateus, apóstolo – Mt 9, 9-13
"Quero misericórdia e não sacrifício”
Jesus vê Mateus e diz-lhe: “segue-me”. Mateus se levanta e segue a Jesus, obedecendo ao Seu chamado.
O que Jesus vê? Que olhar é esse que faz aquele cobrador de impostos deixar imediatamente os seus negócios desonestos, seus lucros indevidos e sua riqueza para seguir a um simples pregador, um profeta sem bens nem posses, que nada tinha deste mundo a oferecer-lhe?
É que Jesus viu a alma e o coração de Mateus. O olhar de Jesus desvendou para Mateus a verdade de seu ser e, ao mesmo tempo, descobriu a seus olhos o que ele, por si mesmo, era incapaz de ver: o amor infinito de Deus, a Sua misericórdia e o Seu perdão.
Depois de tudo isto, como poderia Mateus ainda permanecer preso às coisas deste mundo, às riquezas estéreis, fúteis e passageiras que o cegavam e o impediam de correr ao encontro do Senhor que o chamava e de Seu Reino?
Jesus chamou Mateus, que era um pecador público de seu tempo. E disse que viera exatamente para isso: “Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”. Pois os que “têm saúde não precisam de médico, mas, sim, os doentes”.
Jesus também vê, olha, contempla a cada um dos homens e das mulheres. Vê a mim e a ti. Olha-nos e espera que Lhe retribuamos o olhar para fazer conosco o que fez com Mateus um dia: desvendar-nos para nós mesmos e fazer-nos conhecer o amor infinito com que Deus nos ama, para compreendermos que só Ele, Deus, pode dar-nos a verdadeira plenitude, realizando todos os anseios de nossos corações.
Depois, ouviremos a Sua Voz: “SEGUE-ME”…
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Memória dos Santos mártires coreanos André Kim Taegón, Paulo Hasang e companheiros (1846) – Lc 8, 19-21
Quem, mais do que Maria, ouviu a Palavra de Deus e a colocou em prática? Pois ela, Maria, é aquela que “conservava todas estas coisas e as meditava em seu coração” (cf. Lc 2, 19.51). Isto é, guardava e meditava sobre tudo o que lhe sucedia desde que havia dado seu consentimento a Deus, desde que concebera em seu seio o Filho unigênito de Deus, entregando-se inteiramente à Sua santíssima Vontade.
E não é também de Maria que diz a Escritura: “bendita és tu que creste, pois o que te foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1, 45)? Não é ela, Maria, aquela a quem proclamamos bem-aventurada (feliz) por todas as gerações porque o Todo-Poderoso fez nela e por meio dela maravilhas (cf. Lc 1, 48-49)?
Portanto, ninguém mereceu, como Maria, o louvor que hoje vemos sair da boca de Jesus, seu divino Filho, e que, com justiça, lhe é tributado. Ela é, de fato, a Mãe de Jesus, mas não só pelos laços biológicos. Principalmente o é porque ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática, muito mais do que todos os patriarcas, profetas e justos do Povo de Israel antes dela e muito mais do que todos os santos do novo Povo de Deus que vieram depois dela.
Tomemos, pois, Maria como exemplo para nós. Quando, a cada dia, tomarmos a Palavra de Deus, peçamos ao Senhor a graça de o fazermos como Maria. Aprendamos a conservar a Sua Palavra no coração, ali a meditemos continuamente e a coloquemos em prática. Nada mais do que isso fizeram os mártires coreanos, cuja memória hoje celebramos e que deram a vida para testemunhar sua fé em Jesus Cristo.
Mártires Coreanos
No início do século XVII, por iniciativa de alguns leigos, entrou pela primeira vez a fé cristã na Coreia. Assim se formou uma comunidade forte e fervorosa, sem pastores, quase só conduzida por leigos, até ao ano 1836, durante o qual chegaram os primeiros missionários, vindos de França, que entraram furtivamente na região. Nas perseguições dos anos 1839, 1846 e 1866, surgiram desta comunidade 103 santos mártires, entre os quais se distinguem o primeiro presbítero e ardente pastor de almas André Kim Taegon e o insigne apóstolo leigo Paulo Chong Hasang. Os outros são quase todos leigos, homens e mulheres, casados ou não, anciãos, jovens e crianças, que, suportando o martírio, consagraram com o seu glorioso sangue os florescentes primórdios da Igreja coreana.
Última exortação de Santo André Kim Taegón
Meus caríssimos irmãos e amigos, considerai como Deus no princípio dos tempos dispôs os céus, a terra e todas as coisas; meditai também com que especial intenção criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Se, pois, nesta vida de perigos e miséria, não reconhecermos o Criador, de nada nos servirá termos nascido e continuar vivendo. Já neste mundo pela graça divina, pela mesma graça recebemos o batismo, entrando no seio da Igreja e tornando-nos discípulos do Senhor. Mas, trazendo assim o precioso nome de cristãos, de que nos servirá tão grande nome, se na realidade não o formos? Seria inútil termos nascido e ingressado na Igreja se traíssemos o Senhor e a sua graça; melhor seria não termos nascido do que, recebendo a sua graça, pecarmos contra ele.
Considerai o agricultor ao lançar a semente no campo: primeiro, prepara a terra com o suor do seu rosto e depois joga a preciosa semente; chegando o tempo da colheita, alegra-se de coração com as espigas cheias, esquecendo seu trabalho e suor, e dançando de alegria; se porém as espigas permanecem vazias não sendo mais que palha e casca, o agricultor deplora o duro labor com que suou, sentindo-se tanto mais desesperado quanto mais trabalhou.
De modo semelhante, cultiva o Senhor a terra como seu campo, sendo nós os grãos de arroz; rega-nos com o seu sangue na sua Encarnação e Redenção para que possamos crescer e amadurecer; quando, no dia do juízo, vier o tempo da colheita, quem pela graça for achado maduro gozará o reino dos céus como filho adotivo de Deus. Quanto aos outros, que não amadureceram, tornar-se-ão inimigos, punidos para sempre, embora também tenham se tornado filhos adotivos de Deus pelo batismo.
Irmãos caríssimos, lembrai-vos de que nosso Senhor Jesus, descendo a este mundo, sofreu inúmeras dores e tendo fundado a Igreja por sua paixão, ele a faz crescer pelos sofrimentos dos fiéis. Apesar de todas as pressões e perseguições, os poderes terrenos não poderão prevalecer: da Ascensão de Cristo e do tempo dos apóstolos até hoje, a santa Igreja continua crescendo no meio das tribulações.
Também nesta nossa terra da Coréia, durante os cinqüenta ou sessenta anos em que a santa Igreja se estabeleceu aqui, os fiéis sempre sofreram perseguições. Hoje acendeu-se de novo a perseguição; muitos amigos são, como eu, lançados nos cárceres, enquanto também sofreis tribulações. Unidos num só corpo, como não ficarão tristes os nossos corações? Como, humanamente, não experimentarmos a dor da separação?
Deus, porém, como diz a Escritura, cuida de cada cabelo de nossa cabeça, e o faz com toda a sabedoria; portanto, como não considerar esta perseguição senão como permitida pelo Senhor, ou mesmo, seu prêmio ou, até, sua pena?
Abraçai, pois, a vontade de Deus, combatendo de todo o coração pelo vosso chefe Jesus e vencendo o demônio, já vencido por ele.
Eu vos peço: não deixeis de lado o amor fraterno, mas ajudai-vos uns aos outros, perseverando até que o Senhor tenha piedade de nós e afaste a tribulação.
Aqui somos vinte e, pela graça de Deus, todos ainda estão bem. Caso algum de nós venha a morrer, peço não negligenciardes a sua família. Muitas coisas teria ainda a dizer-vos, mas como posso exprimi-las em tinta e papel? Por isso vou terminar minha carta. Aproximando-se para nós a luta, peço-vos finalmente que caminheis com fidelidade, de modo que no céu nos possamos congratular. Deixo-vos aqui meu ósculo de amor.
(fonte: www.liturgiadashoras.org)
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Festa da Exaltação da Santa Cruz - Jo 3, 13-17
Sobre a santa Páscoa (inspirada numa homília perdida de Hipólito)
Esta árvore de dimensões celestes eleva-se da terra até aos céus, como planta imortal, fixada a meio caminho entre o céu e a terra. Sustentáculo de todas as coisas, apoio do universo, suporte do mundo habitado, abraça o cosmos e reúne os vários elementos da natureza humana. Ela própria é edificada com as cavilhas invisíveis do Espírito, para não vacilar ao ajustar-se ao divino. Tocando no seu topo o alto dos céus, firmando a terra com os seus pés e envolvendo por todos os lados, com os seus imensos braços, os espaços inumeráveis da atmosfera, ela é em si mesma completa em tudo e em todo o lado. [...]
Pouco faltaria para que o universo fosse aniquilado, dissolvido pelo terror perante a Paixão, se o grande Jesus não lhe tivesse infundido o Espírito divino, dizendo: «Pai, nas Tuas mãos entrego o meu Espírito» (Lc 23,46). [...] Tudo estava vacilante mas, quando o Espírito divino Se elevou, o universo foi de certa forma reanimado, vivificado, e reencontrou uma estabilidade firme. Deus preenchia tudo em todo o lado e a crucifixão estendia-se através de todas as coisas.
domingo, 11 de setembro de 2011
XXIV Domingo do Tempo Comum - Mt 18, 21-35
Que grande a misericórdia e a bondade desse Rei, que não castiga ou repreende seus empregados mesmo quando não Lhe obedecem e que lhes empresta grandes quantias e ainda perdoa suas dívidas quando não Lhe pagam, ao invés de fazer justiça!
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Festa da Natividade de Nossa Senhora - Mt 1,1-16.18-23
Maria é a aurora resplandescente de beleza que precede o Sol da justiça que nasce no oriente para nos trazer a cura e a paz. Por isso é que comemoramos, hoje, o seu nascimento. Pois por ela, a virgem puríssima, veio ao mundo Aquele pelo qual somos salvos, Jesus Cristo, Deus e Senhor nosso.
Senhora e Rainha do Céu e da terra, a quem Deus ornou com todas as virtudes e fez plena de graça, a Serva do Senhor foi feita também a Mãe de todos os homens, pelos quais o Filho derramou todo o Seu Sangue na cruz (cf. Jo 19, 25-27).
Ela, pois, intercede por nós continuamente e aponta-nos permanentemente a Jesus, dizendo: fazei tudo o que Ele vos disser (Jo 2, 5).
Alegremo-nos, portanto, com a festa do nascimento de Maria, por quem Deus quis vir ao mundo. Por ela recebemos o Autor da Vida.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
XXIII Semana do Tempo Comum - Lc 6,20-26
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Martírio de São João Batista - Mc 6, 17-29
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Festa de Santa Rosa de Lima, virgem, padroeira da América Latina - Mt 13, 44-46
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
XIX Semana do Tempo Comum - Memória de Santa Clara de Assis, virgem
Encíclica "Dives in misericordia" cap. 17, §14
O mundo dos homens só poderá tornar-se «cada vez mais humano» quando introduzirmos, em todas as relações recíprocas que formam a sua fisionomia moral, o momento do perdão, tão essencial no Evangelho. O perdão atesta que, no mundo, está presente o amor que é mais forte que o pecado. O perdão, além disso, é a condição fundamental para a reconciliação, não só nas relações de Deus com o homem, mas também nas relações dos homens entre si. Um mundo do qual se eliminasse o perdão seria apenas um mundo de justiça fria e pouco respeitosa, em nome da qual cada um reivindicaria os direitos próprios em relação aos demais. Deste modo, as várias espécies de egoísmo, latentes no homem, poderiam transformar a vida e a convivência humana num sistema de opressão dos mais fracos pelos mais fortes, ou até numa arena de luta permanente de uns contra os outros.
Com razão a Igreja considera seu dever e objectivo da sua missão assegurar a autenticidade do perdão, tanto na vida e no comportamento concreto, como na educação e na pastoral. Não o protege doutro modo senão guardando a sua fonte, isto é, o mistério da misericórdia de Deus, revelado em Jesus Cristo.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
XVII Semana do Tempo Comum - Mt 13, 44-46
Jesus é um tesouro escondido, um bem inestimável que poucas almas sabem encontrar, porque Ele está escondido e o mundo ama aquilo que brilha. Ah! Se Jesus Se tivesse querido mostrar a todas as almas com os Seus dons inefáveis, de certeza que não haveria nenhuma que O desdenhasse; mas Ele não quer que O amemos pelos Seus dons: Ele próprio é que deve ser a nossa recompensa.
Para encontrarmos uma coisa escondida, temos de nos esconder; a nossa vida deve, portanto, ser um mistério; é preciso assemelharmo-nos a Jesus, a Jesus diante de Quem se tapa o rosto (cf. Is 53,3). [...] Jesus ama-te com um amor tão grande que, se o visses, entrarias num êxtase de felicidade [...], mas não o vês e sofres com isso. Muito em breve Jesus «Se levantará para o julgamento, para salvar os humildes da terra» [Sl 76 (75),10].
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Festa de São Tiago, apóstolo - Mt 20, 20-28
XVII Domingo do Tempo Comum - Mt 13,44-52
no site Christo Nihil Praeponere:
sábado, 23 de julho de 2011
XVI Semana do Tempo Comum - Mt 13, 24-30
domingo, 19 de junho de 2011
Solenidade da Santíssima Trindade - Jo 3,16-18
para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16).
terça-feira, 14 de junho de 2011
XI Semana do Tempo Comum - Mt 5, 43-48
segunda-feira, 30 de maio de 2011
VI Semana do Tempo Pascal - Jo 15,26 - 16,4
terça-feira, 17 de maio de 2011
IV Semana do Tempo Pascal - Jo 10, 22-30
terça-feira, 10 de maio de 2011
III Semana do Tempo Pascal - Jo 6, 22-29
sexta-feira, 6 de maio de 2011
II Semana do Tempo Pascal - Jo 6, 1-15
quarta-feira, 4 de maio de 2011
II Semana do Tempo Pascal - Jo 3, 16-21
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Oitava da Páscoa - Lc 24, 35-48
terça-feira, 26 de abril de 2011
Oitava da Páscoa - Jo 20, 11-18
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Oitava da Páscoa - Mt 28, 8-15
"Quem é este?" - interrogam-se. É o Filho de Deus feito homem, intuem, e, enfim, começam a compreender. E para Deus nada é impossível. Nem mesmo ressuscitar dos mortos.
Como aquelas mulheres, também nós, hoje, temos medo de Jesus, que venceu o poder da morte e do inferno e ressuscitou para a glória. Tudo isso é grande demais para a nossa pobre, fraca e pecadora natureza humana.
Mas também como às mulheres, Jesus ressuscitado vem ao nosso encontro para trazer alegria e dissipar o medo que obscurece o nosso coração e nos impede de ir até Ele. Como a elas, o Senhor nos diz: "Alegrai-vos! (...) Não tenhais medo!"
Por que ter medo? O Senhor, com a Sua morte, venceu a morte que nos enchia de terror e libertou-nos do demônio que nos subjugava. Jesus, morto e ressuscitado, vivo para sempre, abriu definitivamente as portas do Reino dos Céus para nós.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Semana Santa - Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor - Jo 18,1-19,42
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Semana Santa - Quinta-feira da Ceia do Senhor e Lava-Pés - Jo 13, 1-15
terça-feira, 12 de abril de 2011
V Semana do Tempo da Quaresma - Jo 8, 21-30
sábado, 9 de abril de 2011
IV Semana do Tempo da Quaresma - Jo 7, 40-53 (Evangelho)
IV Semana do Tempo da Quaresma - Jr 11, 18-20 (leitura)
quinta-feira, 7 de abril de 2011
IV Semana do Tempo da Quaresma - Jo 5, 31-47
quarta-feira, 6 de abril de 2011
IV Semana do Tempo da Quaresma - Jo 5, 17-30
sexta-feira, 1 de abril de 2011
III Semana do Tempo da Quaresma - Mc 12, 28-34
Desse modo, o escriba ultrapassa os legalismos e ritualismos do antigo Povo de Deus e chega ao coração da Lei, ao seu sentido maior. Alcança, assim, o Coração de Jesus, que faz entrever ao escriba um caminho de perfeição, que leva ao Reino de Deus e que ele já começou a percorrer.
É o Amor de Deus, do qual o ápice e o modelo maior é o próprio Cristo crucificado, que se entregou a Si mesmo por amor e obediência ao Pai e pela salvação de todos nós, homens.
Esse é o caminho de perfeição, o caminho do Amor, que todos devemos começar a percorrer nesta Quaresma.
quinta-feira, 31 de março de 2011
III Semana do Tempo da Quaresma - Lc 11, 14-23
III Semana do Tempo da Quaresma - Mt 5, 17-19
Assim, quem quer amar e servir a Deus buscará e encontrará a Sua Vontade expressa nos Mandamentos. A novidade trazida por Jesus Cristo, o Verbo de Deus feito carne, é o fundamento dado ao cumprimento da Lei: não mais por ritualismo ou mero legalismo, mas por amor.
Porque "os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade (...) e esses são os adoradores que o Pai procura" (Jo 4, 23), como disse Jesus à samaritana na beira do poço, quando lhe prometeu a água que sacia para sempre porque jorra para a vida eterna (Jo 4, 13-14).
De fato, o Senhor vincula a obediência e a prática dos mandamentos à posse do Reino dos Céus.
segunda-feira, 28 de março de 2011
III Semana do Tempo da Quaresma - Lc 4, 24-30
quarta-feira, 23 de março de 2011
II Semana do Tempo da Quaresma - Mt 20, 17-28
Se em nenhum setor de nossa vida (família, trabalho, ambiente de estudo) deve ser assim, muito menos na Igreja de Cristo. Nela, tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus e para o serviço dos irmãos; tudo o que realizarmos, deve ser por amor do Senhor e para dar um bom e coerente testemunho de vida cristã.
Pois assim como somos na comunidade de fé, devemos ser na vida. O verdadeiro discípulo de Jesus Cristo não diferencia fé e vida. Pois ele, tal como seu Senhor e Mestre, “não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida”.
segunda-feira, 14 de março de 2011
I Semana do Tempo da Quaresma - Mt 25, 31-46
Mas é preciso notar, nas palavras de Jesus, que o vínculo não é apenas com a obra humana, boa ou má. Essencialmente, o Senhor liga a obra à Sua própria Pessoa, isto é, ao amor que Lhe é devido e que se prova no amor ao próximo.
Pois aquele que diz amar a Deus, "a quem não vê", deve provar esse amor no amor aos irmãos, "a quem vê" (cfe. 1Jo 4, 20). Porque o amor é comprovado pelas obras, não pelas palavras.
Dito de outra forma, segundo a Escritura: "mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei as obras da minha fé (...). Com efeito, como o corpo sem o sopro de vida é morto, assim também é morta a fé sem as obras" (cfe. Tg 2, 18.26).
Portanto, sim, é pela graça de Deus que somos salvos. Mas as obras (boas ou más) que praticamos é que mostrarão o quanto essa mesma graça é eficaz em nós, na medida de nossa liberdade em aceitar ou rejeitar a salvação que nos é proposta por Deus.
quarta-feira, 9 de março de 2011
Quarta-feira de Cinzas – Mt 6, 1-6.16-18
Estes dias de penitência que hoje iniciam servem para purificar nosso olhar sobre nós mesmos, para que aprendamos a nos enxergar como Deus mesmo nos enxerga. Assim purificados, nos preparamos para a grande solenidade da Páscoa, na qual celebramos o mistério da nossa salvação operada por Nosso Senhor, Jesus Cristo.
Essa purificação deve ocorrer em três dimensões: esmola, oração e jejum.
A esmola, mais do que dar o outro aquilo que temos de sobra, é dar ao outro o que lhe é devido, o que é justo, o que é seu por direito e lhe foi negado. Portanto, a prática da esmola corrige nossa relação com o outro, fazendo-nos compreendê-lo como semelhante e próximo.
A oração é o meio pelo qual colocamo-nos diante de Deus e compreendemo-nos como necessitados dEle. Pela prática da oração, tornamo-nos mais unidos a Deus, porque entendemo-nos dependentes dEle. Logo, a oração assídua e humilde corrige nossa relação com Deus, porque nos propicia, gradualmente, ver-nos a nós mesmos como criaturas que somos, diante de nosso Criador.
O jejum é o instrumento pelo qual exercitamos o domínio sobre nós mesmos, do espírito sobre o corpo, corrigindo a relação com nossa própria natureza, chamados que somos por Deus à superação e à transcendência.
Que essas práticas, realizadas sob o olhar de Deus, mas não diante dos homens, levem-nos à necessária purificação de nossa auto-imagem, para nos tornarmos aquilo que Deus espera de nós.
Irmãos, a misericórdia está para o jejum como a Primavera está para os solos: o suave vento primaveril faz florescer todos os rebentos nas planícies; a misericórdia do jejum faz brotar todas as nossas sementes até à floração, fá-las encherem-se de frutos até à colheita celeste. A bondade está para o jejum como o óleo está para o candeeiro. Tal como a matéria gorda do óleo alimenta a luz do candeeiro e, com tão pouco alimento o faz brilhar para o conforto de toda a noite, assim a bondade faz o jejum resplandecer: lança raios até atingir o brilho pleno da continência. A esmola está para o jejum como o sol está para o dia: o esplendor do sol aumenta o brilho do dia, dissipa a obscuridade das nuvens; a esmola que acompanha o jejum santifica a santidade do mesmo e, graças à luz da bondade, remove dos nossos desejos tudo o que poderia ser mortífero. Em suma, a generosidade está para o jejum como o corpo está para a alma: quando a alma se retira do corpo, traz-lhe a morte; se a generosidade se afastar do jejum, é a morte deste.
terça-feira, 8 de março de 2011
IX Semana do Tempo Comum - Mc 12, 13-17
Por isso, Deus criou o homem livre para amá-lO e, como consequência desse amor, adorá-lO, louvá-lO e amar também aos demais homens, todos criados à imagem e semelhança de seu criador.
Desse único ato de justiça da parte do ser humano para com Deus - amar a Deus sobre todas as coisas - decorrerão todos os demais atos positivos de moralidade do homem: amar e respeitar as outras pessoas; respeitar a natureza; buscar sempre a justiça e a paz; promover o bem comum.
Daí, pois, que Jesus não identifica necessariamente o pagamento do tributo a César com a injustiça, mas determina, sempre, a necessidade que temos nós, para o nosso próprio bem, de dar a Deus o que Lhe é devido.
segunda-feira, 7 de março de 2011
IX Semana do Tempo Comum - Memória das Santas Perpétua e Felicidade, mártires - Mc 12, 1-12
Outro poderia ter sido o seu comportamento. Ao contar-lhes a parábola, Jesus deu-lhes mais uma chance de se arrependerem, voltarem atrás e retomarem o caminho da obediência à Vontade de Deus. O Senhor desejava perdoá-los e acolhê-los como filhos amados em Seu Reino.
Hoje, Jesus conta para nós essa parábola, da mesma forma que, naquele tempo, havia contado para os chefes dos judeus. Conta-nos que Deus Pai confiou a nós também a Sua vinha. Ou seja: criou-nos, derramou sobre nós o Seu Amor, cumulou-nos de graças e dons, entregou Seu Filho para nos salvar e deixou-nos a Sua Igreja para guiar-nos, a fim de que lhe entreguemos frutos de santidade e, assim, sejamos perfeitamente felizes e vivamos em Seu Reino.
Permanentemente, através de Sua Igreja, o Senhor nos recorda dessa tarefa a nós confiada e nos pede contas dos frutos devidos. Podemos, como os chefes dos judeus, rejeitar o Senhor e negar-Lhe os frutos que Lhe pertencem. Se o fizermos, Ele nos tirará a vinha e a confiará a quem a cultive para a eternidade, entregando-Lhe frutos de amor. A decisão está em nossas mãos.
Até este dia das Tuas núpcias, esperaste pacientemente que ela produzisse uvas e ela não Te deu senão abrolhos (Is 5, 6). Coroou-Te de espinhos e cercou-te dos espinhos dos seus pecados. Como se tornou amarga, esta vinha que já não é Tua, mas que se tornou uma vinha estranha! Renegou-Te, gritando: «Não temos outro rei senão César!» (Jo 19, 15). Depois de Te terem expulsado da vinha, da Tua cidade e da Tua herança, estes vinhateiros deram-Te a morte; não de um só golpe, mas depois de Te terem afligido com o longo tormento da cruz e Te terem torturado com os ferimentos dos chicotes e dos cravos. [...] Senhor Jesus, [...] Tu próprio entregas a Tua alma à morte ─ ninguém Ta pode tirar, és Tu que a dás (Jo 10, 18). [...] Que troca admirável! O Rei dá-Se como escravo, Deus pelo homem, o Criador por aquele que criou, o Inocente pelos culpados.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
VIII Semana do Tempo Comum - Mc 10, 17-27
O homem cumpria rigorosamente os mandamentos de Deus, desde a sua juventude. Mas não fundamentava sua obediência no amor, que é o vínculo da perfeição. Cumpria os mandamentos porque considerava-os um dever, mas não porque amava a Deus.
Note-se que Jesus não o reprova por isso. Afinal, o rapaz não está errado. É preciso, de fato, obedecer a Deus e cumprir Seus mandamentos.
Mas o Senhor quer elevá-lo a um degrau mais alto, que é o degrau do amor. Deseja levá-lo à obediência do amor, em que tudo se faz unicamente para agradar ao Amado, que é Deus. É aquele degrau da plena liberdade do amor, no qual só se deseja aquilo que é Vontade do Amado e nada se quer que Ele não queira ("ama e faze o que queres", dizia Santo Agostinho).
Por isso, Jesus pede ao homem que deixe tudo - para ter o coração livre, desapegado de todos os bens, a fim de que Deus se torne o seu único e verdadeiro Bem.
Lamentavelmente, porém, o rapaz não quer dar esse passo. Poderia tornar-se rico em espírito, possuindo tudo em Deus, mas prefere continuar rico dos bens deste mundo, bens transitórios, e ser pobre para Deus. Sobram-lhe a tristeza e o vazio, porque escolhe não realizar os anseios mais profundos de seu coração. "Fizeste-nos, Senhor, para ti e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti" (Santo Agostinho).
Qual será a nossa escolha? O que vamos preferir?
Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278 (a partir da trad. coll. Icthus, t. 6, p. 82 rev.)
Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
VII Semana do Tempo Comum - Mc 10, 1-12
O que deves dizer à tua mulher? Diz-lhe com muita ternura: "Escolhi-te, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. A existência presente nada é; por essa razão, as minhas orações, as minhas recomendações e todas as minhas acções destinam-se a fazer que nos seja dado passar esta vida de tal maneira, que voltemos a reunir-nos na vida futura sem qualquer receio de separação. O tempo que vivemos é breve e frágil. Se nos for dado agradar a Deus durante esta vida, estaremos para sempre com Cristo e um com o outro, numa felicidade sem limites. O teu amor arrebata-me mais que tudo, e não conhecerei infelicidade tão insuportável como a de estar separado de ti. Mesmo que tivesse de perder tudo, de ser pobre que nem um mendigo, de passar pelos maiores perigos e de sofrer fosse o que fosse, tudo isso mês seria suportável desde que o teu afecto por mim não diminuísse. Só com base neste amor desejo ter filhos." E convém que adeqúes o teu comportamento às palavras. [...] Mostra à tua mulher que aprecias viver com ela e que, por causa dela, preferes estar em casa que na rua. Prefere-a a todos os teus amigos, e mesmo aos filhos que ela te deu; e que estes sejam amados por ti por causa dela. [...] Fazei as vossas orações em comum. Ide à igreja e, ao regressar a casa, contai um ao outro o que foi dito e o que foi lido. [...] Aprendei a temer a Deus, e tudo o resto decorrerá daqui, e a vossa casa encher-se-á de inúmeros bens. Aspiremos aos bens incorruptíveis, que os outros não nos faltarão. Procurai primeiro o Reino de Deus, e o resto ser-vos-á dado por acréscimo, diz-nos o evangelho (Mt 6, 33).
Homilia 20 sobre a Carta aos Efésios, 4, 8, 9: PG 62, 140ss. (a partir da trad. Orval)
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
VII Semana do Tempo Comum - Mc 9,38-40
Pois para cada um o Senhor tem um caminho, embora somente Ele seja o Caminho (cfe. Jo 14,6).
Certamente, nem todos os caminhos que os homens tomam para tentar chegar a Deus são válidos, mas somente aqueles que passam por Jesus Cristo, conforme Ele mesmo nos revela: "a vida eterna é esta: que eles Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que Tu enviaste, Jesus Cristo" (Jo 17,3).
Mas diferentes são os homens e diferentes, por isso, serão os modos de que Deus se servirá para que chegue a cada um a Sua graça e possa livremente decidir-se por conhecê-lO, amá-lO e servi-lO.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
V Semana do Tempo Comum - Mc 8, 27-33
Se, primeiro, Pedro merece do Senhor um elogio, recebe dEle depois uma dura repreensão.
Não somos assim todos nós? Curtos de visão? Cegos para as coisas de Deus? Inconstantes? Incapazes de nos colocarmos sob a guia e a orientação do Espírito Santo por muito tempo?
Essa deve ser a nossa luta diária: pensar, falar e agir segundo Deus, deixando para trás o modo meramente humano de ver as coisas. E pensar como Deus, não como os homens, significa deixar que o Espírito Santo nos inspire com Sua graça, transforme todo o nosso modo de ser e de pensar e guie nosso falar e nosso agir.
Comecemos agora a viver a vida divina, deixando-nos moldar pelo Espírito.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
V Semana do Tempo Comum - Mc 8, 11-13 - Memória dos Santos Cirilo e Metódio
Pode parecer-nos, à primeira vista, que os fariseus estavam de boa-fé e desejavam apenas esclarecer suas dúvidas sobre Jesus.
Mas, de fato, não era assim. Por conhecerem as Escrituras, os fariseus eram capazes de ver nas curas, prodígios e exorcismos de Jesus os sinais claros de que Ele era o Messias prometido por Deus a Israel e anunciado pelos profetas. E, por isso, deviam crer em Sua pregação, em Seus ensinamentos. Não tinham necessidades de outras evidências.
O coração dos fariseus, porém, era duro. Não queriam converter-se, mas submeter o Senhor a suas demandas e conveniências. Por isso Jesus deixou-os sem resposta e foi para a outra margem.
Precisamos aprender do exemplo negativo desses fariseus que, para conquistar o Coração de Deus, devemos aproximar-nos dEle com humildade, como meras criaturas diante do Criador.
Pois quem se aproximar do Senhor com o coração orgulhoso, não obterá dEle mais que o silêncio.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
V Semana do Tempo Comum - Mc 8, 1-10
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
V Semana do Tempo Comum – Mc 7, 24-30 – Memória de Santa Escolástica
Mas por que Jesus não a atendeu logo, já que podia fazê-lo? E por que humilhou a mulher primeiro, se sabia que iria atendê-la depois?
O Senhor sabe que a mulher pagã veio a Ele com fé. Mas quer alargar os horizontes dessa fé, aumentá-la e purificá-la de todo apego, para que ela seja capaz de esperar somente em Deus, receber o que pede e permanecer fiel e agradecida Àquele que lhe concedeu a vida. Desse modo, mais do que a graça imediata, de um momento (ainda que não pequena), a mulher recebeu do Senhor graças de eternidade, muito mais do que havia pedido. Porque Deus não se deixa vencer em generosidade.
Lembremos, pois, dessa mulher pagã, quando Deus nos faz esperar para recebermos o que Lhe pedimos ou quando permite que as circunstâncias nos sejam desfavoráveis, nos humilhem e façam sofrer.
Porque, da mesma forma que fez com ela, Ele quer dilatar nosso coração na fé, na esperança e no amor, para depois dar-nos o que pedimos, quando formos capazes, com o coração puro e agradecido, de receber graças para a eternidade.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
V Semana do Tempo Comum - Mc 7, 14-23
Na época de Jesus, os judeus entendiam que se tornava impuro diante de Deus quem, por exemplo, comesse certos alimentos ou tocasse em um cadáver ou não lavasse as mãos antes de comer, entre muitas outras coisas.
O Senhor quer colocar em um plano secundário este ritualismo, pois Deus vê o coração do homem, seus afetos e desejos, suas intenções.
Torna-se impuro aquele que se vai deixando corromper, dia após dia, pelos apegos de seu coração às coisas más, àquilo que não encontra respaldo na Palavra de Deus, em Sua Vontade amorosa a seu (nosso) respeito.
Purifica-se, dia após dia, e torna-se puro e limpo diante de Deus aquele que busca desapegar-se de si, de seus caprichos e das coisas más que se lhe apresentam todos os dias, para buscar somente a Deus e à Sua Vontade.
E não é preciso que essas coisas às quais nos apegamos ou desapegamos (tanto boas quanto más) sejam grandes. Porque a pureza e a impureza que fazem o santo e o pecador são alicerçadas, ambas, nas pequenas coisas de cada dia. Nelas manifesta-se para nós, todos os dias, a Vontade santíssima do Senhor, que podemos abraçar ou rejeitar.
Pois amar a Deus, querer somente a Ele e buscar unicamente o que é da Sua Vontade é uma decisão que se renova diariamente e que se fundamenta naquilo que de fato vivemos, nas situações mais simples e corriqueiras da vida.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
V Semana do Tempo Comum - Mc 6, 53-56
O Senhor não nos livrará dos tormentos desta vida, mas ensinar-nos-á a sermos felizes mesmo em meio a eles. Porque só Jesus Cristo pode nos dar a paz e a felicidade que nunca terminam e que não dependem das circunstâncias.
Jesus há de curar nossas almas e nossos corações e também não se negará a curar nossos corpos e mentes, sempre que isso for necessário e importante para podermos entrar em Seu Reino. Basta que o procuremos e Ele se deixará reconhecer, para O tocarmos e também ficarmos curados.